Capítulo Seis

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Kai

– Filho você precisa fazer alguma coisa, ou essa menina vai morrer. – No outro lado da linha meu pai dizia.  Meu peito se apertou mais, eu não deveria ter deixado a menina sozinha. Me esforço para enviar uma mensagem pela mente para ela, como instinto dizendo pra ela ir ao meu quarto.

Lá ela encontraria meu cheiro e ficaria mais calma, até eu chegar.

– De todo jeito ela vai morrer. – Digo com um pouco de indiferença. – Não posso voltar no momento por causa dela, ela nem sabe o que somos.

– Volte antes de escurecer e cuide da sua parceira.  Aline está pensando numa forma de contar isso a ela, então não pense que irá escapar disso.

– Tanto faz. – Desligo a chamada,  olho para a frente e vejo os caras da matilha entrando na cabana.

Tive que vim a vila para negócios e ver como anda as coisas por aqui. Não é que eu não sinta a dor em mim, na verdade sinto em dobro, pois ela sentir dor faz doer em mim também. O que eu mais queria nesse momento e voltar e abraçar ela e te-la para sempre, mas isso é a minha necessidade não meus sentimentos.

Suspiro fundo, olhando para os cidadãos e seus pedidos e reclamações, eu não via a hora disso acabar para voltar a minha casa e minha cama.

Acatei tudo, resolvi mais algum B.O e depois me transformei o caminho em forma de lobo dura mais ou menos dez minutos. Quando cheguei em casa já eram mais de dez horas da noite. Eu teria que fazer outra viagem em breve, mas nao poderia ser imprudente de deixar minha parceira numa situação de risco.

Para os humanos são bem mais complicados, eles sentem muito mais que nós lobos, e não aguentam tanto quanto nós. Cheguei em casa e fui direto ao meu quarto, sem passar pela casa eu subi as escadas que dava direto para a janela do quarto.

Vi a pequena silhueta da menina dormir entre meus lençóis e senti meu peito se apertar. Ela era linda, com um corpo com algumas curvas, mas uma barriga lisinha, olhos grandes e cinzas, cabelos castanhos. Eu poderia dizer que era assim que pedi a minha luna.

Passo a minha mão na sua testa, acariciando seus cabelos ela dorme num sono profundo. Me doido e vou tomar um banho gelado, percebendo que algo está acordado já. Depois do banho vesti uma cueca box e me deitei ao lado da menina.

A abracei por debaixo das cobertas puxando a mesma para o meu peito. Um arrependimento me bateu, eu não deveria ter deixado ela sozinha, com dor, ela não tem culpa e não entende o que está acontecendo.



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