Bang estava estirado na cama, afundado no colchão como se ele pudesse, por pura força de vontade, desaparecer ali. Olhos abertos, fixos no teto, mas sem realmente enxergar nada. A escuridão era, ao mesmo tempo, familiar e cansativa, quase um reflexo daquilo que ele vinha carregando por dentro há tanto tempo. Estava há horas ali, deitado, imóvel, tentando ignorar a contagem invisível dos minutos e o eco de pensamentos que tornavam o silêncio pesado.
Era sempre o mesmo ciclo: o corpo quebrado de cansaço, e a mente acesa, cruelmente desperta. Ele não sabia mais se o peso que sentia nos ombros vinha da própria insônia ou dos pedaços de preocupações que ela trazia.
Seungmin...
De repente, o homem de cabelos rebeldes sentiu uma pontada no peito. Pensou em como Seungmin parecia frágil e forte ao mesmo tempo, uma contradição ambulante que, de alguma forma, o fazia querer ficar mais perto. Porém, havia toda a questão da fobia. "Como você cuida de alguém que tem medo do próprio toque?" Era uma pergunta que ele fazia a si mesmo com uma frequência maior do que queria admitir.
Ele deixou o pensamento de Seungmin vagar por sua mente, preenchendo o vazio da madrugada enquanto o tique-taque do relógio na mesa o lembrava da passagem constante do tempo. Quando piscou e voltou a focar o teto, um raio tímido de luz já atravessava a janela, pintando a parede com um tom pálido e quase cinza.
"Já é manhã?" Ele se deu conta, suspirando com uma mescla de resignação e cansaço. Mais uma noite se fora, e o sono continuava sendo uma miragem distante.
Chan se virou, deixando o olhar cair sobre o relógio ao lado da cama. Os números vermelhos marcavam exatamente 6:00 da manhã. Era domingo. Suspendeu o ar nos pulmões e soltou um longo suspiro, pesado e resignado. O dia de folga... e lá estava ele, acordado como sempre, exausto e sem perspectiva de descanso. Em qualquer outra manhã, ele até poderia se obrigar a dormir mais um pouco, mas sabia que hoje não seria diferente — o sono simplesmente não vinha.
Estendeu a mão, pegando o celular e rolando entre as notificações. A maioria delas era de mensagens sobre o trabalho: novas instruções, algumas perguntas pendentes, decisões que, de uma forma ou de outra, sempre pareciam cair sobre ele. Olhou para elas com uma mistura de irritação e fadiga. Não queria responder; estava cansado de viver em função dos outros. Então, quase sem perceber, ele se viu no chat de Seungmin. Como foi parar ali? Talvez o cansaço, talvez a frequência com que ele vinha pensando nele — era difícil saber ao certo.
Chan se sentou na cama, os olhos fixos na foto de perfil de Seungmin. Algo naquela imagem — simples, despretensiosa, mas carregada de uma vulnerabilidade que ele conhecia bem — o fez hesitar. Queria escrever algo. Algo reconfortante. Talvez só uma mensagem curta para saber como Seungmin estava. Mas as palavras vinham e desapareciam com a mesma facilidade; ele começava a digitar e logo apagava, incerto sobre o tom, sobre o que dizer e até mesmo sobre o porquê de querer tanto falar com ele. Por fim, decidiu simplificar: um "Bom dia, Seungmin. Tudo bem?" que parecia mais breve do que ele queria, mas que talvez dissesse o suficiente.
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Insomnia ─ Chanmin
RomansaApós presenciar um evento traumático, Christopher Bang, um co-produtor e compositor de 26 anos, luta contra uma angustiante insônia. Uma vez que sua condição passa a atrapalhar sua carreira profissional, ele é aconselhado a procurar terapia, em busc...