POV Gizelly
Três dias depois de dar a ela um orgasmo como almoço, eu não estava nem um pouco menos obcecada.
— Então, quem você vai levar hoje à noite?
Arthur perguntou distraidamente, com os olhos grudados no jornal.
A viagem de volta para o escritório depois de passarmos no alfaiate foi silenciosa até então, com exceção do barulho do motor e ocasionais buzinas no trânsito.
Continuei lendo os arquivos que tinha trazido comigo, fotografias de uma nova exposição no Queens, quando respondi:
— Na verdade, eu vou sozinha.
Ele olhou para mim.
— Você não tem ninguém para te acompanhar?
— Não — olhei de volta a tempo de ver suas sobrancelhas se erguerem com surpresa. — O que foi?
— Desde quando nos conhecemos, Gizelly?
— Seis anos, acho.
— E, nesse tempo todo, você alguma vez já participou de algum evento social sem ter uma garota ao seu lado?
— Realmente não me lembro.
— Talvez você possa checar nas colunas sociais. Tenho certeza de que pode descobrir por lá. — Ele concluiu, sarcástico.
— Muito engraçado.
— É estranho, só isso. É nosso maior evento do ano e você não vai levar ninguém.
— Isso realmente importa?
Ele riu.
— Você está falando sério? "Quem Gizelly Bicalho vai levar na festa?" é a primeira coisa que as pessoas perguntam quando temos um evento desses.
— Eu acho engraçado quando você me descreve como uma loba má que persegue a mulherada, enquanto você é um grande modelo de virtude e honra.
— Ah, eu nunca falei nada sobre ser um modelo... — Ele disse por cima do jornal. — Estou apenas sugerindo que as pessoas vão se perguntar se você vai levar alguém, só isso.
Voltei a olhar meus arquivos enquanto considerava o que ele falou. Na verdade, não tinha chamado ninguém para o evento de arrecadação de fundos.
Não tinha chamado ninguém porque não estava interessada em sair com ninguém.
O que era mesmo estranho. Talvez Arthur estivesse certo. Desde que tinha conhecido Rafaella, as outras mulheres pareciam previsíveis e fáceis demais.
Arthur também estava certo quando disse que o Baile Anual de Caridade Bicalho & Picoli era nosso maior evento do verão. Acontecia sempre no Museu de Arte Moderna e todas as pessoas importantes de Nova York apareciam por lá. Com o baile, o jantar e o leilão, nós conseguíamos arrecadar todos os anos centenas de milhares de dólares para uma fundação pediátrica contra o câncer.
***
O céu acinzentado da tarde havia clareado, mas o cheiro de temporal ainda pairava no ar quando meu carro alcançou os bloqueios em frente ao museu. Um manobrista abriu minha porta e saí do carro, ajeitando minha roupa antes de continuar. Ouvi meu nome ser chamado em várias direções e câmeras começaram a disparar como uma pequena tempestade de raios na área de imprensa.
Hoje em particular, eu estava usando um terno da Dior. Bem, eu fui bem paga pela marca para usá-lo, e além do mais, é bastante bonito. Soltei os cabelos, coloquei um salto preto e chamei minha maquiadora, não estou querendo me gabar nem nada, mas eu sou muito gata e gostosa.
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Strange
FanfictionRafaella Kalimann se muda para Nova York em busca de agitação e paixão sem compromisso. É assim que ela encontra uma sexy e irresistível britânica em uma boate que não deveria significar nada além de uma noite de diversão. Mas a maneira e a velocida...