[3] Fogo da Verdade

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Parceiros iguais. Foi a única coisa que eles concordaram no dia em que Harry deixou os Aurores sem planos e sem perspectivas, quase seis anos atrás.

Aquelas primeiras horas de desemprego foram formativas – ele estava furioso e desesperado. Ron estava ignorando suas corujas, Hermione estava fazendo piquetes contra padrões educacionais mágicos excludentes em Seul, então Harry abriu caminho até o apartamento de Luna.

Olhando para trás, ele realmente deveria ter batido.

Já um pouco bêbado e mais do que um pouco confuso, Harry pisou forte pela sala de estar vazia gritando sobre oficiais ruins e idiotas do ministério. Ele entrou espumando na cozinha e encontrou Luna, saia de armação levantada, joelhos abertos, com Pansy Parkinson entre as pernas.

— Puta merda! — Harry gritou.

Pansy se levantou ereta, o olhar de um animal capturado em seus olhos, mas Luna não se abalou nem um pouco com a intrusão.

— Sim — ela disse, sua voz lenta de prazer, esfregando uma mão nas costas de Pansy. — Exatamente meus sentimentos.

— Eu-eu vou embora — ele tentou dizer, mas Luna se levantou e saiu do balcão e disse para ele ficar para o chá. Mesmo enquanto Pansy limpava a boca e Luna alisava a saia, ele não conseguiu se obrigar a ir.

— Vamos, vocês dois — Luna disse, e flutuou para a sala de estar, mas Harry não conseguia parar de olhar para a garota que o havia oferecido a Voldemort. Era a primeira vez que se viam, desde a batalha de Hogwarts.

— Eu larguei meu emprego — ele disse, mesmo que fosse Parkinson parada na frente dele, seus lábios vermelhos e sua franja severa. Mais tarde, ele culpou o álcool.

O momento se estendeu por muito tempo.

— Vou pegar o vinho — Pansy finalmente disse, e Harry assentiu para ela, não perdoando nada, mas permitindo a chance de algo mais do que inimigos.

Eles estavam todos bêbados às oito, esparramados no chão de madeira. Harry gesticulava como um maestro amador, delirando sobre como ele havia parado o mal muito bem sem a besteira do Ministério, quando Luna gritou para o teto, "nós todos seríamos ótimos investigadores particulares, sabia!" e a ideia se recusou a ir embora. Eles a perseguiram nos mesmos círculos que giravam no fundo de suas taças de vinho.

— Mas, e se discordarmos? — Pansy retrucou, uma vez que todos ficaram um pouco apaixonados pela ideia, seus olhos deslizando para Harry. — Não é como se todos nós quiséssemos ser faróis de bondade legal. Não somos todos tão imprudentes.

— É claro que discordaremos — disse Harry, um pouco mal-humorado. — Você tomou algumas decisões bem ruins.

— Você acha que eu não sei disso! — A voz de Pansy soou como pregos em vidro.

— Vocês dois precisam parar de agir como se tivessem dezessete anos — Luna havia dito.

— Mas ele-

— Ela é tão-!

— Eu tenho uma solução — Luna disse, sua voz lírica de alguma forma envolvendo a de ambos firmemente. — O poder do Veto.

— Você andou assistindo ao Big Brother de novo? — perguntou Pansy, e Luna acenou para ela.

— Se alguma vez tivermos um caso sobre o qual não temos certeza, cada um de nós pode escolher vetar se o aceita ou não.

As refutações de Harry ficaram presas em sua garganta. Era uma boa ideia. E nos seis anos trabalhando juntos, nenhum deles precisou usá-la.

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A Pocket Full of Stones | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora