VII

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Finalmente, quando pude escapar daquela sala sufocante, saí andando sozinho pelos corredores da faculdade, tentando processar tudo o que aconteceu. A notícia do professor ainda ecoava na minha cabeça. Três semestres com aquele grupo de lunáticos. Era surreal. Eu precisava de um tempo para mim mesmo, mas, claro, a minha paz nunca dura.

Ops! A merda do meu primo Stan também existe e, como sempre, decidiu me perseguir. "Craig, espera aí!" ele gritou, vindo correndo atrás de mim. Ótimo. Lá se vai meu momento de tranquilidade. Agora, era hora do almoço, e tudo o que eu queria era comer algo para me distrair. Depois daquela aula infernal, eu estava quase cogitando me atirar da janela só para escapar do semestre que me aguardava.

Stan, com sua usual insistência, me puxou pelo braço e me arrastou para a área de refeições. "Você tem que vir comigo," ele disse, sem sequer me dar chance de recusar. Quando percebi onde ele estava me levando, queria virar e sair correndo. Ele escolheu justamente a mesa onde estavam várias pessoas da nossa antiga escola.

Lá estavam Kenny, Clyde, Jimmy, Kyle e, claro, o Cartman. Que merda. Não bastava ter que aturá-lo na sala de aula; agora ele tinha que aparecer também na hora do almoço. Mas isso não era tudo. Marjorine estava lá também, junto com Wendy... E Tweek.

Sim, Tweek Tweak. O cara que, de alguma forma, consegue transformar qualquer momento da minha vida em uma sessão de tortura psicológica. Era pedir muito para ter um almoço tranquilo?

Sentei-me com relutância, lançando um olhar cansado para a mesa. As conversas já estavam acontecendo, mas, sinceramente, eu só conseguia focar nos dois elementos que estragavam completamente aquele cenário: Tweek e Cartman. Um deles era um desastre ambulante, e o outro... Bem, ele era Tweek. Isso já dizia tudo.

Enquanto Stan ria de alguma piada que Clyde tinha acabado de contar, eu fiquei ali, mexendo no meu prato, tentando ignorar o fato de que a única coisa que podia deixar aquele momento pior era alguém começar a falar comigo. Claro, isso não ia durar muito tempo. Não com Cartman e Tweek na mesma mesa que eu.

Enquanto mexia no meu prato, tentando parecer invisível, o caos começou a surgir. Não dava para esperar menos daquela mesa.

Cartman, com a boca cheia de comida e sem nenhum traço de vergonha, começou a falar alto. "Então, Tweek, como é que você ainda não surtou hoje? Ah, espera, acho que você surtou lá na sala, né? Quando tacou tinta na minha cara!" Ele soltou uma gargalhada irritante, fazendo com que metade das pessoas na mesa olhassem para ele com desprezo.

Tweek, que estava ao lado de Wendy, apertou os punhos com tanta força que suas veias quase saltaram. Seus olhos se estreitaram enquanto ele olhava para Cartman como se estivesse considerando se valia a pena uma briga no refeitório. "Cala a boca, Cartman," ele disse entre dentes. "Você que começou com a porcaria da tinta. Eu só finalizei o serviço."

Wendy, tentando acalmar a situação, colocou a mão no ombro de Tweek. "Ignora ele, Tweek. Ele só quer atenção." Mas isso não parecia ajudar muito.

Enquanto isso, eu mantinha minha cabeça baixa, tentando me desconectar daquela cena. Mas, claro, o universo tinha que conspirar contra mim.

"E você, Craig?" Tweek disparou de repente, virando-se para mim com aquele tom acusador que ele sempre usava. "Vai ficar aí quieto como sempre, ou vai dizer alguma coisa útil pra variar?"

Levantei a cabeça devagar, já sentindo o sangue ferver. Útil? Ele estava realmente falando isso pra mim depois de toda a confusão que ele também causou hoje?

"Olha, Tweek," comecei, tentando controlar minha voz, "eu só tô tentando comer em paz sem ter que ouvir vocês dois brigando igual crianças de cinco anos. Será que dá?"

the constellations unite usWhere stories live. Discover now