Já se passava do meio dia e Nara ainda não tinha conseguido levantar da cama, nem sequer para tomar café, mesmo que seu estômago já estivesse reclamando com ela, desde as oito quando acordou.
Seu notebook estava no colo, enquanto ela terminava de fazer as últimas compras online, do que precisava para seu apartamento. Incluindo uma estante, mesa de centro, mesa para jantar, cortinas, mesa de estudo e outros pequenos utensílios que ela achava necessário ter no momento.
Não era do tipo que tinha redes sociais, ou que vivia conectada com a tecnologia, mas ela sabia se virar e estava amando o fato de existir opções de compra online para absolutamente tudo, já que ela odiava ter de fazer compras pessoalmente, ainda mais depois que Endeavor se tornou o herói numero um. E ela não podia pisar na calçada, sem que alguém viesse falar com ela. Sempre com as mesmas perguntas de sempre.
O que você acha de ser a filha do herói número um?
Sua individualidade é igual a do seu pai?
Por que você não se torna uma heroína igual o Endeavor?
Ela sabia que aquelas perguntas eram ensaiadas, ninguém queria uma resposta verdadeira. Nenhum deles gostaria de ouvir da primogênita do herói número um, que ela odiava super heróis, por isso havia desistido de ser um deles. Aquilo seria a maior blasfêmia já dita na sociedade dos heróis. E tudo o que Nara menos queria, era ser o foco dos holofotes. Se ela pudesse passar despercebida que nem um fantasma, o faria, mesmo que isso se resumisse a se trancar dentro de casa e não sair para absolutamente nada. Assim, poderia apreciar sua paz e silêncio constante.
Ouviu seu celular apitar com o som de novas mensagens.
Desde que ela acordou aquela manhã, que as notificações não paravam de chegar, mas ela nem sequer havia pego o aparelho logo ao seu lado para checar quem era. Considerando que já havia acabado suas compras e ainda estava preguiçosa para se levantar, fechou o notebook e pegou o pequeno aparelho, desbloqueando a tela e olhando as mensagens pela barra de notificações.
Endeavor: Bom dia, filha.
Como foi a sua mudança?
Precisa de ajuda com algo?
Ela apenas deslizou as mensagens pro lado, ignorando totalmente. Às vezes xingava Fuyumi mentalmente por ter passado seu número para ele, mesmo que fosse seu pai e que estivesse constantemente tentando se aproximar dela. Ainda era a última pessoa do mundo que queria contato.
Mirio: Me passa seu endereço, me recuso não saber onde a minha melhor amiga mora. Vamos marcar uma noite de pizzas com a Nejire e o Tamaki.
Ela deu um pequeno sorriso sincero, imaginando perfeitamente seu amigo falando num tom de voz alto e afoito, enquanto tentava intimidá-la. O que a fez digitar uma mensagem rápida para ele.
Assim que eu comprar a minha mesa, te passo meu endereço. E você quem vai pagar as pizzas.
Saiu do chat da conversa e observou várias outras mensagens dos seus colegas da UA, dos seus irmãos mais novos e até mesmo de números desconhecidos que ela nem deu o trabalho de checar quem era.
Mas a mensagem de seu ex professor, parecia brilhar diante dos olhos dela. Clicou no nome dele e sentiu vontade de rir com o conteúdo.
Aizawa: Você não deu mais sinal de vida desde a formatura, só sabia que estava viva por conta do Shoto. Mas agora soube que você se mudou. Espero que isso não seja uma desculpa para se isolar do restante da sociedade e não ter mais contato com ninguém.
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MIRRORS - Hawks
Fanfiction𝐍𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐝𝐢𝐚𝐯𝐚 𝐡𝐞𝐫𝐨́𝐢𝐬. Tendo nascido e crescido em um ambiente hostil, onde tudo o que ela conhecia eram abusos vindo de seu pai, com ela e com todo o restante de sua família. Ela cresceu acreditando que heróis não eram pessoas boas...