Ocho

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Tema: ciúmes.

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O salão do restaurante estava iluminado com uma luz suave e elegante, refletindo nas taças de cristal perfeitamente alinhadas sobre as mesas. O jantar com patrocinadores era um evento importante, cheio de executivos engravatados, rostos conhecidos e sorrisos diplomáticos. Carlos estava sentado em uma das mesas centrais, e ao seu lado estava sua namorada, S/N, vestindo um vestido vermelho que abraçava suas curvas de forma impecável. O cabelo dela caía em ondas suaves sobre os ombros, e seu sorriso, radiante e natural, era o centro das atenções.

Carlos sempre se orgulhava da beleza e da presença dela, mas naquela noite, algo em seu comportamento estava diferente. Talvez fosse o jeito como um dos jovens executivos de um dos patrocinadores estava rindo demais das piadas de S/N, ou como ele parecia ansioso para conquistar a atenção dela. O sangue de Carlos começou a ferver, e ele tentou manter a compostura, mas era evidente que o ciúme estava o consumindo.

S/N percebeu que algo estava errado quando Carlos segurou a taça de vinho com um pouco mais de força do que o necessário, seus dedos crispados ao redor do vidro. Ela lançou um olhar preocupado na direção dele.

— Tudo bem? — ela perguntou, sua voz suave e cheia de preocupação.

Carlos a olhou, o maxilar apertado, mas ele tentou sorrir. — Estou, sim. — Mas, na verdade, ele estava longe de se sentir bem.

A conversa continuou ao redor da mesa, e S/N se viu puxada para um diálogo animado com o tal executivo, que era todo sorrisos e charme. Ele elogiava o conhecimento dela sobre o esporte, sobre as corridas, e ela, educadamente, respondia com o mesmo entusiasmo, sem perceber o quanto aquilo estava mexendo com Carlos.

A certa altura, o executivo inclinou-se um pouco mais perto, seu rosto iluminado por um sorriso que Carlos achou desnecessariamente largo. Ele lançou um elogio que fez S/N corar levemente.

— Você realmente entende bastante de Fórmula 1. É raro encontrar alguém que fale com tanta paixão. Carlos é um homem de sorte, não é mesmo?

S/N sorriu educadamente, mas antes que ela pudesse responder, Carlos interferiu, sua mão grande e firme pousando sobre o joelho de S/N sob a mesa, apertando suavemente, mas de um jeito possessivo. Ele se inclinou, interrompendo a conversa.

— De fato, eu sou um homem de muita sorte — disse Carlos, mas seu tom tinha uma ponta de desafio que não passou despercebida. Ele olhou para o executivo, e os olhos dele estavam intensos. — E é por isso que eu cuido muito bem dela.

S/N ficou tensa ao sentir a energia ao redor da mesa mudar. Ela tentou tocar a mão de Carlos de forma tranquilizadora, mas ele parecia ter decidido que precisava marcar território. Quando a conversa foi retomada com um clima ligeiramente desconfortável, ele se virou para ela, sussurrando em um tom baixo.

— Está se divertindo? — Ele não soava hostil, mas havia algo de protetor demais em sua voz, algo que S/N não sabia bem como responder.

Ela virou o rosto para ele, os olhos dela encontrando os dele. — Carlos, estamos em um jantar profissional. O que há de errado com você?

Carlos passou o polegar pelo joelho dela, num gesto que deveria ser reconfortante, mas era claramente possessivo. — O que está errado é esse idiota tentando chamar sua atenção. Você não vê?

S/N soltou um suspiro exasperado, mas antes que pudesse responder, um dos patrocinadores mais antigos pediu um brinde. Carlos, relutante, soltou a perna dela para erguer a taça, mas o ciúme ainda era evidente em seu rosto.

O brinde acabou, e o jantar seguiu, mas Carlos não conseguia relaxar. Ele percebeu o olhar preocupado de S/N e, tentando se redimir, passou o braço ao redor do encosto da cadeira dela, puxando-a um pouco mais para perto.

— Desculpe, eu só... — começou ele, mas ela o cortou, murmurando.

— Você precisa se controlar, Carlos. Eu estou apenas conversando. Isso aqui é importante para você. Não quero ser o motivo de uma cena.

Carlos apertou os lábios, mas não respondeu. Ao invés disso, seus dedos deslizaram pela pele nua das costas dela, sob o vestido, um gesto que ele sabia que a deixava arrepiada. Ele estava tentando se convencer de que era apenas para se acalmar, mas era mais um jeito de lembrar a ela—e a qualquer um que olhasse—de que ela era dele.

Quando o jantar finalmente chegou à sobremesa, S/N se levantou para ir ao banheiro. Carlos observou com atenção, sentindo um ciúme irracional sempre que alguém a olhava. O jovem executivo a seguiu com os olhos, e aquilo foi a gota d'água.

Carlos levantou-se, sem pensar, e encontrou S/N perto do corredor que levava ao banheiro. Ele segurou o pulso dela, e ela se virou, surpresa.

— O que você está fazendo, Carlos? — ela perguntou, a voz baixa, ciente de que qualquer um poderia ver.

— Eu estou ficando louco, S/N — ele disse, os olhos fixos nos dela. — Não suporto a ideia de outro homem te olhando desse jeito. Eles não têm o direito de sequer pensar em você.

S/N puxou o pulso de volta, respirando fundo para manter a calma. — Você precisa confiar em mim. Não vou passar a noite me justificando por ser educada. Preciso que você seja mais maduro.

Carlos olhou para ela, seu olhar um misto de frustração, medo e amor. Ele odiava a ideia de perder o controle quando se tratava dela, mas o ciúme era como uma onda que ele não sabia controlar.

— Eu confio em você, mas não nos outros. Eu sei como as coisas são, S/N. — Ele se aproximou mais, seu rosto tão próximo que ela podia sentir o cheiro familiar do perfume dele. — Mas você está certa. Eu não quero estragar tudo isso. Me desculpa.

Ela olhou para ele, seus olhos suavizando um pouco, mas ainda havia uma certa irritação ali. — Vamos voltar, e você vai se comportar. Promete?

Carlos assentiu, segurando a mão dela com mais gentileza desta vez. Eles voltaram para a mesa, e ele fez um esforço visível para se acalmar, embora seus olhos ainda monitorassem qualquer um que ousasse prestar atenção demais na mulher que ele amava. E naquele jantar cheio de tensão, entre ciúme e sentimento, S/N sabia que amar Carlos Sainz era viver entre momentos de paixão intensa e desafios que testavam até a paciência mais calma.

𝟓𝟓 - 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨  Onde histórias criam vida. Descubra agora