𝗢𝗦 𝗗𝗢𝗜𝗦 estavam sentados no banco do parque, o silêncio entre eles mais denso do que nunca. Minho estava tenso, sua mão suando e o olhar perdido nas folhas caindo ao redor. Jisung, por outro lado, não conseguia olhar para o Lee diretamente. O nervosismo era palpável, e as palavras pareciam entaladas em sua garganta.
— Eu não sei o que fazer, Minho — o Han disse, a voz baixa, mas carregada de algo que ele não conseguia mais esconder. — Eu... eu não aguento mais ficar afastado de você, mas eu tenho medo de... de te perder.
Minho olhou para ele, seu peito apertando com a dor da situação. Ele tinha ouvido tantas vezes essas palavras não ditas em silêncio, mas agora, ao ouvir a sinceridade em sua voz, ele não sabia se estava pronto para isso.
— Jisung — começou, tentando manter a calma, mas sua voz estava rouca. — Você me machuca. Por que não falou isso antes? Por que ficou escondendo isso de mim todo esse tempo?
O menor baixou a cabeça, mordendo o lábio inferior. — Eu... eu não sabia se você sentia o mesmo. Eu tinha medo de... de tudo ficar estranho, sabe? Eu não queria estragar nossa amizade.
O Lee bufou, uma mistura de frustração e alívio. Ele se aproximou do mais novo, colocando uma mão sobre o ombro dele. — Eu sou o idiota aqui, né? Ficava esperando você dizer algo, como se eu fosse capaz de adivinhar tudo. Você me fez ficar louco tentando entender o que estava acontecendo, mas você nunca teve coragem de falar.
Jisung olhou para ele, os olhos vidrados de emoção, tentando encontrar as palavras certas. — Eu sinto muito, Minho. Eu só não... eu não queria que tudo mudasse. Mas você também não disse nada. A culpa não foi só minha.
— Eu também não queria que mudasse, mas você me deixou no escuro, Jisung — Minho continuou, a voz agora mais suave, mas ainda carregada de frustração. — Eu te quero, eu te... preciso de você, mas você sempre se afastava e eu não entendia por quê. Você não tem ideia de como eu me senti, caramba.
O Han fechou os olhos, sentindo o peso de cada palavra, mas ele não conseguia mais aguentar. As emoções estavam transbordando de sua mente, e ele precisava dizer aquilo em voz alta. — Minho, eu gosto de você. Eu sempre gostei. Mas eu tinha tanto medo... medo de que você não sentisse o mesmo e acabasse me afastando. Eu não sabia o que fazer.
O mais velho ficou parado, surpreso. Aquela confissão foi o que ele mais esperava ouvir, mas também o que mais temia. O medo de Jisung ser sincero e ele não ter coragem de corresponder. Ele fechou os olhos por um momento, absorvendo tudo, antes de responder, sua voz mais suave e direta.
— Eu sempre soube, Jisung — sussurrou. — Sempre soube, e também estava com medo. Mas eu... eu não sei por que você demorou tanto. Você podia ter dito isso a qualquer momento, e a gente não estaria aqui agora, fazendo essa merda de 'não sei como lidar com isso'.
Jisung respirou fundo, tentando segurar as lágrimas. — Eu sei, Minho. Eu sei. Mas agora é tarde demais pra voltar atrás, né?
Antes que pudesse dizer mais, o Lee o puxou para perto, seus dedos tocando suavemente o queixo do Han. — Não — murmurou, sua voz baixa e intensa. — Nunca é tarde demais.
E, sem dar espaço para mais palavras, Minho beijou Jisung.
O beijo foi urgente, sem pressa de ser interrompido. As mãos maiores seguraram o rosto de Jisung com uma força que transmitia tanto desejo quanto necessidade. O mais baixo, por sua vez, não recuou, seu corpo respondendo ao toque do monitor com a mesma intensidade. A sensação do beijo, carregado de tanto sentimento reprimido, parecia apagar o mundo ao redor deles, deixando apenas aquele momento, aquela conexão visceral.
Quando finalmente se separaram, os dois estavam ofegantes, com os rostos próximos, os olhos se encontrando em um silêncio carregado. O Han não sabia o que dizer, e Minho também não. Mas havia uma sensação reconfortante no ar, como se tudo tivesse se alinhado finalmente, como se a espera e os medos tivessem sido uma preparação para esse momento.
— Você não precisa mais ter medo, Jisung — o Lee sussurrou, o dedo passando suavemente pela bochecha de Jisung. — Eu não vou te deixar ir. Nunca.
Jisung sorriu, um sorriso verdadeiro, o primeiro em muito tempo, e em um gesto de confiança, ele se aproximou novamente, encostando sua testa na de Minho. — Eu... eu 'tô muito feliz, Minho. Eu não sei o que mais dizer.
O Lee sorriu de volta, antes de dar um leve beijo na testa menor. — Então, vamos parar de falar besteiras e aproveitar, hm?
Sem dizer mais nada, os dois se levantaram, e, com o coração mais leve, caminharam juntos em direção à casa de Minho. A noite estava apenas começando, e o Han sabia, com uma certeza crescente, que as coisas iam finalmente seguir o caminho que ele sempre desejou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cala a Boca, Sr. Recuperação! | Minsung
FanfictionLee Minho, um aluno perfeccionista e responsável, é forçado a ser monitor de recuperação e acaba tendo que ajudar Han Jisung, o bagunceiro mais caótico da escola. Entre provocações, piadas e uma montanha-russa de emoções, os dois descobrem que, às v...