vinte e dois

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Rebeca acordou num sobressalto, o barulho que vinha do banheiro a fez levantar para saber o que era. Simone estava vomitando. Sem pensar duas vezes entrou no banheiro e segurou seus cabelos, acariciando suas costas suavemente enquanto esperava ela pôr pra fora tudo que tinha em seu estômago.

— Hum... Tudo bem? — pergunta carinhosamente, a voz levemente rouca do sono.

Biles balança a cabeça e dá descarga. Em silêncio, levanta do chão, escova os dentes e lava o rosto. Só então, vira-se para Rebeca e sorrir, agradecendo.

— Ressaca? — a brasileira pergunta, aproximando-se e tocando-lhe os braços.

— Uhum... — responde com certa fraqueza, passando os braços pela cintura da ginasta para abraça-la.

Pela primeira vez, Rebeca sentiu-se derreter com uma atitude. A sensação gostosa que a dominou a fez sorrir amplamente, retribuindo o abraço e aconchegante Biles em seus braços. O conforto daquele abraço era inusitado, a sensação acolhedora e a necessidade de proteção era algo que nunca tinha sentido antes.

— Você deveria descansar hoje... — aconselha, estranhando a doçura em sua voz, mas isso não a incomodou.

— É, eu acho que sim... — suspirou, afastando-se um pouco até poder olhar para os olhos da brasileira. — Acha que elas ficarão chateadas?

— Não, elas vão entender! — a tranquilizou, seus olhos acompanhando cada movimento dos olhos e dos lábios de Biles.

De maneira quase que involuntária, seus rostos foram se aproximando lentamente até que seus lábios roçaram uns nos outros delicadamente, os sorrisos surgindo conforme o toque se tornava mais encaixado e familiar. Simone segurou o rosto da brasileira com as duas mãos, ditando o ritmo lento do beijo e o aprofundou mais, enquanto as mãos de Rebeca foram até sua cintura, juntando seus corpos e prensando-a na pia. A maneira que Andrade a beijava, os movimentos hábeis que fazia com a língua, o gosto do beijo, tudo estava acendendo o corpo de Biles.

Rebeca praguejou internamente a necessidade de oxigênio, pois logo precisou afastar-se dos lábios de Simone, mas não se manteve longe, descendo os beijos delicados pelo queixo e aprofundando no pescoço, mordeu levemente e não resistiu a vontade de chupar com mais força, mesmo sabendo que poderia deixar marca.

Afastou-se um pouco, a tempo de ver a estadunidense de olhos fechados e boca levemente aberta – a visão trazendo um sorriso ladino aos seus lábios. Simone encarou a brasileira de volta depois de uns segundos, a expressão entregando o que estava sentindo.

— Essa é a sua intenção? — Simone questiona, a voz rouca e levemente divertida.

— Hum. Talvez...

Sorrindo pequeno, Rebeca virou-a de frente para o espelho deixando suas costas contra sua frente e conectou seus olhos através do reflexo. Simone observou o exato momento que a brasileira prendeu delicadamente seu cabelo em um coque, deixando seu pescoço totalmente livre e se aproximou, deixando beijos delicados onde provavelmente ficaria marcado.

— Você é tão linda... — a voz baixa de Rebeca soou sincera, trazendo um sorriso aos lábios de Simone.

Biles pendeu a cabeça, deitando-a em seu ombro e fechou brevemente os olhos, suspirando ao sentir os braços da brasileira a abraçando firmemente pela cintura.

— Eu vou descer, já volto com água e aspirina. Ok? — Rebeca segurou seu rosto com uma das mãos e juntou seus lábios antes de deixar o banheiro e uma Simone entorpecida para trás.

Com uma mão sobre o peito na intenção de acalmar as batidas do coração, Rebeca deixou o quarto com um sorriso bobo. Havia chegado a conclusão que não iria reprimir nada, se deixaria levar e veria até onde as coisas poderiam ir, o que sentia era bom demais, gostosa demais para se negar a viver. Ainda mais porque se tratava de Simone.

Primeira Vez - Rebiles Onde histórias criam vida. Descubra agora