Salem, Massachusetts - 1690
Agatha estava andando pela floresta, cansada e com sede, após ter corrido muito. Finalmente, ela teve coragem de fugir de sua mãe.
Após caminhar por um bom tempo, Agatha chegou à frente de uma cachoeira. A visão a fez parar bruscamente, o fôlego preso na garganta. Era como se a própria natureza tivesse tecido um véu de beleza selvagem, um espetáculo que a jovem nunca havia visto antes. A água, cristalina e fria, despencava com fúria sobre as rochas, formando um lago tranquilo em sua base.
A sede era uma pontada incômoda em sua garganta, mas a visão da cachoeira, com sua beleza selvagem e energia bruta, a fez esquecer por um instante a fuga, a perseguição, o medo. Era como se a água, em sua dança incessante, levasse consigo as preocupações e a angústia que a oprimiam. Agatha sentiu-se aliviada, como se um peso tivesse sido retirado de seus ombros. Ela caminhou até a beira do lago, bebeu um pouco e então se sentou sobre uma pedra, enquanto recuperava suas energias.
Foi então que avistou uma mulher se aproximando. Seus cabelos negros emolduravam um rosto delicado, a pele branca contrastando com o verde escuro do vestido que usava. A jovem, com seus 1,68m de altura, parecia ter no máximo 20 anos. O vestido, de um verde vibrante, tinha detalhes escuros que pareciam quase bordados com sombras, como se a própria floresta tivesse tecido o tecido. Agatha ficou receosa, temendo que fosse uma das bruxas do coven de sua mãe.
A mulher de verde se aproximou de Agatha e parando á sua frente e lhe perguntou.
- O que faz aqui, não é muito nova para ficar andando pela floresta sozinha? - a mulher de verde perguntou a Agatha.- Você nem me conhece e já está tirando interrogando? Se eu soubesse que seria assim nem teria levantado da cama hoje - Agatha revira os olhos e fala em um tom sarcástico.
- Desculpe, fui direta demais. - A mulher de verde sorriu, um sorriso que suavizava a expressão de seus olhos escuros - Me chamo Rio Vidal. E você?- Agatha Harkness - Agatha respondeu, ainda desconfiada, mas tentando manter a compostura.
- Agatha Harkness... - Rio repetiu o nome, observando a jovem com atenção - O que te traz aqui? Parece estar longe de casa.
- Olha, não é porque eu sei seu nome que eu confio em você - Agatha cruza os braços, mantendo a desconfiança em sua voz.
- Olha, Agatha, você pode até pensar que eu sou alguém que quer fazer mal a você, igual sua mãe e o coven dela, mas não, eu quero ser sua amiga - Rio se sentou ao lado de Agatha, tentando passar segurança em sua voz para que a jovem confiasse nela.
Agatha ficou assustada com o que Rio falou.
- Porque tá falando isso? Q-quero dizer Como você sabe disso? - Agatha perguntou, com a voz tremendo um pouco.
Rio iria falar como sabia disso, mas as duas ouviram a voz de Evanora, a mãe do Agatha, ecoando ao longe:"Agatha! Onde você está menina?"
Agatha ficou nervosa ao ouvir a voz de sua mãe. Rio percebendo a inquietação da jovem e disse: "Vamos." Ela guiou Agatha por entre as pedras, até que chegaram a uma caverna escondida atrás da cachoeira.
Rio esperou Agatha se acalmar um pouco mais e então falou:
- É o seguinte, Agatha, você corre perigo perto da sua mãe.
Agatha respondeu em um Tom Irônico.
- Ah é mesmo? Não me diga. - Agatha revirou os olhos.
A cachoeira rugia, um som constante que parecia ecoar dentro da caverna. Agatha, sentada no chão frio e úmido, observava a água que caía, tentando ignorar a voz de sua mãe, que ecoava fraca de fora.
Rio, com um olhar fixo e profundo, tentou explicar a situação:
- É sério, Agatha, se ficar perto dela e daquele coven, você pode morrer. Eles são perigosos, você precisa entender.
Agatha olhou para Rio com desconfiança.
- Você está falando sério? Porque acha que eu fugi?- Agatha perguntou, sua voz ainda carregada de sarcasmo. - E por que eu acreditaria em você? Você nem se importa comigo.
Rio suspirou, um som que ecoou como o vento frio que soprava entre as árvores. Ela não queria assustar Agatha, mas a verdade era que a jovem estava em perigo real.
- Eu me importo sim, Agatha. - Rio disse, sua voz grave e profunda, como o eco de um trovão distante. - Agatha eu sei que a sua mãe não é quem você pensa que ela é. Ela é uma bruxa poderosa e perigosa, e ela não se importa com você.
Agatha olhou para Rio, seus olhos cheios de descrença. Era difícil acreditar que alguém se importava com ela. Ela sempre foi tratada como uma ferramenta, uma extensão da magia de sua mãe, nunca como uma pessoa.
- Você está mentindo. - Agatha disse, a voz baixa. - Ninguém se importa comigo.
Rio se aproximou de Agatha, colocando uma mão em seu ombro. O toque era frio, como a pedra da caverna, mas não desagradável.
- Eu me importo, Agatha. - Rio disse, sua voz suave e gentil, como o sussurro do vento. - Eu quero ajudá-la.
Agatha se calou, olhando para Rio, seus olhos cheios de dúvidas. Ela não sabia se devia acreditar, mas havia algo na presença de Rio que a fazia sentir que ela talvez não estivesse sozinha.
- Como você sabe sobre minha mãe? - Agatha perguntou, finalmente quebrando o silêncio. - E por que você está me ajudando?
Rio respirou fundo, um movimento que pareceu sacudir a própria caverna.
- Eu conheço sua mãe há muito tempo. - Rio disse, seus olhos brilhando com uma luz fria e intensa. - Eu sei o que ela é capaz de fazer. E eu não quero que você sofra como outras pessoas sofreram.
Agatha olhou para Rio, seus olhos cheios de uma mistura de medo e esperança. Ela estava confusa, mas havia algo em Rio que a fazia sentir que ela talvez não estivesse sozinha.
- O que você quer que eu faça? - Agatha perguntou, sua voz quase inaudível.
- Eu quero que você confie em mim. - Rio disse, um sorriso sombrio se formando em seus lábios.
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Love & Death - Agathario
FanficAmor e Morte Agatha, uma jovem bruxa de 15 anos, morena e ainda aprendendo magia, foge de casa e encontra uma mulher na floresta chamada Rio Vidal.