CAPÍTULO 10

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Alex

09:00 – Centro de detenção provisória II Guarulhos – Cela – São Paulo – Brasil

Depois que nós tínhamos terminado de comer, fomos entregar as bandejas e eu conseguir guarda uma maçã no bolso do meu macacão pra B. – Mesmo que nós estejamos saindo do refeitório ainda senti o olhar daquele homem sobre mim, isso me causou arrepios e medo.

Chegando na minha cela vimos o B sentado na cama já vestido.

– B, como você está? – Perguntei preocupado e me aproximei dele.

– Estou bem melhor, lindinho. Muito obrigado por te cuidado de mim. – Sorri um pouco com isso.

– Na verdade, quem deveria agradecer sou e não você. – Ele deu um pequeno sorriso e acenou como "sim".

– Eu espero que tenham trazido alguma coisa pra eu comer. – Falou brincando.

– O Alex trouxe uma maçã, ele não parou de pensar em você em nenhum momento. Sempre preocupado se você estaria bem ou não, eu achai isso bem fofinho da parte dele. – Boquinha falou sorrindo.

– Claro que eu fiquei preocupado, eu me senti muito culpado pelo o que aconteceu com você B. – Falei em um tô baixo.

– Alex meu amor, eu fiz isso por que eu quis, eu não queria que você passasse a mesma coisa que eu passei, principalmente com o Negão.

– Mas olha o que aconteceu com você B. Você está muito machucado e nem consegue se manter em pé e muito menos acordado. Vocês todos passaram por algo terrível e mesmo assim você decidiu me ajudar, sofrendo de novo.

Falei sentindo uma grande culpa no peito.

– Você pode falar que é nada ou que está tudo bem, mas pra mim isso foi algo horrível e me sinto muito mal por isso.

Ele se levantou da cama com dificuldade e veio na minha direção, e me deu um abraço que me pegou desprevenido.

– Eu realmente agradeço pela sua preocupação Alex, mas eu me encontro bem graças a você, então quero dizer mais uma vez, obrigado.

Retribuir o abraço com um leve sorriso 

– Já chega né galera, vamos parar com esse clima totalmente depressivo. – Boquinha falou cortando o clima e isso nós fez rir.

Estou me sentindo um pouco melhor, mesmo que aquilo no banheiro tenha acontecido comigo mais cedo.

– Ah, o Alex foi forçado a chupar o pau do G.c – Kelly falou de repente.

Obrigado Kelly, por estragar o momento.

– O que?!!! – B gritou assustado. – Você está bem Alex? – Me olhou todo preocupado.

Quem deveria estar preocupado sou eu, ele que foi estuprado por aquele infeliz.

– Estou sim, só minha garganta que dói um pouco, mas tirando isso, eu tô bem.

Na verdade eu não estou nada bem, só queria sair desse lugar, mas o que eu quero mais nesse momento é matar aquele desgraçado do Negão.

– Você não sabe mentir Alex, só de olhar para sua cara já sabemos o que está pensando, e concordamos com você. – Boquinha falou.

Soltei um suspiro.

Eu estou com medo do que aquele homem pode fazer comigo. – Falei indo sentar na minha cama, o B sentou ao meu lado.

– Você não tem que ficar preocupado ele e sim com diabo. – Kelly falou atraindo a atenção do B.

– Como assim? – Perguntou preocupado.

– O Alex acabou encararando ele e eu  tive que chamar sua atenção antes que as coisas ficassem piores. – Boquinha falou.

O B deu um tapa no meu braço.

– Aí! Por que isso? – Perguntei passando a mão em braço.

– Para você aprender a não ser tão idiota, Alex. O que eu falei pra você? Não olhe nos olhos dele, isso faz ele pensar que aze você está o desafiando.

– Eu esqueci, B. Eu sinto muito. Fiquei curioso em saber quem era esse tal de diabo, não iria imaginar que ele olharia logo pra mim.

– Clado que ele olharia, não só pela sua beleza e sim por você ser novato e por estar no seu território. – Kelly falou.

– O que vai acontecer comigo?

– Não sabemos. – Os três responderam uníssono.

Soltei mais um suspiro e tirei a maçã do meu bolso e entreguei pro B.

– Aqui, você precisa comer. – Ele sorriu.

– Obrigado. – Pegou da minha mão e deu uma mordida. – ah, a maçã está tão deliciosa.

Irei pegar o dominó que tenho na minha cela pra nós jogar, aproveito e chamo a Barbie pra se juntar a nós. – Boquinha falou e já foi saindo da cela. 

– Dominó? E pode? – Perguntei totalmente confuso.

– Sim, o boquinha conseguiu convencer um policial a trazer o dominó pra ele. – Kelly falou se sentando no chão.

– Convenceu como? – Os dois me olharam e eu entendi. – Ohh.. Entendi agora.

Eles ainda tem um rolinho, mas o policial é muito fresco e não assume que gosta de fuder um cuzinho. – B falou rindo.

– E o boquinha é direto, se ele quer ser fodido, vai logo atrás de um pau disposto. – Kelly falou.

– Gente... Me poupe desses detalhes,  por favor. Eu sei que vocês transam mas não quero saber o que meu amigo faz e o que ele gosta.

Os dois acabam caindo em uma gargalhada.

– Você vai se acostumar com isso, Alex. Leva um pouco de tempo pra isso, mas você logo você se acostuma. – Kelly disse.

Espero que não.

– cheguei gente!! – Barbie falou entrando rapidamente na cela. – Boquinha me contou tudo no caminho, bonequinha você está bem bicha?!

– estou sim, graças ao Alex que cuidou de mim. – Falou suavemente.

– Que bom. Agora lindinho, você foi idiota por ter olhando nos olhos do diabo.

Bufei irritado.

– Você não é o primeiro à me dizer isso. – Os outros acabam rindo com isso.

– Enfim, podemos esquecer um pouco isso, Vou acabar surtando, minha garganta tá doendo, ainda sinto-me culpado, só quero relaxar um pouco, pode ser? – Perguntei um pouco exausto.

‐ Claro, vamos jogar dominó e falar sobre assuntos legais. – Boquinha falou se aproximando de Kelly e se sentando ao seu lado.

Me sentei ao lado da Barbie no chão e o B se deitou na cama nós observando a jogar.

Eu só quero relaxar um pouco.

Meu prisioneiro ( protegido pelo diabo Onde histórias criam vida. Descubra agora