Um garoto cachorrinho

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Soobin se afastou, desaparecendo pelo corredor antes que eu tivesse tempo de processar a devolução do presente. Fiquei parado, olhando o pacote na minha mão, tentando entender o que exatamente tinha dado errado. Eu só queria... bem, eu não queria nada demais, pra ser honesto. Só uma reação simples, quem sabe um agradecimento, talvez até ver um sorriso daquele garoto estranho, que parecia um cachorrinho perdido na maior parte do tempo.

Mas em vez disso, ele devolveu o presente, falou aquelas palavras confusas sobre "sorriso" e "amor" e saiu sem olhar pra trás. Era esquisito e até meio frustrante. Achei que ele ia gostar. Achei que, no mínimo, aquilo ia fazer o dia dele ficar um pouco menos entediante.

Suspirei, ainda encarando o pacote como se ele pudesse me dar alguma resposta, mas nada. Apenas um silêncio esquisito. Sem muito o que fazer, enfiei o presente de volta na mochila e fui andando pro grêmio. Hoje tinha reunião, e já sabia que seriam duas horas inteiras de puro tédio — mas, sinceramente, era até um alívio depois desse começo de manhã.

Quando entrei na sala do grêmio, joguei a mochila no chão e me sentei, cruzando os braços. Meus pensamentos ainda voltavam pra Soobin. Ele parecia um garoto difícil de entender, sempre carregando uma sombra no olhar e uma timidez que o deixava mais retraído que os outros. Talvez eu estivesse errado sobre ele... ou talvez, eu não entendesse nada sobre ele.

A reunião começou, e as vozes dos outros membros soavam abafadas, como um zumbido ao fundo. A verdade é que, mesmo tentando não pensar muito nisso, minha mente continuava voltando pro jeito que ele tinha olhado pra mim — aquele olhar quieto, sério, e quase dolorido.

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A reunião passou mais devagar do que eu esperava, e cada minuto parecia um teste de paciência. Eu já tava cansado, mexendo no meu celular debaixo da mesa e mal prestando atenção. Quando finalmente acabou, a diretora deu aquele discurso rápido, encerrando tudo com o típico: "Agradeço a presença de todos. Até a próxima reunião!"

Levantei-me, jogando a mochila nas costas. Meu estômago já roncava, e só de pensar em comida, senti uma energia diferente. Saí da sala com os outros, e o barulho familiar dos corredores foi me tirando do meu próprio mundo. O intervalo tinha começado.

Na fila do refeitório, eu vi Soobin de longe. Ele parecia quieto, meio perdido entre os outros alunos, como sempre. De alguma forma, mesmo com toda a bagunça, ele se destacava, e não só pela altura. Era pelo jeito dele, a forma como se movia, sempre um pouco retraído, mas atento. Eu ainda tentava entender o que tinha rolado mais cedo e, pra ser sincero, não conseguia tirar aquela cena da cabeça.

Pensei comigo mesmo: "Será que fui longe demais com o presente? Talvez ele só não esteja acostumado com esse tipo de coisa..."

Enfim, deve ser mais um nerd estranho, pensei, dando de ombros. Talvez eu só estivesse perdendo tempo com isso.

— E aí, Yeonjun! — Beomgyu apareceu do nada, me dando um leve empurrão no ombro. Ele tinha aquele sorriso de sempre, cheio de segundas intenções, e já fui me preparando pra zoação.

— Qual é, Beomgyu? — respondi, revirando os olhos, mas acabei rindo.

Ele olhou pra mim com um sorriso curioso e cruzou os braços. — Fiquei sabendo que você andou distribuindo presentes por aí. Quem diria, hein, o popular Yeonjun sendo caridoso!

— Nem começa, cara — eu disse, balançando a cabeça, mas com um sorriso. — Foi só um favorzinho que me pediram pra fazer.

— Sei... Um favorzinho que acabou deixando o carinha esquisito meio abalado, pelo visto. E você ainda tá aí pensando nele?

Revirei os olhos de novo, agora com um riso de deboche. — Como se fosse isso. Só achei que ele ia reagir de um jeito menos... estranho, sabe?

Beomgyu riu e deu um tapinha no meu ombro. — Relaxa, Yeonjun. Nerds como ele sempre vão reagir de jeito esquisito. É o pacote completo.

Dei uma risada. Beomgyu tinha um jeito de fazer parecer que nada era sério, e talvez ele tivesse razão.

Depois de rirmos um pouco, encontramos Kai no corredor. Ele estava arrumando a mochila e deu um leve aceno de cabeça quando nos viu. Kai era mais tranquilo, mas, como jogador do time de basquete, parecia sempre pronto pra alguma coisa fora do padrão.

— Bora sair daqui, então? — ele sugeriu, olhando pra Beomgyu e pra mim com aquele meio sorriso de quem já tinha um plano.

Fomos juntos pra fora, seguindo o caminho até os fundos do colégio. A área era meio deserta, com algumas árvores e poucas janelas, e já era praticamente nosso lugar fixo quando queríamos escapar um pouco.

Beomgyu tirou um cigarro do bolso e acendeu, oferecendo pra mim logo em seguida. Peguei, e Kai fez o mesmo, puxando um cigarro enquanto dava uma risada baixa.

— Vocês viram o trabalho que a senhora kim falou que quer passar? — Beomgyu comentou, soltando a fumaça devagar. — Parecia que ela ia despencar de tédio a qualquer momento.

— O tédio é que tá matando a gente — falei, dando uma tragada e passando o cigarro de volta. — Tudo o que eu queria era que o tempo passasse mais rápido -falei antes de sair e voltar para sala .

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PELO VISTO O YJ NAO E UM SANTO , NAO . POREM ESPERO QUE ESTEJAM GOSTANDO ; ]

SE VCS QUISEREM DEM UMA OLHADA LA NO MEU PERFIL , VAI SAIR UNS NEGOCIOS BEM  LEGAIS HOJE , ALEM DE CAP  NOVO DESSA FIC . 

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🌸🫦BEIJOS DA SOSO🫦🌸

Sob o Peso do Nome - YeonbinOnde histórias criam vida. Descubra agora