6. O início da trégua

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Jungkook

Era meu primeiro dia de treino oficialmente no time. Todo mundo ali parecia testar minha paciência, já que a bola não podia parar no meu pé, parecia mais um jogo de rugby; todo mundo vinha pra cima. Mas eu aguentei. Até o último segundo de jogo, eu aguentei sem brigar, engolindo minha raiva, passando a língua na bochecha, me contendo.

— Partida encerrada, vamos pros banhos! — Após apitar, Antonio gritou, e eu saí ofegante, pegando uma toalha pra secar minha testa e pescoço.

— O que achou? — Me surpreendendo, Park apareceu do meu lado.

— Do jogo? Ou do MMA? — Rolou os olhos, sorrindo.

— Eu te disse que não seria fácil.

— Tudo bem, não estou reclamando. Nunca gostei de coisas fáceis. — Dei de ombros, e ele me olhou estranho.

— Vou tomar meu banho. — Confirmei com a cabeça, pegando meu celular antes de me enfiar no chuveiro.

Pam ♥️:
Tudo bem, me encontra naquele café ali perto da Rosso.

Suspirei, passando a mão nos cabelos e os puxando pra trás. Eu saí da casa dela puto, jurando que não ia mais atrás, ia deixar ela me chamar pra conversar, mas eu não conseguia.

Pamela era, além de minha namorada, minha melhor amiga. Eu sentia falta dela todos os dias e, por isso, todos os dias mandei mensagens. Ela foi amolecendo com o tempo, já respondia toda mensagem que eu mandava, e ontem me mandou uma perguntando como eu estava. Acabamos marcando de nos ver hoje, mas eu pensei que seria na minha casa. O fato de ela querer em um café me trazia um mau pressentimento.

Jungkook:
Não quer ir lá pra casa?

Pam ♥️:
Melhor não.
Meu pai realmente tá em cima de mim.
Vamos em um local público.

Jungkook:
Ok.
Te busco aí e vamos juntos.

Pam ♥️:
Tá bem.

⚽️

— O que houve, meu filho? — Meu pai perguntou assustado quando me viu. Limpei as lágrimas com pressa, porque... acho que meu pai nunca me viu chorando antes. Eu chorava muito quando era pequeno, chorava pedindo que ele ficasse, chorava pedindo que assistisse meus jogos, chorava se eu perdia uma partida, principalmente se meu pai estivesse me assistindo. Chorava por tudo.

Mas meu pai me ensinou que chorar não adianta de nada, só demonstra pro nosso oponente a nossa fraqueza. E então, eu aprendi a engolir meu choro.

Até hoje.

Não chorava copiosamente, não soluçava nem nada do tipo, mas confesso que um ar melancólico se apossou de mim assim que cheguei em casa, depois da nossa conversa, e fiquei assistindo nossos vídeos, vendo nossas fotos. E, sem ao menos perceber, algumas lágrimas escorreram.

— Ah, desculpa, nem percebi. — Falei rindo, enquanto enxugava as poucas lágrimas ali. — Tô meio melancólico. — Ele suspirou, se sentando ao meu lado no sofá.

— Aconteceu alguma coisa? É a faculdade nova? Não estão te tratando bem lá? — Neguei com a cabeça.

Mordi a bochecha, senti o nó voltar pra minha garganta.

— A Pam terminou comigo. — Seus olhos se arregalaram, surpresos.

— Tá brincando, meu filho?! — Neguei com a cabeça. — Poxa vida, sinto muito, sei que você a ama muito. — Mordi o lábio inferior, concordando. — Sabe, meu filho, é normal sentir tristeza por uma separação, você não precisa sentir vergonha de chorar por isso, é algo...

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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