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Ana Flávia voice's

Acordei sentindo um pouco de fadiga. Abri meus olhos tão devagar que demorou para que meu cérebro começasse a processar as coisas.

Encarei o teto branco, e uma luz também branca em minha direção, o que dificultava a minha visão. Olhei para o lado, percebendo que não estou na aula de educação física, e muito menos em minha casa.

— Você acordou, querida. Como está se sentindo? — uma mulher fala vindo em minha direção.

— Melhor, eu acho ... O que aconteceu? — pergunto tentando entender melhor. Me sento com dificuldade na cama em que eu estava.

— Pelo visto você pegou uma insolação, o que causou uma hipertermia, o açúcar do seu sangue baixou, e você desmaiou. — a médica fala do meu lado

— Ah, entendi ... — eu ainda estava bastante cansada, e com uma leve dor de cabeça.

— Você está tomando bastante água? — ela pergunta e eu balança a cabeça falando que não

— Então comece a se hidratar melhor! E tente evitar passeios nos horários mais quentes! Não faz bem para você, e nem para o bebê. O calor excessivo pode ter consequências graves para o bebê, como: aumento do risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer, anormalidades congênitas, ou morte fetal. Não quero te preocupar sobre isso, até porque não foi nada grave, mas sim, quero te alertar, para ter mais cuidado da próxima vez! — a médica fala me deixando sonsa

— Como eu vim parar aqui?! — pergunto a dúvida que estava me matando

— Um menino, não vou lembrar o nome dele, mas ele te trouxe até aqui. Se não me engano, deu uma saidinha para pegar algo para comer e avisar a alguém que você estava aqui. — a mulher fala com um sorriso amigável no rosto

Gustavo me trouxe até aqui ...

Olho para a cadeira que estava do lado da minha maca, imaginando o Gustavo ali, me esperando.

— Eu preciso ir ... Quando vou receber alta? — pergunto para a médica ou enfermeira, sei lá o que ela é ...

— Você não pode receber alta até se alimentar direito e se hidratar. — ela fala, e só agora eu percebo que estou com o soro na veia. E em parte, eu até fico feliz que eu desmaiei, para não ter que ter visto eles colocarem a agulha do soro em minha veia.

O som da porta se abrindo chamou minha atenção, me despertando dos meus pensamentos, vendo Gabriela na frente, e Gustavo logo atrás, segurando dois saquinhos de comida e água. Meu olhar se encontrou com o dele, e eu até consegui sentir um frio na barriga, vendo o seu sorriso aliviado ao ver que eu acordei.

— Vou deixá-los sozinhos! — a enfermeira avisa, antes de sair da salinha em que estávamos.

— Você quer matar a gente de susto? — a voz raivosa de Gabriela ecoa pela salinha pequena. Encarei a menina que tinha os braços cruzados em minha frente. As vezes, a Gabriela parece minha mãe.

— Eu estou bem! — falo tentando tranquilizar ela

— Você está bem agora! — Gustavo fala, me entregando os saquinhos, com batata frita. Da onde um hospital vende batata frita? Ah, mas eu agradeci. Faz tempo que não como batata frita ...

Sorri de forma fraca, e até mesmo tímida, como se estivesse agradecendo a ele.

— Ah, Ana Flávia. Será que eu vou ter que te mandar tomar água? Quantas vezes eu vou ter que falar que você não pode ficar fazendo as aulas de educação física? Daqui dois meses a bebê nasce, você não pode ficar fazendo esforço! — Gabriela fala e eu reviro os olhos, antes de abrir o saquinho das batatas.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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