Turbulência

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Becky

Acordo com o corpo levemente dolorido, devido a noite de ontem, mas posso dizer que todos os meus desejos foram saciados. Sinto um peso sobre minhas costas, pois Freen estava me envolvendo com seus braços e pernas, quase como se estivesse tentando me prender à ela. Totalmente compreensível, pois só de pensar que vamos passar alguns dias separadas, meu coração comprime dentro do peito.

—Amor.. vamos levantar? —Me viro para ela, começando a fazer uma massagem em seus cabelos negros.

Em meio ao meu tom suave, ouço ela murmurar algo, enquanto abre os olhos de forma lenta e exitante. Seu olhar me deixa sem palavras, é tão profundo e carregado de afeto. Beijo sua boca, aproveitando o calor de seus lábios. Nossas respirações sincronizam e ela encerra o gesto, acariciando meu rosto.

—Vamos tomar um banho, hum? —Eu pergunto e ela concorda.

Fomos até o banheiro, separei duas toalhas e tiramos nossas roupas. Entramos no chuveiro, e a água estava morna, o que facilitou a adaptação. Freen aplicou shampoo no meu cabelo, esfregando delicadamente, enquanto distribuía alguns sorrisos matinais.

—Seu humor matinal é sempre tão bom assim? —Pergunto, provocando-a.

—Só quando eu estou com você. —Ela responde, passando um pouco de espuma do shampoo no meu nariz.

Em meio a protestos, faço o mesmo com ela. E o que era pra ser um banho, se torna uma guerra de espumas.

[...]

Chegamos ao aeroporto, e o ambiente era tomado por uma mistura de ansiedade e despedida. Freen segurava minha mão com firmeza enquanto caminhávamos até o balcão de check-in. Meus pais seguiam logo atrás de nós, carregando minha mala pequena. Meu pai mantinha uma expressão serena, como se quisesse me passar tranquilidade, enquanto minha mãe não conseguia disfarçar o olhar marejado, e já se encontrava lutando contra as lágrimas. Quando paramos, virei-me para eles e os abracei, começando pela minha mãe. Seu corpo relaxou no instante em que envolvi seus ombros, e pude sentir que aquele contato aliviava um pouco de sua preocupação. Logo depois, fui até meu pai, que me recebeu com um sorriso acolhedor e um abraço caloroso.

—Tenha um bom voo, querida — ele disse com a voz carinhosa.

—Cuidado, minha filha. Vá me avisando durante a viagem e assim que chegar, peça para a Chloe me ligar. —Mamãe diz ainda preocupada.

Olhei para ambos e os tranquilizei, dizendo que os manteria informados e que tomaria cuidado. Eles concordaram e se afastaram um pouco, dando privacidade para mim e para Freen. Ela olhou para mim com aquele sorriso suave e disse:

—Vai dar tudo certo, amor. Aproveita esse tempinho com sua sobrinha e manda um beijo pra Chloe por mim.

Eu assenti, tentando esconder a emoção que começava a me dominar. Eu estava feliz que iria ver Chloe novamente, além de que dessa vez, ela voltaria comigo. Mas eu nunca fiquei longe dos meus familiares por mais de um dia.

Depois do check-in, fomos para a área de embarque, pois havia chegado o horário do meu vôo. Antes de passar pelo portão, Freen me puxou para um abraço apertado.

— Me liga assim que pousar, tá? — pediu, com a voz levemente embargada.

—Eu prometo. Meus pais vão levar você pra casa, ok? —Ela assente. —E se puder, peça pra alguém gravar seu jogo, tenho certeza que vai ser uma partida espetacular da sua parte.

it's golden - freenbecky Onde histórias criam vida. Descubra agora