Hidden (Adaptação FayeYoko)

Mistrust - Part I

Seus passos eram frenéticos indo de um lado ao outro em seu quarto designado na mansão, a sua mão direita elevada ao rosto, segurava seu celular, e esperava ansiosamente para que o outro lado da linha atendesse depressa, não foi tão rápido quanto queria, mas após alguns minutos de puras tentativas rasas Ursel finalmente conseguiu que sua ligação fosse atendida.

Diretamente de Marrakesh.

— Disse que não incomodaria em ligar se não fosse algo realmente importante, mas uma presença que não estava no roteiro pode complicar nossos planos. – Ursel falou baixo para que as paredes com ouvidos não fossem capazes de alcançar e o suficiente rápido para que o outro lado ouvisse bem o que ela tinha a dizer.

— E quem é? – A voz chiou duvidosa, parecia tão apressada quanto.

— Marissa Lloyd, diretora da CIA, não a conheço e nunca tive contato com informações sobre ela para ser sincera, não recordo de saber sobre ela na época em que designava as funções na Bélgica. – Ursel falou tocando a testa.

— Acha que ela conhece sobre você? – A voz questionou

— Não posso prever, mas devo imaginar que sim, não há como ela ser da CIA e não saber sobre cada um de nós aqui, eu espero que ela não abra a boca para contar a Yoko, pode estragar tudo que foi planejado e será terrível. – Ursel exclamou desgostosa, seu silêncio e a maneira que evitava chamar a atenção foi bem clara quando estava a sós no carro com a agente máxima da CIA de volta a mansão de Faye.

A mulher não emitiu uma palavra sequer.

— Estarei atenta caso algo de diferente aconteça em nossas linhas de contato.

Ursel assentiu ao silêncio, caminhando em direção ao banheiro para falar algo que temia ser ouvido e que podia arruinar não só sua vida, como tudo o que havia construído até aquele ponto.

— O clérigo morto foi coisa de vocês? – Perguntou curvando o rosto ao fechar a porta do cômodo atrás de si.

— Não.

— Isso chamou atenção demais, pode gerar mais problemas do que coisas positivas, nos atacaram no prédio em Heliópolis, mataram um americano, isso está saindo do controle, quem o fez está um passo além, não podem desconfiar. – Avisou seriamente, não gostava também quando não tinha controle sobre as situações a sua volta.

— Iremos resolver esse problema em breve, sabe bem.

— Sim eu tenho noção das situações, só estou preocupada com a visita indesejada, acha que por algum motivo nós temos capacidade para fazê-la ficar a nosso lado? Não parece corruptível. – Ursel assinalou preocupada, os lábios franzindo.

— Se ela não ficar, o problema é todo e exclusivo dela, em nosso caminho ela não ficará, não há América enxerida que me faça recuar. – A voz do outro lado da linha avisou seriamente. Ursel concordava com a fala, movendo-se para fora do ambiente.

— E a segurança? – Perguntou Ursel, se focando na porta de seu quarto, precisava sair depressa, o caos podia estar acontecendo ali fora.

Uma pausa e um breve silêncio constrangedor.

— Dei um jeito nisso, ela desapareceu do mapa como aquilo que eu e você combinamos.

Ursel estava confiante de que faltava pouco, não precisavam demorar mais do que 2 meses para executar o que deviam.

— Ficarei mais aliviada se souber que começou a agir. – Ursel assinalou de repentino.

— Sim Ursel, eu já comecei, não tem como desistir mais. – A mulher afirmou a fazendo estremecer ansiosamente. Tudo viria à tona em um piscar de olhos e ninguém seria capaz de parar. Era grandioso demais para que Faye, sendo uma mulher tão sozinha, fosse capaz de confrontar.