Capítulo 29

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Acordo assustada me erguendo na cama, minha cabeça gira pelo movimento. Estou no meu quarto, olho minhas roupas e elas ainda estão úmidas então quer dizer que não dormir por muito tempo.
Levanto meio grogue e com dor de cabeça por conta do choro. Vou até o banheiro me olhar no espelho. Não reconheço minha aparência, meus olhos inchados e irritados, meu rosto ainda mantém o semblante de assustado.

Lavo o rosto e tento me lembrar de tudo. Lembro de ter sido pega por Micah, de fugir. Acho que gritei em algum momento e chorei de forma patética.

Sinto minha vergonha crescer, tenho vontade de me socar lembrando que desejei me acolher nos braços da minha mãe, por ter perdido o controle e ter caído em prantos.

Um flash de memória vem, Zoro me abraçando. Em algum momento ele me trouxe de volta para o barco e me lembro do que pensei e disse, mas não sei o que ele me respondeu. É como se estivesse com água nos ouvidos ou em pânico demais para processar suas falas.

" Meus companheiros" - Porra! - Vou para minha cômoda arrancando uma calça e uma camisa, me vestindo rápido. Não poderia buscá-los vestida com um vestidinho curto.

- Vou encontrar vocês - Corro para pegar meu Machado - E matar todos esses desgraçados.

Saiu para o convés, não vejo ninguém no caminho e uma preocupação me domina " Será que Micah fez alguma coisa com eles?"

Um problema de cada vez, pelo que pareceu, meus companheiros estão com o tempo contado, sinto meu coração bater mais forte se enchendo de energia e corro para fora do barco. Sinto o Haki sair de mim, como raios saindo da minha pele e atingindo tudo que tem ao meu redor.

Vejo uma aranha andando na sua teia em uma árvore muito distante de mim, o som nítido de aves voando no céu, a música bem distante da festa é alcançada pelos meus ouvidos com mais precisão. É como se meus olhos pudessem ver além do que olhos normais podem. Por instinto, eu sigo uma direção correndo cegamente em busca de qualquer sinal deles.

Entrando fundo na mata começo a sentir a presença das pessoas em todos os lados, consigo identificar quem são. Sinto minha mente se perder em alguns momentos, dominada pela raiva desse jogo de gato e rato.

Eles vieram, surgiam atirando ou apareciam do nada. Sem perceber eu já estava sorrindo, finalmente podendo colocar minha raiva para fora. Pensei que enquanto eles perdessem tempo comigo, não teriam a chance de ir atrás dos meus amigos.

Pouco me importavam quem eram, de onde viam ou quanto receberiam por fazer esse trabalho sujo. Eu queria o sangue deles, queria sujar meu Machado, encarar a surpresa nos seus olhos quando vissem que era uma usuária de akuma no mi e que eles iriam morrer.

Pode ter se passado horas, ou menos que isso. Perdi a noção do tempo quando perdi um pouco da cabeça. A culpa sobe a garganta, eu deveria está preocupada em procura-los em vez de descontar minha frustração com quem encontrasse. Minhas mãos estavam tremendo pelo estresse e pelo uso excessivo do Haki. Ainda não encontrei nenhum companheiro, sinto medo de ser tarde demais. Bum. Bum.Bum.

Escuto as explosões, vem de lados diferentes " Aquele maldito moleque" lembro da reação do Micah quando escutamos aquela primeira explosão. Só pode ser Hasin, meu moleque artilheiro.

-Boa, garoto! - Digo cheia de alívio, ele está aqui, ele está vivo.

Sinto a presença de alguém e o barulho de galho quebrando vem logo em seguida, me viro erguendo o Machado preparada para matar mais um.

- Sou eu, Sou eu - Zoro aparece com a mão estendida para mim - O quê você está fazendo aqui?

- Eu é quem pergunto, o que você..? - Zoro me abraça apertado, por um momento esqueço o que estava pensando e apesar de toda minha urgência eu aproveito do seu calor, do seu carinho tão pouco demonstrado.

Zoro e S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora