The Scent of Love

Encontro??

10:00 AM - Sábado

Acordei com o Milk pulando na minha barriga. O dia já estava começando. Levantei da cama com um pouco menos de disposição do que nos dias anteriores. Como de costume, preparei um café forte, coloquei ração para o Milk e me sentei em frente à televisão. Arg, nunca tem nada realmente interessante passando aos sábados. Entediado, decidi vagar pela internet, procurando novas receitas de café e afins. No Instagram, as páginas sobre café exibiam as colheitas da temporada, mas uma publicação específica chamou minha atenção: era uma foto de Vee ao lado de uma garota. Na legenda, dizia que ela era herdeira de uma das maiores empresas de café do mundo. Mas... quem seria ela para o Vee? Talvez uma amiga? Namorada? Vee sempre parecia tão sério e focado nos negócios, que nem me passava pela cabeça que ele tivesse tempo para um relacionamento.

Mas enfim, isso não era da minha conta. Ele era apenas meu chefe, e eu não deveria estar tão atento à sua vida pessoal. Saí do Instagram, decidido a buscar alguma distração fora de casa. Separei uma roupa básica e fui para o banho, aproveitando para fazer meus cuidados de pele, que, sinceramente, não faziam tanto efeito, já que eu só os seguia uma vez por ano. Peguei uma bolsa básica e saí rumo à pequena feirinha do bairro. Aquela feira era, sem dúvida, uma das minhas favoritas: tinha de tudo, desde peixes frescos a bolinhos de cebolinha, tortas salgadas e outras delícias. A feira estava movimentada, o que era até curioso, considerando que meu bairro não costuma ser tão cheio.

De longe, avistei minha barraca preferida: a da vovó Choi, uma senhorinha simpática que vendia bolinhos de cebolinha. Nos tempos de escola, ela sempre me dava alguns de graça.

— Bom dia, vovó Choi! Quero um bolinho bem grande!

Ela me olhou animada, com um sorriso largo e acolhedor, quase como um arco-íris. O cheiro da barraca era, sem dúvida, o melhor da feira — o aroma da cebolinha e da manteiga derretendo era irresistível. A vovó Choi colocou o meu bolinho em um pequeno papel. Entreguei o dinheiro e dei a primeira mordida. Uma explosão de sabores.

— Céus, vovó Choi, isso está delicioso! A receita mudou? Teve alguma atualização? Eu preciso saber o ingrediente secreto!

Ela sorriu e, com um olhar divertido, respondeu:

— Plankton, não tente roubar a receita do Sirigueijo!

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Logo depois de visitar a feirinha da senhora Choi, caminhei por outros cantos, explorando as barraquinhas de frutas. As cores vibrantes das frutas eram um espetáculo à parte, uma verdadeira alegria para os olhos. Após tanto andar, parei em frente a uma ponte que atravessava um rio. A paisagem era deslumbrante. Os peixes saltavam na água, exibindo padrões de cores variados e fascinantes. Enquanto apreciava a cena, avistei, ao longe, alguém familiar. Era David, correndo em minha direção como uma criança feliz. Ele carregava dois algodões-doces nas mãos e exibia um sorriso radiante.

— Match! Você por aqui? Nunca imaginei te encontrar em uma feirinha. Não tem cara de quem come na rua.

Ri da observação, achando graça. Era irônico, considerando que ele era o americano, enquanto eu crescera em feirinhas e lojinhas pequenas. Restaurantes só faziam parte da minha rotina quando o assunto era trabalho.

— Não esperava te encontrar aqui também — respondi. — É uma surpresa.

— Eu estava entediado, queria conhecer alguns lugares novos e acabei me perdendo por aqui. Só aceitei e continuei caminhando. Pelo menos encontrei você e esses algodões-doces — disse o loiro, me entregando um dos doces com um sorriso.

— Então você estava perdido? Agora entendo o motivo da sua felicidade em me ver — retruquei, fazendo um pequeno bico, fingindo estar chateado.

— Estou feliz por não estar mais perdido, mas também estou feliz por te ver. Senti sua falta ontem.