the constellations unite us

IV

oque, tweek tweak? O propio?

**6 anos atras**

— SEU MERDA! — Tweek gritou, enquanto estava em cima de mim, me socando como se quisesse descontar anos de frustração. Seus golpes eram rápidos e desajeitados, mas carregavam uma raiva absurda. Cada murro parecia vir direto do fundo da alma.

Não tive muita escolha. Chutei sua bunda para tirá-lo de cima de mim, empurrando-o com força para o lado. Ele caiu de costas no chão com um baque, mas continuou a me fuzilar com aquele olhar intenso e frenético.

Estávamos brigando de maneira tão infantil, quase patética, mas o motivo... era ainda mais absurdo.

Tudo isso porque nós dois gostávamos da mesma pessoa: Bárbara, mais conhecida como Bebe. A garota que parecia ter o talento sobrenatural de manipular qualquer um ao seu redor. Ela flertava com nós dois, sem vergonha nenhuma, como se fosse uma espécie de jogo.

O mais ridículo? Nós caímos. Nos apaixonamos. E, pior ainda, namoramos ela ao mesmo tempo, cada um acreditando que éramos os únicos. A descoberta foi como gasolina jogada em uma fogueira. A traição nos transformou em dois idiotas brigando no chão de um corredor vazio.

Tweek se levantou, ofegante, com o rosto vermelho e as mãos trêmulas, mas seus olhos não perderam aquele brilho frenético.

— Você é tão idiota, Craig! Como pôde não perceber? Você acha que era especial pra ela? — Ele cuspiu as palavras como se fossem lâminas, cada uma cortando fundo.

Eu ri, sarcástico, mesmo com o lábio latejando de um dos murros.

— Ah, porque VOCÊ era especial, né? Ela só estava brincando com a gente, Tweek. Você e eu fomos dois otários apaixonados por uma garota que nunca se importou de verdade. — Falei, ainda deitado no chão, sentindo uma mistura de raiva e vergonha.

-ELA NUNCA FARIA ISSO COMIGO! ELA PROMETEU QUE ME AMAVA! — Tweek gritou, sua voz carregada de uma dor que parecia cortar o ar ao nosso redor. Antes que eu pudesse reagir, ele avançou como um furacão, me derrubando no chão enquanto desferia uma enxurrada de socos contra mim.

Os punhos dele eram pequenos, mas cada golpe vinha com uma intensidade absurda, como se tentasse me machucar não só fisicamente, mas de todas as formas possíveis.

— Tweek, PARA! — Gritei, tentando me proteger enquanto ele continuava, seus movimentos desajeitados mas cheios de raiva e desespero.

Foi aí que eu perdi a paciência. Num impulso, segurei seus braços, empurrando-o com força para longe de mim. Ele caiu para trás, mas antes que ele pudesse avançar novamente, eu me levantei e o agarrei pela gola da blusa, trazendo-o para perto.

— PARA DE SER BURRO, TWEAK! — Gritei de volta, encarando seus olhos arregalados, que agora brilhavam com uma mistura de lágrimas e ódio.

Por um momento, ficamos ali, parados, respirando pesadamente. Ele ainda tremia, como se estivesse prestes a explodir novamente, mas meu aperto na blusa dele o mantinha no lugar.

— Você acha que ela te amava? — Continuei, minha voz baixa, mas firme como uma lâmina. — Acha que ela se importava? Ela estava brincando com nós dois, Tweek. Promessas não significam nada pra alguém como ela.

— Não... Não é verdade... — Ele murmurou, sua voz quebrada. Eu podia ver como aquilo o atingiu, cada palavra entrando como uma faca.

— É verdade, e você sabe disso! — Soltei a blusa dele, empurrando-o levemente para trás. — Eu sei que dói, mas abrir os olhos dói ainda mais. A gente foi usado. Os dois.