4. Uma vaga no time

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Jimin

Saí da quadra todo suado, tirando logo a camiseta e secando meu rosto com a toalha. No caminho, de alguns passos até o vestiário, tomei a garrafinha de água de uma só vez.

Eu dei tudo de mim nesse treino de hoje, como tenho dado em todos os últimos.

Eu ando muito estressado, e o futebol é meu refúgio; e ao mesmo tempo é o futebol que me estressa. Nós precisamos ganhar esse campeonato. Tem muita coisa em jogo.

Assim que entrei no vestiário, rolei os olhos discretamente para a figura que estava sentada no banco. Passei reto por ele, indo pegar minhas coisas no armário.

— O que você quer? — perguntei, depois de ver todos os meus colegas entrando e olhando estranho para ele. Fechei a porta do armário com força, descontando minha frustração.

— A gente pode conversar em outro lugar? — perguntou baixo, parecendo se conter. Jungkook é a arrogância em pessoa, então chegava a ser preocupante ver ele colocando o rabo entre as pernas.

— Não. Fala. — Rolou os olhos, a pose prepotente voltando. Ele levantou, vindo mais perto de mim. Os caras já estavam todos na área dos chuveiros, só tínhamos nós dois ali; o que podia ser tão sigiloso?

— Eu quero uma vaga no time. — Dei uma risada alta, genuína mesmo, e ele continuou me olhando sério, cruzando os braços.

— Você tá maluco, né?

— Você sabe que se eu entrar tem muito mais chance. — Baixei a cabeça, rindo.

— Não precisamos de você até agora.

— E não vencem há dois anos o campeonato por minha causa. — Mordi meu lábio inferior, chocado com o quão egocêntrico ele era; não sei como ainda me surpreendo. Olhei no seu rosto, me aproximando.

— É por isso que eu nunca te daria uma vaga no meu time. Você fala como se os Rosso se resumissem a você.

— E não é? — Caralho. Dei a terceira risada da conversa. Acho que nunca ri tanto falando com esse imbecil.

— Quando você aprender a ser humilde, você se inscreve na seletiva.

— Você sabe que não vai mais abrir seletiva este ano.

— Olha só, que pena. — Virei as costas para tomar meu banho. Ele segurou meu pulso, me fazendo virar para ele de novo, sem acreditar na petulância. Olhei para o seu aperto, como se fosse contagioso.

— Por favor. — Pediu.

— Que porra você fez para ser expulso da faculdade?

— Longa história. — Desviou o olhar.

— Eu vou tomar banho, depois você vai me contar e conversamos sobre a vaga. — Vi ele morder a língua, provavelmente morrendo de ódio de ter que me ouvir mandar, e só ficar calado. Concordou, com um aceno de cabeça, finalmente soltando meu pulso, e eu fui tomar um banho bem quente e demorado.

— Pensei que tinha se afogado. — Debochou, quando eu voltei para a parte do vestiário onde ele estava, já vestido. Guardei minhas coisas no armário, separando minha roupa suja em uma sacola para levar para casa.

— Conta. — Me escorei no armário, cruzando os braços. Ele suspirou, se levantando, vindo para perto de mim. — Só tem nós dois aqui. — Falei.

— Eu sei, você levou 50 horas no banho. — Rolei os olhos. Ele se apoiou nos armários, de frente para mim, me fazendo virar para olhar para o seu rosto. Não queria admitir, mas estava muito curioso.

Linhas cruzadas • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora