18 - Isso é aterrorizante! Eu adorei!

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Theo

— E o que acontece agora? — Flora pergunta baixinho. Deitamos na cama dela após almoçarmos, com as janelas fechadas, meus sapatos e calça fora do corpo, os celulares desligados e embaixo das cobertas devido ao dia frio que fazia em São Paulo. Em algum momento Tobias se juntou a nós e deitou em cima das minhas pernas. Com Flora e ele me usando de travesseiro, não me atrevo a mover um músculo.

Eu ainda podia ouvir o som das pessoas do lado de fora, alguns gritos chamando pelo meu nome, mas a única pessoa que realmente importava neste momento está bem aqui comigo, com a cabeça apoiada no meu peito e a mão por dentro da minha camisa, fazendo um carinho leve em minha barriga.

— Eu queria poder dizer que vai ser mais fácil porque não vamos mais precisar nos esconder, mas agora mil boatos vão surgir, pessoas vão começar a perseguir você, talvez até mesmo sua família e amigos. — respiro fundo, fechando os olhos por um momento e apertando ela contra meu corpo. — Eles, a mídia, vão transformar isso em um circo porque é assim que as coisas são na minha realidade e com o trabalho que eu escolhi, mas eu quero fazer isso funcionar, eu quero ficar com você, se você disser que é o que quer também.

— Eu nunca senti isso por ninguém, Theo. Eu não saio por aí dizendo que amo qualquer um. — solto uma risadinha, ainda meio extasiado com este fato. — Eu tô com medo, muito medo, mas eu não quero ficar longe de você. Não quero parar de me sentir assim.

— Eu sou sua, Flora. — ela ergue a cabeça, para olhar para o meu rosto e eu encaro as duas bolinhas castanhas de suas íris. — Eu sou sua pelo tempo que quiser que eu seja. Enquanto você me quiser, eu vou estar aqui.

Ela não me responde, somente levanta mais seu corpo, trazendo o rosto para perto do meu e me dando um beijo calmo, sem língua, apenas um toque suave de nossos lábios. Levo a mão que não segura o seu corpo até a sua que está dentro da minha camiseta, prendendo nossos dedos juntos.

Separa nossos lábios e volta a deitar o corpo no meu, dessa vez colocando o rosto na curva do meu pescoço, causando alguns arrepios no meu corpo.

— Não pode falar essas coisas. — diz alguns segundos depois.

— Eu não menti para você em nada, não tenho intenção nenhuma de começar agora. — respiro fundo, deixando o cheiro delicioso de perfume, shampoo e... Flora, entrarem no meu sistema. — Eu quero fazer isso do jeito certo!

— O que? — posso sentir seus lábios dando pequenos beijinhos na pele do meu pescoço mas não em um ato de provocação, apenas um carinho, e seus dedos apertando os meus.

— A gente. Eu quero que dê certo. Eu quero falar para todos que estamos juntos do meu jeito, quero te levar em encontros e te cortejar do jeito que merece. — ela dá risada e não posso evitar de sorrir porque esse virou o meu som favorito no mundo todinho. 

— Cortejar? Você é muito brega.

— Achei que gostasse da minha breguice. — tento falar em um tom de indignação mas eu sei que ela pode ouvir o riso na minha voz. — Eu posso ser tóxica se preferir.

— Por favor, não transforme essa história em um romance dark agora. — fala e seja lá o que isso signifique, prometo não fazer. — Devia ter aproveitado quando ainda estávamos no haters

— Vai ter que lidar com uma namorada brega, então. Lamento. — Flora se move na cama novamente, voltando a encarar o meu rosto, dessa vez com um sorriso e uma sobrancelha arqueada.

— Namorada? É minha namorada? — pergunta e eu congelo, olhando para ela tentando entender se é algum tipo de pegadinha.

— Não sou?

Posso Ser Ela?Onde histórias criam vida. Descubra agora