the constellations unite us

III

Acordei com os primeiros raios do sol batendo suavemente no meu rosto, um toque quente que trouxe uma sensação reconfortante. Levantei devagar, olhando pela janela e vendo o nascer do sol pintar o céu com tons dourados e alaranjados. A luz parecia preencher o mundo lá fora de uma maneira quase mágica, como se estivesse trazendo uma alegria silenciosa à natureza. Cada árvore, cada folha, parecia brilhar com uma nova energia. Estávamos indo para a cidade grande, e a paisagem que antes era simples e tranquila, agora dava lugar ao horizonte de concreto e as luzes da metrópole. Estávamos quase lá, perto de chegar, e a excitação começava a borbulhar em meu peito.

Eu dei um bocejo leve, ainda tentando afastar o sono, e então peguei meu celular para conferir as horas. O brilho da tela iluminou meu rosto, e vi que eram 8:00 da manhã. Faltavam apenas três horas para chegarmos na faculdade. A ideia de que em poucas horas eu estaria finalmente lá, naquele lugar que representava um novo começo, me fez sentir uma mistura de ansiedade e entusiasmo. Era um passo gigantesco em minha vida, e eu não sabia bem o que esperar, mas a perspectiva de mudança, de entrar em um ambiente completamente novo, era algo que me fazia sentir como se estivesse à beira de algo muito grande.

O ônibus balançava suavemente, e a viagem seguia tranquila, mas dentro de mim, a tensão e a expectativa só aumentavam. Eu tentava imaginar como seria minha chegada à faculdade, as primeiras impressões, as novas amizades que poderia fazer, e todas as coisas que ainda estavam por vir. Mas por agora, enquanto o mundo lá fora passava rápido, eu me concentrei no presente, no momento que eu estava vivendo, aproveitando o tempo que ainda restava antes da grande chegada.

Peguei meu celular e comecei a mexer nele, deslizando os dedos pela tela em busca de algo para distrair minha mente inquieta. Abri alguns aplicativos, mas, depois de um tempo, desliguei o aparelho com um suspiro profundo. O silêncio no ônibus era quebrado apenas pelo murmúrio baixo de vozes e o ronco suave de quem ainda estava dormindo. Observei as pessoas ao meu redor, algumas começando a despertar lentamente, os rostos sonolentos e amassados pelo longo trajeto. Era como se o peso da viagem estivesse estampado em cada expressão.

Por fim, decidi passar o tempo mergulhando no tédio familiar das redes sociais. Abri o TikTok e comecei a deslizar pelos vídeos, o brilho da tela iluminando meu rosto enquanto me perdia em piadas rápidas, músicas e desafios sem sentido. Depois fui para o Instagram, explorando fotos e stories, tentando me distrair da ansiedade que crescia dentro de mim conforme o ônibus se aproximava do destino. Mas, no fundo, nada conseguia apagar a expectativa que martelava no meu peito.

Então, finalmente, o ônibus desacelerou, e a paisagem ao redor mudou. Prédios altos e modernos começaram a surgir entre as janelas, sinalizando que estávamos chegando. Meu coração bateu mais rápido quando percebi que estávamos lá.

Graveyard.

A placa dourada na entrada brilhou sob a luz do sol, destacando o nome da instituição que carregava tanto prestígio. Graveyard, a melhor escola da América. Por um instante, fiquei paralisado, observando a fachada imponente, as colunas que pareciam tocar o céu e os portões de ferro trabalhado que pareciam esconder segredos do mundo inteiro. Era tudo tão grandioso, tão fora do comum, e eu estava prestes a fazer parte disso.

Desci do ônibus sentindo o peso da mochila nas costas e, ao mesmo tempo, um peso diferente no peito. Era nervosismo? Excitação? Talvez os dois. Graveyard não era apenas uma escola; era um símbolo de oportunidades, de sonhos que poderiam se tornar realidade. Agora, tudo começaria de verdade.

Suspirei fundo enquanto as pessoas começavam a descer do ônibus, seus passos ecoando na escada metálica. Era como se o movimento ao meu redor estivesse em câmera lenta, cada pessoa carregando malas, mochilas e sonhos pesados. Finalmente, me levantei, peguei minha mala e a mochila, organizando minhas coisas antes de dar os primeiros passos para fora do ônibus.