Gaia filha de Marcus Annius Libo é a única sobrevivente de sua família após o cruel Commodus ordenar a execução de todos, pois seu pai se recusou a reconhecê-lo como herdeiro do império, Commodus então decide eliminar todos os possíveis herdeiros da...
O vapor preenchia o ar do aposento privado da imperatriz, misturavam-se aos aromas suaves dos óleos de lavanda e jasmim que as servas haviam cuidadosamente despejado na água. Sentada na banheira de mármore branco com inscrições romanas ao redor, podia sentir a água quente relaxar seu corpo, mas não sua mente. Sua cabeça estava cheia de pensamentos, e nenhum banho no mundo parecia capaz de dissipar a tensão que a acompanhava como uma sombra.
As servas trabalhavam em silêncio, massageando seus ombros e lavando seu cabelo, mas Gaia não queria mais companhia. Era difícil sentir-se sozinha no palácio, mas ela precisava desse momento. Com um gesto sutil, dispensou as mulheres, que se curvaram respeitosamente antes de deixá-la.
Assim que as portas se fecharam, Gaia suspirou profundamente, inclinando a cabeça contra a borda da banheira, enquanto gotas escorriam lentamente por seu pescoço. O silêncio a envolveu, trazendo à tona todos os seus medos e dúvidas.
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A conspiração pesava sobre seus ombros mais do que imaginava. Maximus e o Senador Gracchus estavam apostando tudo naquele momento, e ela sabia que qualquer deslize poderia custar não só a vida deles, mas também a dela e de sua amiga. Ainda assim, havia algo dentro dela que hesitava. Não era medo apenas. Era algo mais profundo, mais desconcertante.
Tinha também uma vida crescendo dentro dela parecia tanto um milagre quanto uma maldição. Gaia temia o que aquele filho simbolizava um vínculo permanente com Commodus, um homem que ela odiara com todas as forças desde o início mas que agora parecia se transformar em algo mais complicado. Era impossível negar ele estava diferente. Ele a olhava diferente. E ela se odiava por perceber que sua própria resistência começava a enfraquecer diante daquele novo Commodus.
"Estou sendo tola," pensou, fechando os olhos com força. Tentava sufocar aquela confusão, aquela atração que crescia silenciosamente dentro dela como um veneno. Ele era um homem perigoso, manipulador e obcecado por poder. Não podia ceder. Não podia permitir que ele tivesse qualquer controle sobre seu coração, não quando ainda precisava enfrentá-lo.
E a carta que ele enviara, provando que sua amiga estava viva, parecia um gesto de generosidade mas sabia que tudo em Commodus tinha um preço. Ele esperava algo dela. E talvez, no fundo, ela soubesse o que era.
Gaia afundou o corpo na água até o queixo, tentando escapar de si mesma, quando um som de passos a fez abrir os olhos. Seu coração acelerou imediatamente.
Commodus entrou nos aposentos, sem cerimônia, com passos firmes. Ele parecia tão à vontade naquele espaço quanto em seu trono como se tudo ali fosse dele, inclusive ela. Vestindo sua túnica escura de seda, ele era a própria imagem de um predador que sabia exatamente o efeito que causava.
— Commodus! — exclamou Gaia, endireitando-se na banheira com um movimento brusco, o som da água agitada preenchendo o aposento. Instintivamente, cobriu os seios com os braços, mas não por vergonha de sua nudez fazia muito tempo que deixara de se importar com isso. O que a envergonhava era algo mais profundo, mais insidioso, a maneira como seu coração parecia disparar cada vez que ele estava perto. "Ridículo," pensou, tentando ignorar a reação de seu corpo.