Ironia do destino...

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Soobin não tinha expectativas para a viagem em si, mas o que realmente queria era o distanciamento. Estar longe da sua mãe, ainda que por alguns dias, era como uma fuga para o desconhecido, um respiro que ele tanto precisava. A viagem para Jeju não era só uma excursão escolar — era sua chance de ficar em paz, nem que fosse por um curto período de tempo.

O caminho para o aeroporto foi um silêncio pesado, recheado apenas pelo som da música em seus fones de ouvido. Ele se isolou ainda mais, buscando naquelas canções algo que o reconectasse consigo mesmo, algo que o fizesse se esquecer da dor e da angústia que ele sentia constantemente quando estava em casa. Cada nota que tocava era um passo mais distante de sua realidade amarga, uma maneira de escapar do controle de sua mãe, de não precisar ser o que ela esperava dele.

 Quando o avião finalmente decolou, o som do motor se misturava ao som da música, criando um espaço único e confortável para Soobin. Por algumas horas, ele conseguiu esquecer. Ele se entregou à sensação de liberdade que parecia irreal, mas logo a aterrissagem em Jeju trouxe de volta o peso da situação.

Chegando ao hotel, as instruções para os quartos foram dadas. E o que parecia ser uma simples troca de acomodações se tornou mais uma ironia do destino. "Quarto 217 – Soobin, Yeonjun, Beomgyu."

Beomgyu. Aquele nome que causava um nó no estômago de Soobin. Ele não sabia como lidar com o garoto. Beomgyu, com seu sorriso travesso e seu jeito provocador, sempre foi uma figura difícil de ignorar, ainda mais quando estava ao lado de Yeonjun. E Yeonjun... um dos amigos de Beomgyu, aquele que sempre parecia ter uma aura de "não me importo" em tudo o que fazia, mas que, por algum motivo, se comportava como um bom moço quando necessário- afinl era o presidente do grêmio estudantil . Yeonjun e Beomgyu, amigos inseparáveis, pareciam dominar qualquer ambiente com sua energia compartilhada. E ali estava Soobin, como se fosse o intruso naquele pequeno universo.

O caminho até o quarto foi tenso, com Soobin em seu mundo silencioso, enquanto Yeonjun caminhava despreocupado, com aquele sorriso de quem nada tem a perder. Beomgyu, como sempre, fazia questão de manter a provocação, seus olhos travessos acompanhando cada movimento de Soobin, como se estivesse esperando uma reação. Soobin sentia a pressão crescente, seu coração batendo mais forte, não pelo medo, mas pela sensação de estar fora de lugar.

Quando finalmente chegaram ao quarto, Soobin se sentiu sufocado. O ambiente, com suas paredes simples e as camas alinhadas, parecia ser um reflexo perfeito da sua realidade: apertado, desconfortável, e cheio de silêncios pesados. Yeonjun se jogou na cama com a postura relaxada de sempre, como se nada no mundo pudesse tirar sua paz, e Beomgyu, claro, tomou a cama do meio, como se fosse o centro de toda atenção. Soobin, por sua vez, ficou próximo da janela, observando o horizonte, buscando um pouco daquela sensação de liberdade que ele sentira ao viajar.

— Então, Soobin... — Beomgyu começou, quebrando o silêncio com uma voz suave e provocadora. — Vai nos mostrar o que tem de bom nessa ilha?

Soobin não respondeu, apenas deu um olhar breve a Beomgyu, tentando ignorá-lo da melhor maneira possível. Ele queria apenas silêncio, mas Beomgyu estava ali, desafiando-o, tentando trazer à tona reações que Soobin não queria mostrar.

Yeonjun, deitado na cama, olhou para Soobin com um sorriso despreocupado.

— Não liga para o Beomgyu. — Yeonjun disse, virando-se para ele com um sorriso travesso. — Ele adora causar.

Mas para Soobin, não era só "causar". Beomgyu era mais do que isso. Era um reflexo de tudo o que ele não queria ser — como se o garoto fosse um lembrete constante das situações em que ele se sentia preso, sem saber como escapar. E, por mais que Yeonjun tentasse suavizar as coisas, a presença de Beomgyu só aumentava a sensação de desconforto que Soobin sentia.

As horas seguintes foram um emaranhado de conversas triviais, piadas forçadas e uma tensão crescente no ar. Soobin mal conseguia se concentrar nas palavras que eram ditas ao seu redor, sua mente ocupada com a única coisa que ele realmente queria: a distância, a fuga da vida que ele conhecia. Mas Jeju, com toda sua beleza, não podia ser um refúgio. A verdadeira prisão estava dentro de si mesmo.

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Amém, lancei o capítulo! Queria pedir desculpas porque ficou curto, mas tem uma pessoa indo no meu mural de avisos e comentando nas minhas outras obras para eu lançar mais capítulos, então acabei cedendo à pressão e fiz.

Espero que gostem! 😊

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⏰ Última atualização: Nov 18 ⏰

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