Mãe (11)

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Duas semanas, eu já estava aqui a duas semanas. As aulas são corriqueiras, me sinto como no colegial novamente, mas estudando um mundo completamente novo, quase não vejo Ize, ela sempre tem algo para fazer "Tarefas de paladina", palavras dela.

Já me acostumei com a rotina aqui, meu passa tempo favorito é observar os paladinos sendo escolhidos pelos grifos, é proibido que os primeiranistas tenham contato com eles, a não ser os que trabalham com isso, aqueles cujo alimentam e limpam os grifos. Mas para minha sorte, tenho uma visão privilegiada dos meus aposentos.

E Yoko é um caso a parte, ela esta sempre por perto, confesso as vezes quero arrancar aquele sorrisinho insuportável do rosto angelical, mas estar com ela é tão, familiar, não iria me adaptar tão rápido em Aethera, se não fosse ela.

Um exemplo disso, é o fato de que hoje é sábado, aos fins de semana os cadetes vão visitar a família, e eu meio que não tenho família para visitar, estou no quarto, lendo um livro de culinária escrito por fadas. Ize disse que faríamos algo hoje, mas deve ter esquecido, ou estava ocupada, como no sábado anterior. Sinto falta de Engfa e Orm nos finais de semana, sinto falta da Lux... todos os dias.

Três toques seguidos ecoam pelo quarto, levanto a cabeça do livro franzindo o cenho, não deveria ter ninguém aqui hoje, pode ser Ize. Ao abrir a porta não vejo ninguém, apenas o corredor vazio. Os toques soam novamente.

- Aqui! - Yoko estava na Janela, uma janela a mais de 10 metros de altura do solo.

Corri ate ela, antes que ela tivesse chance de reagir a puxei para dentro, vendo a mesma cair sentada no chão, seus olhos me fitavam atônita.

- Ficou maluca? - Pergunto exasperada, ao olhar para Yoko no chão, havia um sorriso pintando seus lábios, e eu não queria verbalizar oque seus olhos me transmitiam.

- Olá para você também, meu anjo. -Tão rápido quanto caiu, ela estava em pé, o apelido deslisou de forma doce de seus lábios.

- Oi. - Ela riu pela minha resposta curta, algo parecido com um ronronar escapou do fundo da sua garganta, e em um piscar de olhos, ela sumiu.

Meus olhos varreram o quarto, e então uma presença atras de mim.

- Assim você me magoa.

Meu corpo sobressalta e me viro em sua direção, assim que sinto a ponta de seus dedos nos meus braços. Ela esta... perto, perigosamente perto. Dou dois passos para trás, seu sorriso diminui levemente.

- O que você faz aqui? - Questiono

Ela suspira dando de ombros.

- Deduzi que estivesse sozinha, e que quisesse se divertir. 

- Oque faz você pensar que não estou me divertindo? - Cruzei os braços e Yoko riu.

- Ah claro, mil desculpas por interromper sua... - Ela entorta o nariz ao ler o titulo do livro sob a cama. - Leitura.

- Perdoada. - Respondi simples.

- Ok! Culinária de fadas é mesmo muito mais divertido do que ir ao bosque dos grifos. - Yoko pontuou

- É claro que... Espera, oque você disse? - Um sorriso nasce em seus lábios.

- Que seu livro é ótimo - Respondeu. Franzi o cenho para a mesma.

- Você sabe que não é isso, tem um bosque de grifos? - Perguntei intereçada e Yoko assentiu.

- Dos grifos, os grifos selvagens ficam lá. - Yoko explica, sinto meus olhos brilharem com a possibilidade.

- E isso é permitido, ir até lá?  - Pergunto, e Yoko se aproxima travessa.

- Gostaria muito de ver alguém me impedir. - Seus olhos me analisam, esperando uma resposta.

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