Capítulo 2

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Xavier subiu com seu namorado para o quarto após um ótimo almoço com a sogra. Felipe se jogou sem cerimônia em sua cadeira gamer e Xavier já foi pegando um lugarzinho no canto da cama.

O quarto dele era grande, tinha uma cama enorme, uma cadeira gamer e um computador incrível. O papel de parede era preto. E destaque para o closet na parede.

— Tudo bem, gatinha? — Ele perguntou, observando a expressão perdida e séria dela.

Xavier levantou os olhos para encara-lo e sorriu para disfarçar.

— Sim, amor. Eu só estava pensando em umas coisas. Mas obrigada por me convidar pra almoçar assim de última hora. Meus pais estão fora com meu irmão, eu teria que sobreviver com uma marmita se não fosse por você.

Ele abriu um sorriso amarelo. Era o típico garoto branquelo, anêmico, do cabelo preto, cheio de roupas pretas.

— É sempre um prazer, gatinha. Pode vir sempre que quiser.

— Olha, não fala isso que eu venho mesmo hein. Vou abusar de sua boa vontade.

Ele riu, saltou para fora da cadeira e lhe envolveu entre os braços, beijando seus lábios devagar e com ternura. Ela parou o beijo.

— Para de ser carinhoso. Agressividade, por favor, amor?

Ele sorriu.

— Tudo bem.

E o beijo foi como prometido. Mas sem mais detalhes porque ninguém merece acompanhar o romance de um casal feliz. Pulando pra parte boa:

— Acho melhor pararmos. Sua mãe tá lá embaixo.

Ele negou.

— Ela disse que ia sair depois do almoço, temos a casa só pra nós.

— Nesse caso... — Ela colocou as mãos em seu peito e o empurrou devagar para longe dela. — Eu vou lá embaixo buscar um copo d'água. — Ela se levantou e o ouviu resmungar. — Volto logo. — Disse antes de sair do quarto.

No corredor, Xavier preferiu manter as luzes apagadas enquanto caminhava.

O celular tocou em seu bolso, ela o tirou de lá e observou o número desconhecido.

— Quem será? Devo atender? — Se perguntou. — Ah tanto faz.

Ela atendeu.

Ouviu uma respiração fria e calma na linha, o que a deixou intrigada.

— Alô? Quem é? — Indagou.

Ouviu a pessoa na linha respirar mais alto e depois uma risadinha soou baixo.

— Alô. Xavier, não é?

Ela assentiu, desconfiada.

— Quem é você?

— Um amigo.

Um amigo?

— Quem? Raiane, é você? Isso é hora pra fazer brincadeirinha?

A voz riu bem baixo de novo.

— Não sou a Raiane. Sou apenas um amigo que você nunca viu.

— Então não é um amigo.

— Ata, então você nunca teve amigos virtuais?

Pega no pulo, Xavier o ignorou.

— O que você quer? — Perguntou com a voz rígida.

Como resposta, Xavier recebeu inicialmente o silencio, mas a voz voltou a falar.

— Quero lhe contar um segredo.

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