E o meu jardim da vida ressecou, morreu

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CAPÍTULO NÃO REVISADO
Peço a ajuda de vocês caso achem algum erro ortográfico, abreviação ou qualquer tipo de erro na minha escrita.
Boa leitura!

James Potter
Ano de 1982

Fazia já fazia um mês desde a morte de Lily. Meus pais estavam com Harry, eu não conseguia olhar para meu filho sem lembrar da minha mulher.

O enterro de Lily foi extremamente doloroso, toda vez que eu olhava para o caixão fechado eu desejava que tudo aquilo não passasse de uma pegadinha, que minha mulher ia se levantar e rir do meu estado destroçado, das lágrimas que não paravam de cair.

Tenho certeza que Harry sentiu o clima horrível, ele simplesmente não chorava desde que cheguei agarrado em Sirius e Remus, no esconderijo em que ele estava com meus pais.

Assim que meus pais nos viram, era óbvio que já sabiam dá notícias que havíamos ganhado a guerra, mas logo perceberam que faltava alguém entre nós e como se fosse automática corri para o colo de minha mãe e chorei mais.

Quando Lily foi enfim enterrada, eu estava com Harry no colo, agarrava ele com medo de acabar o derrubando, eu me sentia tão fraco.

Era doloroso de vê-lo, pegar ele no colo e ver uma parte tão viva da mulher que amei por toda minha adolescência ali, no meu colo, com seus olhos verdes tão iguais ao de sua mãe.

Pedi aos meus pais que tomassem conta de Harry, até eu conseguir me ver livre de pelo menos vinte porcento de toda aquela dor, me sentia totalmente inútil por não conseguir nem cuida do meu próprio filho.

– Prongs, levanta por favor. Sua mãe trouxe Harry, vamos ele tá lá na sala. – Sirius e Remus não saiam do meu lado desde que a guerra acabou.

Por mais que o mundo a minha volta ainda esteja seguindo normalmente, minha mente ainda estava no momento em que vi Lily cair no chão sem vida.

– Por favor, James. Levanta. – Dessa vez Remus tentava me levantar da cama. – Você tem um filho, ele precisa de você!

– Depois eu vou. – Saiu quase inaudível, mas por estarem tão perto de mim eles conseguiram ouvir.

Sirius se levantou parecendo cansado e saiu do quarto batendo a porta, consegui ouvir seus passos duros descendo as escadas e chegando até a sala onde provavelmente estavam meus pais.

Ouvi também quando ele voltou junto com mais alguém e abriu a porta de meu quarto com força.

– Ele não come, ele só chora e fica deitado na cama. Eu não sei mais o que fazer, tia! – Sirius havia buscado minha mãe.

– Oh querido, me deixem sozinha com James, ajudem Fleamont com o pequeno Harry. – Minha falava com uma voz doce.

Meus amigos deixaram o quarto, obedecendo minha mãe que veio em minha direção assim que os dois fecharam a porta do quarto e se deitou ao meu lado.

– Tá tudo bem chorar, meu amor. Pode chorar a mamãe tá aqui com você. – Eu me sentia extremamente fraco, não conseguia fazer mais nada além de chorar e me sentir um péssimo pai.

– Eu sou um pai horrível! – Exclamei escondendo meu rosto no ombro de minha mãe.

– Não é, você é um pai incidente. Harry te ama, sente sua falta, vamo lá ver ele. – Ela passava a mão nos meus cabelos.

Eu queria muito descer as escadas e ir vê-lo, queria mesmo, mas apenas me encolhi mais sem falar nada.

– Sabe, quando eu e seu pai estávamos quase morrendo de varíola eu disse para ele que morria de medo de morrer e não conseguir ver o nascimento de Harry. – Finalmente levantei minha cabeça olhando para ela. – Quando descobriram uma cura minha maior felicidade foi saber que veria meu neto crescer.

Eu não sabia onde ela queria chegar.

