Capítulo bônus 2

113 8 0
                                    

Notas da autora:
É um capítulo bem pequeno do último mundo que Âmbar esteve antes do mundo de acotar e como ela conheceu os pais adotivos dela apenas para agradecer os quase 10k de visualização.
Eu posso escrever outro com a vida dela com os pais adotivos mas por enquanto é isso, eu vou ir trabalhar no segundo livro...

Enfim, boa leitura!!!!

Âmbar

Eu olho ao redor e vejo tudo destruído, de cima eu podia ter uma noção do que fiz.

Aconteceu outra vez

Tudo está destruído

Volto a forma humana assim que piso os pés no chão e então caminho até onde Elara estava, seu corpo era a única coisa que ainda estava inteira nesse mundo.

E é quando agarro seu corpo morto que consigo deixar tudo sair, é quando não existia mais ninguém nesse mundo que eu consigo deixar a dor consumir meu peito.

Abraço aquele corpo mole e gelado como se não houvesse amanhã porque nesse mundo não existia mesmo.

- Me desculpe, me desculpe, outra vez não conseguiu te salvar, me desculpe por não estar aqui para te salvar, me desculpe - Eu peço com a voz falhando de tanto chorar.

Tudo que existia naquele momento era eu e meu luto, éramos as únicas coisas vivas desse mundo e apesar do luto ser um grande conhecido eu não conseguia me acostumar com ele.

Não conseguia me acostumar com sempre ser incapaz de protegê-la.

Grito com a dor escruciante em meu peito, a dor familiar que torci tanto para não senti-la outra vez.

Tudo que eu conseguia fazer era pedir desculpas e chorar por tudo que perdi outra vez.

Não importava o quanto eu tentava, nunca conseguia salvá-la, não importa o quanto eu queira, eu sempre veria ela morrer.

Sentir essa dor era estranho, Elara não era minha companheira Nox Umbra era companheira de Nefarium que por um acaso está dentro de mim, então era impossível não deixar de me culpar por essa morte.

Mesmo que Nefarium negue, eu era sim a culpada, não conseguia protege-la em nenhuma de suas encarnações, em nenhum dos mundos que passamos.

Minha mente está calada, eu podia sentir nefarium aqui dentro de mim mas também podia sentir o quanto ele estava quebrado.

A dor era angustiante, uma dor tão grande que se tornava fisica, uma dor tão grande que até mesmo me mover parecia doer, uma dor que eu desejava não sentir de novo mesmo sabendo que em alguns anos, séculos talvez, iria sentir outra vez e isso iria se repetir eternamente porque nem mesmo na morte eu teria a paz de não senti-la.

A certeza de reencarnação era dolorosa já que eu sequer podia morrer para essa dor parar, eu iria reencarnar e tudo ia acontecer de novo e de novo, era um maldito ciclo que eu não conseguia sair não importa o quanto eu tente.

Não importava se ela era uma grande guerreira ou uma doce fêmea que nunca sequer penteou os cabelos sozinha, ela nunca ficava viva no final e muito menos quem a matou.

Depois da morte de Elara e a destruição de ouro mundo, usei magia para fazer um túmulo igual aos outros que fiz nos outros mundos.

Já havia feito tantos desse que nesse ponto sequer dava trabalho.

E como sempre, no final ela era a única luz do mundo, ela era a única vida desse mundo mesmo já estando morta.

E a última coisa que vejo é seu túmulo rodeado de flores, grama e uma enorme árvore mas em compensação o resto do mundo estava uma mistura de destruição, sangue e corpos, o resto do mundo tinha a terra completamente seca e infértil.

E então caio em um enorme buraco que se formou em meus pés.

Caio pelo que sinto ser horas, atravesso por vários mundos, inclusive um em que me senti uma intrusa ao ver uma fêmea loira com uma camisola dourada super sexy.

Aos poucos a queda desacelera e diferente das outras vezes dói.

Diferente das outras vezes eu sinto como se meu corpo estivesse mudando e é aí que percebo.

Eu sou poderosa demais para esse mundo, não posso cair ali com tanto poder, meu corpo está mudando para se adaptar a esse mundo da melhor forma possível, meu corpo está mudando para que eu não vire pó assim que entrar nesse novo mundo.

Minha cabeça dói como um inferno e por alguns instantes esqueço até mesmo quem eu sou.

Não me lembro do que aconteceu depois já que apaguei e só acordei quando estava no novo mundo e sem lembrar de muita coisa.

Lembro de acordar e estar caindo do céu, eu deveria ser uma criança de mais ou menos uns 6 anos de alguma espécie que eu não sabia qual era naquele momento.

Naquele momento eu sabia poucas coisas, que eu estava caindo, que eu não era desse mundo e que deveria procurar Amren já que era a única pessoa da quem eu lembrava apesar de saber que não era minha mãe de sangue já que também me lembrava dos meus pais.

Tento me acostumar com o corpo estranho e bater as asas tão estranhas quanto o corpo.

Minhas costas estavam doendo e as asas não estavam funcionando direito mas consigo bater algumas vezes no desespero de amortecer a queda

Fecho os olhos para não ver quando me emborrachar no chão e então sinto um impacto.

Grito alto quando sinto uma dor enorme em uma das minhas asas.

- Pela mãe - Diz a fêmea debaixo de mim - Uma criança illyriana? - A fêmea resmunga sem entender - Oh querida, não chore, está tudo bem, eu vou te ajudar, ok?

- Amren - Chamo a fêmea com a voz embargada

- Não, docinho, eu sou a Elisa - A fêmea diz antes de me carregar para sua casa - Adônis, meu amor, chame Madja agora

- Olá pequena - Adônis diz olhando para mim com os seus olhos brilhando - Oh, pela mãe - Ele diz ao ver a asa machucada

🎉 Você terminou a leitura de A corte de asas e tempestade | Cassian 🎉
A corte de asas e tempestade | Cassian Onde histórias criam vida. Descubra agora