Capítulo Cinco

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As lágrimas escorrem pelo meu rosto, e a dor agoniante volta para dentro do meu peito. Eu não consigo entender da onde está vindo isso, mas nesse momento estou no chão chorando de soluçar.

Vejo pelo vidro o sol nascer, todos ainda devem estar dormindo e eu nessa choradeira. Tento fazer o mínimo de barulho possível, mas fica impossível se a cada momento que respiro o meu coração se aperta.

Me deito na cama encolhida, tirando os cabelos do meu rosto. Pegou meu celular e vejo que está sem sinal de internet, jogo ele para o lado me apertando mais. Eu não conseguia parar de chorar, e isso estava me deixando louca. Será que eu estou doente?

Mas como ir ao médico se a neve já começou a cair, e sair daqui seria impossível.

Levantou da cama decidida a ir tomar um banho, pego minha toalha e vou. Não lavo o cabelo, mas ficou uns trinta minutos debaixo da água quente tentando fazer aquilo parar, mas não adianta.

Cansada, eu troco de roupa e desço para o andar de baixo. Vou até a cozinha e preparo um café, vejo no relógio que são cinco horas.

- Está tudo bem? - Uma voz pergunta atrás de mim.

Me viro e vejo kaian sem camisa de bruços no balcão de pedra. Dou um sorriso sem mostrar os dentes para ele.

- Não muito, acho que estou ficando doente. - Digo, mas para mim mesma do que para ele.

- Você não está doente!- Ele diz, parecendo saber do que fala.

- Como você pode saber?

- Confia em mim, eu sei de muitas coisas. Por que está acordada tão cedo? - Kaian se joga num dos bancos do balcão e pega uma maçã que estava ali.

- Não consigo dormir. - Digo abaixando minha cabeça, cansada disso.

Eu queria que ele estivesse aqui. Queria muito. E essa é uma sensação genuína, isso já está ficando muito esquisito, não sou do tipo de pessoa que se emociona na primeira vez que vê um cara.

Sou o tipo de pessoa que precisa de tempo para ir criando afeto por outro alguém, mas com Kai não foi assim.

- Por que você não consegue dormir?- Ele faz outra pergunta, se isso não estivesse me distraindo estaria irritada agora.

- Não sei como explicar, algo dentro do meu peito está doendo, muito. - Digo baixinho.

- Hmm, entendi. - Ele diz, ouço um farfalho e levanto meu olhar para ver o menino se afastar. - Vou ir caçar, avisa Aline por mim por favor.

- Claro, pode deixar.

Depois do menino sumir pela porta da cozinha, subo até o quarto de Luan e decido ver como meu menino está. O bebê gigante dormia feito um anjinho, era engraçado o tamanho dele, ele era realmente muito grande, mas vendo seu pai e seus irmãos não tem dúvidas da onde ele puxou isso.

Me deito no sofá que tem ali no quartinho dele, olhando para as nuvens pintadas no teto do seu quarto acabou pegando no sono também.

- Lyla, acorda meu bem. - Escuro a voz doce de Aline, ela me olha com um olhar sereno. - Venha, vamos para o seu quarto.

Agora arrumando meus raciocínios vejo que minha bochecha está molhada, levo minhas mãos ao meu rosto secando-as. Meus olhos estão queimando e posso adivinhar que estão vermelho .

- Eu estava chorando? - Pergunto meio atônita. Ela me olha com pena, alisa meus cabelos e da um sorriso fraco como se quisesse me mostrar que estava tudo bem.

- Você estava gemendo de dor, e chorando enquanto dormia. - Ela diz - Vamos para o seu quarto, Kaio irá cuidar de Luan para mim. Vou preparar um chá e uma compreensão para você. Agora vai se deitar.

Obedeço suas ordens, subo as escadas devagar pois meu peito ainda doía.

Eu quero ele.

O pensamento foi tão natural e de repente que eu me assustei. Isso já estava começando a se tornar uma necessidade, e eu não sabia aonde estava o homem.

Paro no corredor, olhando para a porta no final dele e tenho o pensamento de entrar lá. Sem pensar duas vezes, meus pés criam vida própria e vai até o quarto de Kai. Ficou aliviada ao ver que a porta está aberta, minha primeira visão foi a escuridão.

Abri um pouco a janela e deixei que a luz entrasse, ele não estava aqui. Fechei a porta, e me deitei na sua cama. O seu cheiro está em tudo e isso me trouxe a calmaria de volta, era inexplicável como a dor passava só de sentir o seu cheiro. Me enrolei nas cobertas fungando seu travesseiro para sentir mais e mais. Até que por fim eu consegui dormir em paz novamente.

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