O meu coração já estava aposentado

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CAPÍTULO NÃO REVISADO

Regulus BlackAno de 1984

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Regulus Black
Ano de 1984

James aprofundou o que era apenas um selar de lábio em um beijo.

Eu não sabia o que fazer, minhas mãos ainda estavam pousadas na direção do seu abdômen, e eu me recordei de todos os momentos em que vi James Potter sem camisa e imaginei como seria tocar em seu abdômen.

E eu não estou falando das vezes em que eu chegava em sua casa e o homem estava confortável andando apenas com uma calça moletom, mas sim da época em que eu era um adolescente cheio de hormônios e o via após treinos e partidas de quadribol suado.

Por mais que sentir seu abdômen extremamente definido seja muito bom, eu queria mais, queria aprofundar aquele beijo, eu simplesmente não podia decepcionar Regulus adolescente, que como qualquer aluno de Hogwarts que estudou no mesmo ano que, como os próprios os chamavam, os marotos tinha um desejo interno de ficar com alguém daquele trio.

Minhas mãos foram para o rosto do moreno e aprofundei aquele beijo pedindo passagem com língua que rapidamente teve toda a licença que queria pelo de óculos, que envolveu minha cintura e a apertou me fazendo tremer para conter qualquer som vergonhoso.

É nesse momento que eu deveria me sentir um ser humano horrível, eu estava beijando um viúvo, o cara em que agora comecei a ter uma considerável amizade depois de anos sem se quer trocarmos palavras. Eu era babá do filho dele, droga!

Mas era James Potter, porra!

Por toda minha adolescência eu reprimi meu desejo secreto pelo melhor amigo do meu irmão, eu devia odiá-lo, não desejá-lo. Quando comecei a conviver com James depois de adulto, reprimi ainda mais.

Me sentia horrível toda vez que me imaginava fazendo qualquer coisa considerada indecente com o de óculos, por isso sempre o evitei ao máximo e me concentrava apenas no filho do próprio.

– Reggie – Saiu como um sussurro de sua boca quando nossos lábios se separaram com uma distância muito curta.

Merda, merda, merda.

Eu não deveria ter deixado isso acontecer, deveria ter me afastado, deveria ter evitado quando percebi que ele tava se aproximando demais.

– Não surte. Fui eu que te beijei, eu quis. – Ele ainda falava sussurrando, mas terminou a frase em um tom decidido, como se não abrisse margem para que eu retrucasse.

– Isso não podia ter acontecido.

Abri meus olhos e tive noção de que ainda estávamos muito perto um do outro e eu não conseguia distinguir o significado da forma em que o moreno me olhava, mas me deixou arrepiado de qualquer forma.

– Por que? – Ele apertou minha cintura um pouco mais forte. – Por que sou viúvo?

Gaguejei minha reposta, que nem saiu como uma palavra, mas ficou algo travado entre um sim e não.

– Aconteceu. Eu não sei como, mas aconteceu e eu não me arrependi.

– Você mudou de um segundo para o outro, eu não tô conseguindo processar o que acabou de acontecer! – Eu não queria gritar, pois poderia acordar a criança que dormia no andar de cima da casa.

– Eu nem percebi que estava me aproximando tanto de você, mas quando me toquei que queria te beijar e você aparentemente também queria eu fiz. – Ele falava como se fosse algo simples o que me deixou indignado.

– A gente começou a ter uma amizade recentemente, nós nem conversávamos direito. – Minha mente começou a disparar com todos os argumentos do porquê o que acabou de acontecer não deveria ter acontecido.

– Nós convivemos diariamente a dois anos, mas tecnicamente nos conhecemos a muito mais, não pode ser considerado algo rápido. Inesperado? Sim, com toda certeza. – As vezes me pergunto o que se passa na cabeça de James Potter.

– Você nem superou sua esposa morta!

– Não é como se fôssemos casar amanhã, nós apenas nos beijamos Regulus!

– Porra, a gente se vê todos os dias. Eu cuido do seu filho, que caralho!

– Harry nem entre em pauta para esse debate, ele não interfere em nada. – Agora ele realmente parecia muito sério.

– Preste atenção no que eu irei falar agora, Regulus Black. – Ele já estava um pouco mais distante e tinha elevado um pouco a voz, mas não o suficiente para fazer com que Harry acordasse. – Você tem uma relação com meu filho, muito bonita e você me ajuda com ele e eu te agradeço. Eu te beijei porque eu senti vontade naquele momento, eu te olhei e eu senti desejo por você e não era algo que eu esperava, ou até mesmo que eu tenha planejado e é novo para mim também, mas não pode ser algo que interfira totalmente nas nossas vidas.

– A questão é que não é algo novo para mim James!

Agora eu parecia ter chamado a atenção dele de verdade.

– Metade de Hogwarts tinha vontade de ficar com você, eu não seria o único que ficaria livre dos sonhos com o famoso James Potter, mesmo devendo odiá-lo!

– Você era só um adolescente, não deveria considerar isso grande coisa hoje em dia.

– Mas até pouco tempo atrás eu nem olhava na sua cara porque eu me sentia o mesmo adolescente que corava imaginado você sem camisa. Que merda, eu achei que tinha evoluído, que tinha crescido e agora nós poderíamos ser amigos.

– Regulus, não somos mais adolescentes. Você não é mais um adolescente. Somos dois adultos que se beijaram, você não precisa se martirizar por coisas do passado.

Eu ainda estava sobre a mesa, sentindo toda minha ansiedade percorre cada nervo do meu corpo.

– Nós dois somos adultos e podemos lidar com isso.

Todo esse discurso de James estava começando a me acalmar e me fazendo pensar do porquê eu estava tão nervoso com isso.

No momento em que o beijo aconteceu eu até pensei que deveria esperar o momento em que o moreno surtaria, mas por ele estar tão calmo algo me deixou nervoso.

– Quando que você virou tão maduro?

– Tô me segurando para não fazer piada sobre você me querer desde a adolescência.

– Vai se foder!

– E você bem que queria que fosse com você.

Desci da mesa e comecei a preparar o lanche de Harry, e James realmente me ajudou a fazer tudo.

No fim, acho que o surto foi um pouco demais, nada iria mudar, tudo continuaria normal.

___________

Eu só iria lançar esse cap quando terminasse o outro, mas a minha ansiedade não permitiu

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⏰ Última atualização: Nov 17 ⏰

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Flor de LisOnde histórias criam vida. Descubra agora