Capitulo 1

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Bianca Santana.

Hoje eu poderia identificar como o pior dia da minha vida, eu não podia acreditar que isso realmente estava acontecendo justamente comigo. Mas que droga ! O destino não escolheu hora melhor pra sacanear comigo.
" Bianca queria, modos." Alerta a minha conciência e, ah... Perdão pessoal, estou aqui chingando e esbravejando e esquece de me apresentar a vocês. Prazer, eu sou Bianca Santana e tenho 17 anos e sou uma garota alegre, amiga, companheira e até mesmo compreensiva, mas só quando o assunto não é tão delicado quanto agora. Acalmem-se, vou explicar melhor. Há mais ou menos um ano atrás minha mãe pegou meu pai a traindo dentro de casa com uma das empregadas que tinhamos em casa, foi uma discussão tremenda que só piorava conforme os dias se passavam e isso começou a afetar meu relacionamento com meu pai, eu sentia repulsa dele por ter traido minha mãe e por ter enganado ela a e a mim tão facilmente com essa historia de "familia feliz e unida sempre". A cada dia que se passava a situação ficava mais dificil, tanto pra mim que fiz voto de silencio dentro de casa, quanto para minha mãe que nunca mais teve coragem de olhar na cara do meu pai e muito menos dormir no mesmo quarto que ele. Eu achei isso justo, e não imaginei que poderia piorar até minha avó ( mãe da minha mãe ) ficar sabendo de toda essa situação e sair do condado de Texas pra vir até Nova York ver como estava a minha mãe, e num desespero minha avó teve uma discussão horrorosa com meu pai que só conseguiu cativar mais ódio de mim pelas palavras que ele usou para ofender a minha avó. Isso foi a gota d'água para nós, que juntamos nossas coisas, pertences pessoas que caberiam nas nossas malas e deixamos a grande e movimentada cidade de Nova York pra ir morar no condado de Texas. A cidade lá realmente era bem pequena de poucos habitantes e todos lá se conheciam e sabiam quando tinha gente nova por lá. E foi assim que conheci meus colegas de escola, e o menino mais bonito do colegio Philip. Ele era estremamente cobiçado e sempre tinha uma das "meninas metidas" ao seu lado, já tinha até perdido as esperanças quando ele veio trocar meras palavras comigo. Fiquei radiante e ao mesmo tempo se voz, pois sempre que procurava uma forma de responder suas perguntas as palavras não saiam, então apenas assentia com a cabeça positivamente ou negativamente. Minha voz só foi sair mesmo quando ele pediu meu numero de celular e eu me obriguei a soltar a voz pra dar meu numero a ele, que deu piscadinha antes de sair com a promessa que me ligaria ou mandaria uma mensagem. E desde então venho tentando me controlar cada vez que meu celular apita ou toca ( e isso faz mais ou menos três meses ). Mas minha avó adoeceu logo em seguida ficando internada na uti, os médicos tentaram de tudo para manter a minha avó viva, mas a mesma não resistiu na segunda cirurgia e faleceu no meio da operação. Minha mãe e a familia dela ficou desolada com o acontecido e vieram todos para cá velare enterrar vovó. A família de mamãe é toda brasileira já a do "homem que me fez" é toda do Estados Unidos. Minha tia Helena fez um convite tentador a minha mãe que ficou de pensar e responder quando desse, ela chamou a nós duas para morar no Brasil perto delas, no Rio de Janeiro.
Depois de tudo isso e de muito minha mãe pensar, ela entrou em contato com minha tia e disse que assim que a papelada do divorcio fosse resolvida e ela estivesse separada e com a minha guarda total ela iria comigo para lá. E eu não vi problemas nisso, afinal meus amigos daqui eram poucos e com esses eu conversaria pela internet ou até mesmo pelo Whatsapp, não nos veriamos todos os dias mas conversariamos bastante pra suprir essa grande distância entre nós. Mas é ai que as coisas começam a se complicar. O menino por quem eu tinha uma queda ( uma queda não, um desmoronamento ) resolveu me mandar uma mensagem a três semanas atrás me chamando pra sair, e eu tive que desmarcar três, T.R.Ê.S encontros com ele pela audiência da mamãe sobre o divórcio e a minha guarda. E eu me lembro como se fosse a horas atrás quando eu fui entrar na sala para escolher com quem ficar.
FLASH BACK ON.
Gostaria de chamar para entrar neste tribunal a senhorita Bianca Santana para depor e escolher com quem ela prefere ficar. - Fala o juiz segundos antes de um policial me acompanhar até de frente para a mesa do juiz de Nova York.
- A senhorita jura dizer a verdade, somente a verdade e nada além da verdade ? - Me pergunta um homem que eu presumo ser o ajudante do juiz.
