Capítulo 23

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Não precisa fingir
Nunca vi uma verdade dura que eu não conseguisse transformar
Em algo que parece melhor, sou burra mas sou esperta
É, posso fazer um show de horrores parecer a promessa de uma eternidade

Lie to girls



Ela odiou a ideia de partir, porque significava deixar Landon pela segunda vez. Fugir de um mal antigo não a deixou tranquila, porque no fundo sabia que podia lidar com a situação, ainda que parecesse loucura. No entanto, abandonar Landon naquele cemitério não fazia o menor sentido. Ele estava morto, porém continuava ali.

Seus ossos foram guardados em uma caixa fazia três anos. Havia restado muito pouco de sua farda. Os coveiros mantiveram a bandeira americana por perto, como se um pedaço de pano fosse o suficiente para livra-lo do inferno. O anjo da justiça possuía marcas pelo tempo em seu rosto esculpido com perfeição, e a balança sofria com o peso dos pecados do homem que residia ali.

Baskin queria ter estado com Landon no período em que seu corpo começou a apodrecer, porque havia poesia no profundo da partida eterna. A melodia que soava apática e enternecida, lavavam almas. Ele teria desaparecido no período em que seu filho finalmente veio ao mundo, porém seus ossos não teriam sido tocados antes do tempo correto de mudança.

O destino não se importou se ele foi um bom marido, porque as mentiras levavam o individuo para um caminho sombrio, muitas das vezes sem retorno.

Pensar na morte sempre a deixava em luto, pronta para barganhar com um ser superior, para que Landon voltasse dos mortos em carne e osso.

Ela teria aceitado a morte se não fosse o filho.

Por mais que amasse Patrick, entendia com perfeição que um homem cheio de pensamentos e atitudes erráticas estava propenso a se manter no erro para o bem próprio.

Um dia ele acordaria pronto para retornar ao inicio, com o intuito de ter de volta os problemas que considerava seguro. Talvez fizesse por ele, pelos filhos, ou parentes. Patrick encontraria bons motivos para tal.

Agora ela partia pela segunda vez com o filho.

Era deprimente não poder levar Landon.

Não importava se Baskin enchia uma mala com itens pessoais do marido, porque ele jamais usaria, e não parecia correto permitir que Patrick andasse pelo mundo usufruindo daquilo que pertenceu a outro homem.

Ainda doía. Chopin cantarolava sua melodia de dor como nos velhos tempos, dando a ela o conforto do passado, de quando conseguia empunhar uma arma no lugar mais distante e conversar com Landon comendo batatas fritas. Mas ele estava morto, e agora Chopin não sabia o que tocar para Patrick, porque ele nunca foi um adeus, e sim uma incerteza.

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