[10] O Sol em Luto

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— E então ele foi embora— Harry diz, e consegue manter a voz calma. Os eventos da noite parecem feios na luz da manhã, como ver sua pele sob um microscópio.

— É claro que sim! — Pansy se levanda da cadeira e começa a andar de um lado para o outro.

— É por isso que você está deitado no chão? — Luna pergunta, cutucando o ombro de Harry com seu pé de meia. Um abacate sorridente pisca para ele do tecido.

— Tenho uma torção nas costas — diz Harry, o que não é exatamente mentira.

— Eu o odeio — diz Pansy, arrastando violentamente os materiais necessários para uma nova cafeteira do armário. — Eu odeio ter pensado que ele realmente-

— Ficaria — ​​Harry diz, para que Pansy não precise ficar. — Eu também.

A tristeza é um véu que pesa sobre as feições de Pansy.

— E você não pensou em perguntar a ele o que ele encontrou, por trás do véu? — ela estala, mais dura do que seria em um dia melhor.

— Não tive tempo de perguntar — Harry mente, sem saber como explicar a calma que o envolveu quando Draco deitou em cima dele. Como tudo no mundo ficou quieto. — Ele foi embora bem rápido depois que voltamos.

— Eu acho — Luna diz, seus pés felizes batendo pensativamente, — que ele deve ter descoberto, se não quem é o responsável, então alguém muito próximo da fonte desse mistério. Eu acho que ele deve ter resolvido.

A mágoa aperta o peito de Harry.

— Então por que ir embora? — ele meio que grita, no mesmo tom de Pansy. Nenhum dos dois está no seu melhor agora.

— Pense nisso por um momento — Luna diz, tão gentil e calma como sempre. — O que você faria se descobrisse quem matou sua mãe?

— Porra — Pansy diz, a palavra afiada. — Ele vai matá-lo.

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O resto do dia é dolorosamente produtivo. Pansy se joga no arquivo Bazini, sintetizando sua coleção de evidências em um relatório limpo e fácil de entender para alimentar os jornais. Ela se recusa a falar sobre isso.

Luna luta contra o tratamento silencioso de Pansy com vigor, tentando de tudo, até mesmo cutucar Pansy com seu arranhador de costas de garra de urso toda vez que Pansy franze a testa.

— Essa carranca faz você parecer constipada, querida. Você só vai ter rugas fazendo as coisas desse jeito.

Harry, sabendo que intervir na dança doméstica não resolveria nada, aproveita o momento para chamar Fudge.

— Bazini. Você tem certeza? — Fudge diz, seu chapéu-coco proeminente nas chamas.

— Não só ele, Fudge. É Bode, Thickness e Runcorn, pelo menos. A dosagem de Veritaserum sozinha vai explodir a liderança sênior do Ministério — diz Harry. — E tem mais aqui. Só não descobrimos exatamente o quê.

— Mais? — A voz de Fudge está tensa.

— Definitivamente — Harry diz. — Esta é uma cortesia Fudge. Uma oportunidade de fazer disto uma boa notícia sobre como o Ministério lida com os seus da mesma forma que lida com os criminosos nas nossas ruas.

— Certo. — Fudge parece em pânico. É a resposta apropriada.

— Tudo isso será público amanhã. Em todos os jornais, não importa o que você faça. Eu garanto. Faça a coisa certa, Fudge.

— Eu tenho que ir.

Harry conhece o olhar que Fudge lança por cima do ombro enquanto desaparece nas chamas. É cauteloso, escorregadio. É o rosto de Rabicho na Casa dos Gritos, o rosto de Lockhart na Câmara Secreta.

A Pocket Full of Stones | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora