Zoro e S/n

Cap 32

Todos ajudaram a cavar as covas, disse que o melhor lugar para enterrar nossos amigos era acima da colina, de frente ao mar e ao por do sol.

Alec ajudava a cavar, ultrapassando os limites do seu corpo, não fazia intervalos e mal parava para tomar fôlego.

- O deixem em paz - Digo quando os outros tentaram para-lo. Conhecia a sua dor, sabia que ele precisava daquilo.

Evitei olhar muito para os corpo, não precisava me machucar ainda mais, queria ter a imagem deles com vida e felizes na minha mente, mas ajudei a coloca-los em cada cova.

- O padre deveria está aqui, ele saberia o que dizer - Shinji comenta e concordamos - Os outros também queriam estar aqui, vou me despedir por eles.

Cada um chorou quieto, murmurou suas despedidas, enquanto fechamos as covas. Nami trouxe flores para cada um e Usopp ajudou nas lápides. Luffy segurou o chapéu contra o peito em sinal de respeito. Brook tocava sua música favorita no violino, ja escutei tocar essa música tantas vezes de forma animada, mas agora estava mais triste, melancólica.

Depois que terminamos, parecia que ainda não tinha um ponto final, todos me olhavam esperando que me pronunciasse. Eles estavam de luto, querendo se agarrar a algo para seguir em frente e eu tinha que ignorar meu próprio luto para dar esse algo para eles.

- Não precisa falar nada, se for difícil - Hawks aperta meu braço, sussurrando no meu ouvido.

Ignoro e vou até a frente das covas, eles me dão tempo para pensar nas palavras, penso no que o padre falaria, nunca passamos por isso antes, mas o discurso se formou fácil na minha mente.

- Hoje nos reunimos para dizer adeus a almas que nunca deveriam ter partido tão cedo. Eles eram mais que amigos, mais que companheiros de jornada. Eram nossa família. Unidos por laços mais fortes que o sangue, lutaram lado a lado por aquilo que acreditavam com todas as suas forças, a liberdade. - Respiro fundo controlando o choro. Deixo as palavras saírem -  Eles sonhavam com um mundo onde poderiam ser verdadeiramente livres, sem amarras, sem correntes. Era esse desejo que guiava seus corações e fazia seus espíritos arderem como o sol no horizonte. Hoje, eles descansam, mas suas lutas e seus sonhos não se apagam. Seus sorrisos, suas vozes, suas risadas ainda ecoam em nossos corações. - Sorrio triste lembrando brevemente de cada um - Suas memórias serão a vela que nos guiará pelas águas escuras que ainda teremos que cruzar. Sabemos que onde quer que estejam, eles encontraram a liberdade que sempre buscaram. E nós, que ainda ficamos, seguiremos em frente, carregando seu legado e lutando por essa liberdade com a mesma coragem que eles mostraram até o fim. Que encontrem descanso em mares serenos, livres, como sempre sonharam.

Aos poucos foram vontando para o barco, preparando para partida. De alguma forma parecia que o clima ficou menos pesado, como se a despedida tivesse sido o suficiente para seguir em frente.

Eu fiquei, assim que sabia que estava sozinha me deixei cair no chão e chorar. Implorei por perdão, por não ter sido uma boa capitã, que lembraria deles todos os dias até o dia da minha morte. Chorei tanto que meus olhos ardiam.

Levantei esfregando os olhos para afastar as lágrimas, ainda tinha coisas para fazer.

Sair sem que eles me vissem foi fácil, os outros estavam ocupados demais organizando nossa partida, que não me viram seguir para cidade.

Ando rápido, mas não rápido o suficiente para chamar atenção. Meu Haki estava ativado, não localizei nenhum inimigo pelas redondezas, mas todos aqui poderiam ser cúmplices de Gawain.

Chego até a forja que passei antes, tem uma placa de " fechado" na frente da porta, mas consigo ver movimentação lá dentro pela janela embaçada.

- Achei que não fosse voltar - O velho ferreiro corpulento e cabeludo fala, cuspindo tabaco do balde do canto.