Dentro da floricultura, onde o aroma das flores trazia um leve consolo, Olivia caminhava de um lado para o outro, os olhos fixos no chão e os braços cruzados em frente ao corpo. Luke a observava em silêncio, notando cada detalhe do nervosismo dela, até que finalmente ele quebrou o silêncio.
— Nervosa? — ele perguntou suavemente, com um sorriso cauteloso, como se soubesse exatamente a resposta.
Olivia suspirou, assentindo. — Muito. Não sei como vou encarar meus pais depois de... tudo o que aconteceu. Parece surreal.
Luke se aproximou, mantendo a calma enquanto escolhia as palavras certas para confortá-la. — É normal se sentir assim. Qualquer um ficaria, depois de uma noite dessas. Mas lembre-se, você não está sozinha. Eu e Yavanna estamos aqui pra ajudar, e você já é muito mais forte do que pensa.
Ele ofereceu um sorriso gentil, os olhos transmitindo uma segurança que Olivia achou reconfortante. Sentiu o peito aquecer um pouco e, mesmo nervosa, não pôde deixar de esboçar um sorriso tímido de volta.
— Obrigada, Thalion — disse ela, com a voz suave, mas cheia de uma confiança recém-descoberta.
Luke ficou vermelho instantaneamente, desviado o olhar com um sorriso tímido. Ele não estava esperando ser chamado por seu nome verdadeiro, e a familiaridade da pronúncia fez seu coração disparar de forma inesperada.
Enquanto Luke ainda estava tentando controlar a vergonha, ouvindo o nome élfico dele sair da boca de Olivia de uma forma tão natural, Samantha entrou na floricultura com Oliver no colo, a criança ainda meio sonolenta, mas com os olhos curiosos. Ela sorriu ao ver os dois, mas logo percebeu a tensão nos ombros de Olivia.
— Prontos para ir? — perguntou Samantha com um tom suave, enquanto se aproximava, o olhar atencioso.
Olivia se endireitou na hora, respirando fundo. — Sim... eu acho que sim. — A voz dela estava um pouco hesitante, mas decidida.
Samantha a observou com compreensão antes de falar novamente, agora com um toque de seriedade. — Olivia, só um aviso... sua mãe não se lembra de quem sou. O que pode tornar as coisas um pouco mais difíceis. Ela não vai lembrar das coisas que compartilhei com ela ou da nossa amizade. Vai ser complicado para ela confiar em mim, e você precisa ter paciência.
Olivia a olhou com os olhos um pouco tristes, sentindo o peso das palavras. Ela já sabia que seria difícil, mas ouvir isso de Samantha fez o peso da responsabilidade aumentar ainda mais. Ela olhou para Luke, buscando um pouco de consolo e apoio, antes de voltar a atenção para Samantha.
— Eu entendo... — respondeu Olivia, a voz mais firme, mas com uma tristeza velada. — Vou tentar manter a calma. Por Oliver... por minha mãe... eu vou tentar.
Samantha assentiu com um sorriso gentil, se aproximando e ajeitando Oliver no colo. — É tudo o que podemos fazer agora, Olivia. Vamos juntos, com calma, e talvez possamos ajudá-la a lembrar o que ela esqueceu.
Eles saíram da floricultura juntos, Olivia, Luke e Samantha, com Oliver dormindo nos braços dela. A caminhada pelo centro da cidade foi tranquila; Luke, percebendo a ansiedade de Olivia, puxava conversa, contando histórias engraçadas e arrancando sorrisos dela a cada poucos passos. Ele parecia empenhado em aliviar o peso do momento, e a naturalidade dele foi acalmando Olivia aos poucos.
Logo saíram do centro movimentado e começaram a andar por ruas mais pacatas. O caminho mudou; as calçadas não eram tão bem cuidadas, e as casas eram pequenas e modestas, com fachadas descascando e cores desbotadas. Algumas tinham janelas quebradas, remendadas com plásticos ou pedaços de madeira, e quase todas tinham quintais pequenos, onde cresciam poucas plantas e algumas ervas daninhas.
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Morte pelos Injustiçados
Fantasi"Olha só para você... O grande valentão, o homem da casa, não é?" ela sussurrou, cada palavra carregada de desdém. "Olha pra sua situação agora. Nem pra se levantar sozinho você serve. Que tipo de pai você acha que é, hein? Que tipo de homem?" . Oli...