- Sim. - Digo apenas isso e me sento ao lado do juiz. Em seguida vem o advogado do meu pai me fazer perguntas. Obviamente como presumi, meu pai mentiu e forjou provas para incriminar mamãe de tudo o que se ocorreu desde de que saimos da casa dele e como eu jurei não mentir contei a verdade sobre tudo, as brigas, as ofensas a minha mãe, a traição e a agressão fisica a uma senhora de idade. Todos no lugar ficaram abismados com o que escutaram e o advogado me pareceu bem surpreso com o que tinha acabo de escutar de mim, uma adolescente traumatizada de dezessete anos de idade. A advogada da mamãe não me fez nenhuma pergunta depois de todo o meu relato e então foi a vez do juiz perguntar a mim.
- Depois de todo esse depoimento e acusações já provadas pela sua mãe, deveria presumir a resposta da senhorita mas por questão de lei, ordem e obrigação como praticante da lei vou pergunta-la : Senhorita Bianca Santana, com quem a senhorita alega ser o melhor lugar para ficar, com o Senhor Pitter Walker ou com a Senhora Júlia Santana ? - Após a pergunta feita me levanto da cadeira e sem sombra de dúvidas respondo em alto e bom som.
- Com a Senhora Júlia Santana, minha mãe. - Falo e meu pai fica indignado e perde o controle vindo pra cima de mim jurando me dar uma surra, mas os policias que estavam perto de mim o afastam a tempo e o juiz bate o martelo decretando que minha mãe teria minha total guarda e não seria compartilhada pois o réu Pitter Walker estava preso por adulterio, agressão a idoso e tentativa de agrassão a uma menor idade.
FLASH BACK OFF.
E foi assim que minha vida mudou da água pro vinho, eu perdo totalmente o contato com Phillip e acabei neste situação que estou hoje: de malas prontas e decidida a ir morar no Brasil com a familia da minha mãe no Rio de Janeiro.
- Oh minha filha, tenha paciência. Lá você também fará novos amigos e encontrará alguém que goste de você de verdade... - Fala minha mãe me dando um longo abraço.
- Eu sei mamãe, não é só por isso... é que... sei lá, vou sentir falta daqui... - Digo soltando um suspiro cansado, aquele que se solta quando se esta cansado de insistir em uma causa perdida sabe, então. Estou assim.
- Eu também vou minha querida, mas você sabe que temos que ir não é princesa ? - Eu simplesmente amo quando ela me chama assim, me sinto reconfortada.
- Promete que ainda iremos comer lanches e batatas fritas todas as semanas ? - Pergunto e ela me lança um sorriso que de longe percebe-se que não é um sorriso verdadeiro, mas mesmo assim ela sorri.
- Prometo. - Beija a minha testa e pega a mala dela pra colocar no táxi que acaba de chegar na porta de casa. Ainda com o coração na mão forço meus pés a se moverem para fora daquela casa, que guarda recordações de momentos bons que vivemos ali. Quando coloco os pés pra fora vejo minha melhor amiga chorando muito perto do táxi, corro até ela e a abraço bem forte. Ah, como eu queria que ela pudesse ir morar junto comigo.
- Me prometa sempre entrar em contado, por Whatsapp, Skaype e Facebook. - Ela me pede com os olhos brilhando e eu sou obrigada a sorrir deste lembrete sem cabimento dela.
- Sempre sua chata... - Dou-lhe um ultimo abraço antes de entrar no carro para ir ao aeroporto. Meu coração se aperta quando noto que somente ela veio se despedir de mim, nem os outros colegas e muito menos Phillip deu as caras por lá, talvez mamãe tivesse razão, ele nunca gostou de mim de verdade, talvez eu fosse somente mais um objeto de brinquedo para ele e de alguma forma apesar de machucar constatar isso me conforta também, pois sei que agora não ficarei chorando a noite toda por um garota que nem se quer se importa de verdade comigo, queria apenas tirar a minha virgindade e espalhar para o condado todo a garota facil e ingenua que fui. Com esses pensamentos estranhos mas concretos minha mãe me tira do transe para avisar que já haviamos chego ao aeroporto e que tinhamos que ir logo para fazer o check-in antes de embarcar nossas malas.
Saio do táxi secando as últimas lágrimas que me permito derramar aqui no condado, pois a partir de agora vida nova, amigos novos e tudo novo. Menos um novo amor, é claro. Fazemos um check-in, embarcamos as malas e vamos pra áres de embarque ficar na fila, pois nosso voo já havia sido chamado duas vezes.
Assim que entramos no avião e encontramos nosso lugar, tiro meu celular e meu fone de ouvido da mochila e um livro que havia ganhado de Sidney a dois dias atrás, Pra Onde Ela Foi era o nome do livro. Ele era a continuação do livro Se Eu Ficar que eu comprei li e amei muito. Sento-me no assento da janelo e me permito mergulhar no mundo das músicas e da literatura, já que daqui algumas horas estarei desembarcando no meu novo lar, meu recomeço.

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Eai meninas o que acharam do primeiro capítulo ? Estão gostando ? Contínuo ou não ?
Peço desculpas pela demora do primeiro capítulo e gostaria de avisa-las que postarei toda segunda feira, a partir da semana que vem. Espero que gostem, bom é isso.
Beijo, da autora. :*

Transcendendo LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora