𝖼𝖺𝗅𝖺 𝖺 𝖻𝗈𝖼𝖺, 𝗌𝗋. 𝗋𝖾𝖼𝗎𝗉𝖾𝗋𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈! ◞ 𝗺𝗶𝗻𝘀𝘂𝗻𝗴

𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗗𝗢𝗭𝗘

𝗢 𝗦𝗢𝗟 𝗜𝗟𝗨𝗠𝗜𝗡𝗔𝗩𝗔 a escola naquele dia, mas dentro de si, Minho se sentia em um dia nublado e sombrio. O barulho do corredor e os risos dos colegas pareciam distantes enquanto ele caminhava em direção à sala de aula. Suas anotações estavam na mochila, mas sua mente não conseguia se concentrar nas fórmulas e nos problemas de química que deviam estar ali. Em vez disso, os pensamentos de Jisung ocupavam cada espaço livre em sua cabeça.

Nos últimos dias, a interação entre eles havia mudado drasticamente. O que antes eram risadas e brincadeiras agora se tornara um silêncio carregado e um olhar desviado. Minho tentava se convencer de que era apenas uma fase, uma pequena crise que logo passaria, mas a verdade era que ele não conseguia parar de pensar em como o Han o fazia sentir. Era como se, em um instante, a amizade deles tivesse se tornado algo mais complexo e, ao mesmo tempo, mais assustador.

A aula começou, mas a atenção do Lee permanecia na janela, onde ele observava as folhas das árvores dançarem ao vento. Cada movimento parecia simbolizar a instabilidade de sua própria vida emocional. O professor falava sobre equações complexas, mas Minho só conseguia lembrar de como Jisung costumava se inclinar sobre sua mesa, fazendo perguntas e se divertindo com qualquer coisa que o professor dizia.

O Lee suspirou, frustrado. A situação estava se arrastando. Ele queria resolver isso, queria que o Han voltasse a ser o amigo que ele conhecia, mas havia um medo crescente de que talvez não fosse possível voltar atrás. Quando a aula finalmente terminou, Minho se levantou lentamente, tentando se recompor e ignorar a sensação de aperto no peito.

No corredor, Jisung estava cercado por seus amigos, rindo e contando uma piada, como sempre. O Lee parou por um momento, observando. A facilidade com que Jisung se comunicava com os outros só aumentava a insegurança de Minho. - Por que é tão fácil para ele e tão difícil para mim? - pensou. Ele se sentiu como um intruso em um mundo onde antes era bem-vindo.

Os dias seguintes foram marcados por uma rotina monótona de aulas e sessões de recuperação, mas cada encontro com o Han trazia à tona uma nova onda de tensão. Eles não falavam muito e, quando o faziam, as conversas eram curtas e superficiais. Jisung fazia suas piadas habituais, mas elas não eram as mesmas. Havia um tom de hesitação, como se ele estivesse se esforçando para manter o clima leve, mas o peso da realidade pairava entre eles.

Certa tarde, após uma longa sessão de estudos, Minho decidiu que precisava de um tempo a sós para tentar organizar seus pensamentos. Ele se afastou do grupo e encontrou um lugar tranquilo no pátio da escola, longe do barulho e da confusão. Sentou-se em um banco sob uma árvore, tentando ignorar a sensação de vazio que o acompanhava.

- Por que eu não consigo simplesmente falar com ele? - Minho murmurou para si mesmo. - Por que é tão difícil ser honesto sobre o que sinto? - A frustração era palpável. Ele queria gritar, mas sabia que isso não resolveria nada. Em vez disso, ele se permitiu um momento de vulnerabilidade, pensando em como a amizade deles havia mudado e o que realmente queria.