capítulo 44

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•BÔNUS•

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BÔNUS•

_Débora_


_Vamos logo, mona! Tá achando que eu tenho todo tempo do mundo é?_ Olhei em direção à voz que falou, já revirando os olhos.

O Jonatan tinha ficado com essa ideia de ir conhecer uma balada nova que abriu. E a escolhida pra ir com ele fui eu.

Detalhe: eu nunca nem pisei numa balada. A única coisa que me pega são os rolês aqui no morro mesmo, essas festinhas simples que a galera se junta. Mas balada? Nunca fui e não tô a fim de começar agora, ainda mais que o trampo foi pesado hoje. A última coisa que eu queria era sair de casa. Só queria estar deitada, no meu casulo, quietinha.

_Já disse que eu não vou, chama teu bofe pra ir contigo._ Falei, enquanto enfiei uma colherada generosa de açaí na boca.

_Primeiro que eu não tenho bofinho, só conhecidos que me trazem uns benefícios. E dois, é eu chegando com ele e a polícia logo atrás._ Ele falou dando uma risada debochada no final.

Eu continuei mexendo no meu açaí, sem muita paciência. Fiquei quieta por uns segundos, mas sabia que ele não ia me deixar em paz, então resolvi o alfinetar antes.

_E é isso que dá, ficar de fogo com quem é de caráter duvidoso._ Eu disse, sem nem olhar pra ele, só observando a série que tava passando na TV.

_Falou a bela moça puritana, se manca, filha. Pra eu começar a explanar teu passado, não me custa nada não._

Fiquei calada, mas já estava ouvindo ele lá, falando mais do que devia.

_Vamo logo, irmã. Você precisa se divertir, aproveitar. Ficar vivendo como uma senhora de 70 anos no auge da juventude é deprimente, mona._ Ele deu uma piscadinha e ajeitou o cabelo inexistente.

Eu torci os lábios, me dando por vencida. Não que eu quisesse muito, mas sabia que se ficasse insistindo em não ir, ele ia me encher até eu ter que sair. E ele tem razão, né? Às vezes, é bom sair um pouco da rotina.

_Então, só antes das 2h eu já quero estar em casa._ Falei,indo pro meu quarto, pegando minha bolsa.

Jonatan passou o gloss no lábio e, com um sorriso sarcástico, falou:

_Preciso renovar minha cartela de amizades, né?_

Tava me sentindo um pouco irritada, mas também sabia que ele só tava querendo me arrastar pra um rolê qualquer. Não é que eu não gostasse de me divertir, é que o jeito dele de convencer me dava nos nervos. Ele ficava nessa de que eu precisava me jogar na balada, como se a única diversão fosse essa. Eu até entendia, mas, cá entre nós, a vida aqui no morro já tem suas próprias aventuras. Aquelas conversas de rua, os bailes mais tranquilos, as noites ao redor da laje. A balada, com a galera toda se jogando nas pistas, não era bem meu estilo.

Fora que, quando sabem a onde nós moramos o preconceito bate na hora,mas fácil eles ficarem perto de um leão, do que dá gente.

Eu saí do meu quarto e fui até o espelho. O look tinha que ser básico, porque a ideia não era ser o centro das atenções, mas também não queria parecer que tava de qualquer jeito. Um vestido preto belíssimo, que eu peguei na loja da mãe da Jasmine,  e um saltinho não muito alto. Minha alto estima não está das melhores ultimamente, venho tendo zero prazer em me alinhar.  Queria era fugir da responsabilidade da noite e voltar pro meu sofá.

_Vou ter que passar tudo no cartão, e olhe que a fatura desse mês nem fechou._

Resmunguei enquanto ele colocava a última camada de gloss, tentando chamar mais atenção que a própria balada. Mas, ok, ele era assim. Sempre tão exagerado, se colocar ele no meio de um monte de gente, ainda fica fácil de o reconhecer, a bicha não sabe ser básica. Mas também, quem sou eu pra julgar, né? Cada um com suas loucuras.

Quando o Jonatan terminou de se preparar, se virou pra mim com aquele sorriso maroto, mais uma vez pedindo pra eu "ser a companheira de rolê". A Agatha até tentou me levar pra uns rolês da zona sul, mas eu sou do pagodinho, acho que isso vem da minha avó, cresci vendo ela escutando e acabei pegando apego. Eu gostava mais de um programa mais simples, mais de boa.

_Então, bora!_ Jonatan falou, já na porta, parecendo que não ia mais me dar chance de recusar.

_Eu vou, vai. Mas só porque você é insistente demais._ Eu soltei a frase com um suspiro e uma cara de quem tava indo pro sacrifício, mas no fundo sabia que não ia ser tão ruim assim.

A noite prometia ser uma bagunça, mas, ao mesmo tempo, tava curioso o que ia rolar lá. Sempre é assim, né? Quando a gente não quer nada, parece que tudo acontece.

Eu e o Jonatan saímos em direção à balada, mas, claro, com toda a galera olhando. Ele se sentia como se fosse o centro das atenções, e eu só tentava me manter discreta, evitando qualquer olhada mais curiosa. Só de pensar que o rolê tava começando, o clima já tava ficando quente. Eu até achava engraçado ver a galera se montando e fazendo questão de dar um espetáculo só pra ser notado.

Quando chegamos na balada, parecia que o lugar todo tava ali pra me testar. Meus olhos não conseguiam se concentrar em um só ponto. Tinha gente de todo tipo: aqueles mais “descolados” e os que estavam só ali por um momento, tentando aproveitar. E tinha também o pessoal mais ligado na parte de segurança. Nem todos estavam lá pra se divertir.

Jonatan logo me arrastou pro meio da pista. O DJ tava tocando um som pesado, e eu, sinceramente, não tava curtindo tanto assim. Fiquei observando tudo ao redor, pensando se isso realmente era pra mim. Mas, no fim, talvez fosse só uma questão de dar uma chance. Não ia morrer por isso.

Mas só de pensar em voltar pra casa, meu corpo já relaxava. Isso era vida, né? O balanço entre o tranquilo e o caótico.

...

NOTAS DA AUTORA: A pedidos, eu trouxe mais um bônus da Débora.💗

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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