– Lilian morreu, não pode ver nem o próprio filho crescer, mas você meu filho, você está aqui vivo, cercado por pessoas que o ama e podendo dar todo o amor do mundo para seu filho.

– Eu queria ter morrido no lugar dela, ela saberia o que fazer, eu não sei como seguir a vida sem ela.

– Nós mães sempre tentamos ser fortes pelos nossos filhos, tenho certeza que Lilian também ficaria desolado se você morresse e acolheríamos da mesma forma que estamos fazendo com você.

– Ela já estaria de pé com certeza, se estivesse viva já teria me obrigado a levantar da cama. – Ri mesmo sem humor.

– Você está vivo James. E eu esperei que você já tivesse ao menos um pouco melhor, mas não dá mais, você precisa se levantar agora e ser forte, pelo seu filho e por Lily! – Minha mãe segurava meu rosto com as duas me forçando a olhá-la.

– Não sei se consigo, mãe.

– Você consegue, vamos todos te ajudar. E a partir de hoje Harry irá morar com você, vou vir vê-lo todos os dias, mas seu filho precisa do pai, já basta ele ter perdido a mãe.

E eu consegui levantar depois de todo aquele tempo, mesmo me sentindo fraco, detonado é querendo estar morto, minha mãe conseguiu me fazer enxergar que meu filho merecia ter ao menos um pai.

Eu sabia que nunca seria tão bom quanto Lily se ela tivesse no meu lugar, mas eu tenho que dar meu melhor, por ela.

Minha mãe preparou um banho para mim e quando sai meu quarto já não parecia mais a caverna que eu me enfiei para sair da minha angústia, estava organizado e limpo.

– Você vai começar a ir ao um médico para tratar desses seus problemas com a morte da Lily, quando Harry fizer uns dois ou três anos vai colocá-lo também, mas hoje você vai cuidar do seu filho e eu vou dormir aqui para te ajudar. – Minha mãe disparava ordens.

– Ok.

Eu sabia que não poderia discutir com ela, não achava que precisava de um médico para falar sobre a morte da minha esposa, mas eu iria se significasse que eu melhoria para cuidar do meu filho.

Minha mãe segurou na minha mão para me guiar até minha sala, Harry estava no chão brincando com Sirius que estava fazendo graça para o menininho rir.

Os cabelos de Harry estavam maiores e ele estava mais gordinho, estava vestido com um body vermelho e tentava se levantar apoiado nos móveis da sala.

Todos olharam quando entrei na sala e sorriram aliviados por eu finalmente ter aceitado sair da cama.

Eu ainda não estava bem, eu queria sair correndo para o quarto e me deitar lá e voltar a chorar, mas eu não podia, sabia que não, eu tinha que se forte pelo menininho que assim que viu ergueu seus bracinhos para eu pega-lo no colo.

– Bom te ver fora da cama, filho. – Meu pai me abraçou.

– Harry não merece perder o pai e a mãe. – Sorri triste para o homem muito parecido comigo.

Peguei meu filho no colo, depois de todo aquele tempo, doía muito, mas eu precisava aprender a lidar com aquilo, talvez minha mãe estivesse certa, eu preciso ir ao médico tratar da minha mente para poder dar todo o amor que meu menino merece.

Desculpe, sei que não sou sua mãe e com certeza nunca vou ser o melhor pai do mundo, mas eu te amo e vou melhorar, por nós e pela sua mãe. – Sussurrei apenas para meu filho escutar, mesmo que ele não entendesse aquilo era um promessa.

Eu com certeza não seria o melhor pai do mundo, mas minha mãe tinha razão, meu filho precisa de um pai e precisa saber que é amado.

Acho que ninguém além da minha mãe conseguiria me tirar daquela cama ou saber falar exatamente o que eu precisava ouvir e me sentia horrível por saber que Harry nunca saberia o que era a sensação incrível de poder chorar no colo de sua mãe.

Flor de LisOnde histórias criam vida. Descubra agora