Forte (8)

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POV: Faye

— Faye!! — Ize gritava ao meu encalço enquanto eu descia as escadas de forma apressada, quando finalmente pude enxergar a saída suspirei de alívio. — Faye! Caramba Mali, espera.

Meu corpo parou no lugar, no exato momento em que Ize me chamou por meu apelido.

Ela vinha tentando me alcançar desde o momento em que dei as costas para ela, sinceramente eu só não queria falar sobre oque ela viu.

— Oque é? — A pergunta escapou dos meus lábios mais brusca do que eu pretendia, Ize encolheu os ombros.

— Queria saber, se você gostaria de fazer as perguntas agora? — Ela parecia incerta do que dizia.

A olhei com expectativa, estava contando os segundos para esse momento, precisava saber oque é tudo isso e entender o motivo do meu luto por Lux. Ela se foi de uma forma tão brusca que mal consegui viver o luto.

- Mas primeiro, vamos para os meus aposentos. - Orientou Ize e eu assenti a seguindo.

***

- Porque aquelas coisas vieram atras de mim? - Perguntei assim que passamos pela porta do seu quarto, nao era muito diferente do que eu estava antes.

- Oh, ok. Faremos assim então. - Ize falou para si mesma, sentando-se na sua cama e me chamando para fazer o mesmo com duas batidinhas ao seu lado. me acomodei na enorme cama. - Você é alguém importante Faye. Importante para Aethera.

- A uns bons anos atras, eu passei uma temporada com os humanos e conheci você. Quando voltei para cá, Clio, a mulher do concelho que mete medo em todo mundo. - Dei uma leve risada, sabia exatamente de quem Ize falava. - Ela disse que sentiu algo  diferente em mim, quando o mestre dos grifos investigou mais a fundo, descobriu que era você, eles me pediram para descobrir quem ou oque você era.

- Quer dizer, que só esteve comigo esse tempo todo, por obrigação? - A interrompi com pesar na voz.

- Não! - Ize afirmou quase gritando. - Quer dizer, no começo sim, mas depois eu me envolvi emocionalmente, meus sentimentos passaram a ser reais. - A olhei assustada quando Ize se tornou um tomate de tão vermelha. - Sentimento de amizade, já que somos amigas.

Ela se apressou em corrigir, acabei rindo do seu desespero, oque a fez rir também.

- Eu entendi Ize, você é como uma irmã para mim. - Disse segurando sua mão.

- Enfim. - Ela prosseguiu. - Mas acabou que não descobri nada, você é humana. O mestre dos grifos ainda sentia aquela energia, então continuei tomando conta de você, até ela aparecer. - Ize revirou os olhos ao proferir "ela" .

- Fala de Yoko? Ela é mesmo uma cupido? - Perguntei animada e Ize assentiu com desgosto.

- Ela é uma caída. - Olhei para Ize sem entender. - Ela foi expulsa do palácio de Eros.

Ize explicou e meu queixo foi ao chão.

- Eros? O Deus Eros? Com o manto branco, a tiara dourada e o arco? - Perguntei descrente.

- O próprio.

- Quer dizer que os Deuses gregos existem? - Questionei mais uma vez, acho que estou ficando sem ar.

- E toda a arrogância e as brigas familiares também. - Ize acrescentou.

- Você não parece gostar muito deles. - Constatei a analisando, Ize suspirou. - Tem algo haver com o fato daquela mulher te chamar de caçadora?

Ize desviou o olhar, dando total atenção para suas mãos em seu colo.

- Eu fui adotada e treinada por uma Deusa, ela era a mãe que sempre sonhei ter, até não ser mais. - Ize falava ainda com o olhar baixo. - Os Deuses Faye, eles vão continuar aqui mesmo depois que nos deixarmos a terra, a menos que alguém mate eles, oque é quase impossível. Eles vivem tanto que estão sempre procurando algo que os distraia.

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