Capítulo 20

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" Não perderei para eles, não morrerei por essa loucura. Decidi parar de chorar e me lamentar e ocupei o meu tempo me preparando para ter uma chance de fugir, eu me exercitava muito, meditava e planejava meios de fuga.

Seu corpo está se desenvolvendo tão bem, S/n - Micah diz enquanto estou fazendo abdominais de cabeça para baixo com os pés presos na grade.

Ele tem me visitado todos os dias, sua presença me deixa desconfortável, a maneira como olha para mim, para meus peitos e para o que tenho entre as pernas me incomoda.

Nas noites da lua de sangue Gawain me tira da sela para comparecer com ele para celebração do povo, eles tiram minhas algemas dos pulsos e a substituem por uma coleira apertada, mal consigo respirar com ela. Passo tanto tempo desejando um pouco de luz do sol, de ver pessoas e de ver o céu, mas só de pensar na coleira eu desejo voltar para segurança da minha prisão.

Sempre procurei uma saída, mas nada que pensava funcionaria, poderia até sair da cela, mas e depois? Não tinha para onde ir, estava cercada por um povo que esperava a minha morte e que adoravam seu soberano.

A partir dos meus 13 anos, 1 vez por ano Gawain reúne o povo para me exibir e fazer um corte fundo nas minhas costas para beber do meu sangue e mostrar a eficácia do meu poder sobre ele.. ou o poder dele sobre mim. Quando estou ajoelhada, agonizando de dor, vejo os rostos das pessoas, tem rostos totalmente alienados na crença de que aquilo é certo e nem um pouco desumano, mas tem também rostos de raiva coberto por capuzes, um ódio tão verdadeiro voltados para aquele que achava que era amado por todos. "

Bato a porta do quarto com força e sinto o chão tremer, deslizo para o chão fraca das pernas.

-Não passa de uma fracote! - As palavras saem difíceis pela garganta quando agarro meus cabelos rente à cabeça - Desse jeito nunca poderá enfrentar Gawain, ele vai te matar em instantes - O pânico toma conta da minha mente "Ele vai me matar, ele vai me matar, ele vai me matar e não passarei de uma lembrança de uma idiota que sempre teve seus dias de vida contados"

O desespero fluindo em mim, minha última esperança era dominar meu poder no seu limite, mas nem isso eu conseguia. Aquilo era desesperador, ter que lidar com tudo isso sozinha.

Meu poder me permite controlar o sangue, consigo controlar a temperatura do corpo, minha adrenalina, meu fluxo sanguíneo, meus hormônios dentre outras coisas, e consigo manipula-lo como quero, formando armas ou de outras formas como defesa.

É uma ótima fruta, mas eu sei que tem potencial para ir alem, quero controlar o sangue dentro do corpo do oponente, desse jeito controlaria seus movimentos, destruiria seu coração, confundiria o seu cérebro, mas para mim isso ainda é limitado, consigo fazer algumas coisas quando a pessoa está sangrando, desse jeito tenho acesso fácil para o seu interior e precisaria o tocar para isso.

Me levanto com dificuldade e com ajuda da parede me arrasto até o banheiro para me enfiar de baixo do chuveiro, tinha suado muito hoje e um banho gelado poderia me ajudar.

A água gelada batendo na minha cabeça não me conforta, não é nem um pouco acolhedor, não como seria um abraço quente. Eu evito abraços, evito criar laços fortes para chegar nesse ponto, sou próxima da minha tripulação, mas não posso dizer que sou tão amorosa quanto Luffy. Cada um sabe o seu papel, eu os coloquei no barco e todos se ajudam, mas pelo tempo que estou aqui sem notícias, parece que não faço tanta falta assim, eu achava que pelo menos Hawks me procuraria, mas porque ele não fez isso até agora? Realmente estou sozinha, sou apenas eu por mim mesma até o fim.

"Zoro" seu rosto vem em minha mente e sinto meu rosto ficar quente.

Idiota, começa a se iludir não - começo a rir sozinha e nua no banheiro. Pego o sabonete e esfrego a pele - Não é como se ele gostasse de mim.

Zoro e S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora