He was a punk and he did ballet. - hyunchan

Because

Uma semana havia se passado, e Hyunjin estava se dedicando ainda mais à dança como uma forma de aliviar as tensões que carregava. Seja no estúdio da faculdade, em casa,  em seu quarto ou até mesmo nos corredores vazios, ele se movia com intensidade e precisão, como se o mundo ao redor desaparecesse por alguns minutos. No entanto, uma sombra pairava sobre ele: sua mãe ainda acreditava na ideia de que ele estava envolvido com Karina. Toda vez que Hyunjin pensava em acabar com aquela farsa, via o brilho de orgulho nos olhos da mãe, e o peso da culpa o fazia desistir, adiando a decisão por mais um dia.

Enquanto isso, a vida de Chan também estava cheia de compromissos. A banda estava no melhor momento que já vivenciara. Após o contrato com a gravadora, eles estavam mais focados e motivados do que nunca, compondo novas músicas a cada ensaio. As redes sociais estavam bombando, com novos seguidores e mensagens de apoio, e suas músicas eram tocadas em várias playlists, trazendo uma onda de visibilidade. Mas, no fundo, algo faltava. Os pais de Chan não entraram em contato desde a última vez que ele saiu de casa. Mesmo que ele tentasse não pensar nisso, a verdade era que sentia falta deles. Gostaria de compartilhar o sucesso com eles, mas sabia que, se fizesse isso, as críticas inevitavelmente viriam.

Na garagem do Lee, o som dos instrumentos preenchia o espaço enquanto a banda ensaiava uma nova canção. Minho, sempre meticuloso, ajustava o ritmo na bateria, enquanto Changbin brincava com os riffs de guitarra e Félix testava harmonias. Chan, com os olhos fechados, se concentrava em ajustar a melodia, perdido no som e nas possibilidades da música. O ensaio estava tão produtivo que ninguém percebeu as horas passando, até que o barulho da porta se abrindo anunciou a chegada de Jeongin, Seungmin e Félix.

— E aí, gente!! — Jeongin entrou com um sorriso no rosto, carregando várias sacolas de mercado que ele largou em cima de uma mesa no canto.

— Meu amor, diz que você trouxe comida pra gente, por favor — Minho, que já havia guardado suas baquetas, foi ao encontro do namorado, com um sorriso que misturava fome e alívio.

— Para a felicidade de vocês, sim, trouxemos algumas besteiras — Seungmin riu, se aproximando de Félix, deixando um beijo leve em seu rosto. — Achamos que vocês precisariam de uma pausa depois de tanto tempo ensaiando.

— A gente imaginou que vocês ainda estariam ensaiando e que depois não iriam querer fazer comida, então… — Jisung começou a tirar da sacola alguns biscoitos, sanduíches, pizzas congeladas e refrigerantes, espalhando-os pela mesa improvisada na garagem.

— Sério, eu amo você! Puta que pariu!! — Changbin exclamou alto, sem filtrar as palavras, e foi direto até Jisung, deixando vários beijos estalados no rosto do namorado, que estava desprevenido.

Jisung prendeu a respiração ao ouvir a quase declaração. Seu coração disparou, as batidas aceleradas ressoando em seus ouvidos. Quando sentiu os beijos, ele relaxou e, com um sorriso, aceitou o carinho, como se fosse uma reconfirmação silenciosa do que já sentiam um pelo outro.

Chan, observando a cena, sorriu. Ele se sentia genuinamente feliz ao ver todos tão à vontade, brincando e se divertindo. O grupo parecia mais unido do que nunca, e algo sobre a sinergia entre cada casal o fez refletir. Ele sempre achava curioso como todos se combinavam de formas tão naturais. Mas, por mais que estivesse contente, ele não pôde evitar a sensação de vazio que crescia dentro de si, como se estivesse faltando uma peça importante naquele quebra-cabeça de felicidade. Faltava alguém que tornava seus dias mais brilhantes, que fazia seu coração acelerar só com um sorriso, alguém que ele mal conseguia tirar da cabeça.

— Cadê o Hyunjin? — Chan perguntou em um suspiro suave, enquanto guardava a guitarra na case e pegava um refrigerante que Jisung havia estendido a ele.