45 Músicas para Park Jimin | ᴊᴊᴋ + ᴘᴊᴍ

035 | But it was you I was thinking of

Jack's Mannequin - The Mix Tape

A neblina da madrugada e o vento gelado certamente seriam empecilho para tirar qualquer um da cama naquela quinta-feira, mas para Jungkook era simplesmente impossível deitar sua cabeça no travesseiro com todos aqueles pensamentos. Revisitava os acontecimentos em sua mente e se perguntava se poderia ter feito diferente, se poderia ser evitado e como seria se tivesse se controlado para lidar melhor com tudo.

Era quando se sentia culpado por não se arrepender nem um pouco.

Sua mãe dizia que a violência não era a solução dos problemas, estava mais para a causa da maioria deles. Concordava com ela, exceto nesse caso. Sua mão ainda estava dolorida e ele ainda sentia raiva, como se o estrago não tivesse sido o suficiente. Talvez nunca seria, afinal ao fechar os olhos conseguia ouvir o otimismo da mulher que mais amava no mundo em começar um tratamento que, mesmo que de graça, teria um preço alto.

Conhecendo Lee Suk, tinha certeza de que a medida drástica era para impedí-lo de deixar o barco antes que afundasse, causando grande destruição. Ele sabia quem era a principal vítima do naufrágio orquestrado e estava cansado de sentir que estava em desvantagem todas as vezes. Não sabia o que faria, mas lutaria para proteger Jimin e não se importava nem um pouco em ceder seu espaço na porta para que ele se salvasse caso não fosse possível acomodar duas pessoas.

Seu bote salva-vidas era improvisado, mas teria que funcionar.

Depois que foram separados, Jungkook foi levado pelos seguranças até o próprio quarto. Queriam garantir que ele não mudasse a direção e tentasse outra coisa enquanto Suk era levado para a enfermaria. Assim que a porta se fechou atrás de si, ele socou a parede até abrir feridas. A adrenalina o impedia de sentir. Batia com força, sem nem ao menos perceber quando as lágrimas vieram com tanta intensidade que pensou que se afogaria. Ou seria apenas medo o impedindo de respirar?

Depois disso, pegou suas malas e sem nenhum cuidado jogou as roupas dentro. Por um breve momento, pensou em desistir, seguir o caminho mais fácil. Não queria se tornar alguém que não reconhecia apenas para garantir o tratamento da mãe, da mesma forma que não poderia não fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para que ela se recuperasse.

Lee provavelmente estaria rindo naquele momento, por colocá-lo em tal posição.

Ouviu a porta se abrindo e ao se virar encontrou seus amigos. Namjoon, Ash, Seokjin e Yoongi tinham uma expressão preocupada, mas livre de julgamentos. Tinha os melhores amigos do mundo e isso ninguém poderia tirar.

— Vem cá, Jun... — chamou o filho da diretora, abrindo os braços para confortá-lo.

Prontamente, ele foi acolhido por eles. Não fizeram perguntas, apenas confiaram que ele não era uma pessoa ruim e que suas ações só poderiam ser causadas pela vítima de seus punhos. Sabiam que ele era apenas um menino longe de casa e por muito tempo nem ao menos conheceu a maldade. Jamais faria algo sem motivos.

Foram capazes de acalmá-lo e no fim até brincavam com a situação com o intuito de deixá-la mais leve. Mal eles sabiam que as coisas já ficavam quando estavam juntos. O garoto de cabelos rosados fez questão de fazer curativos em suas mãos e juntos eles pediram algo para comer, passando o jantar no dormitório e até mesmo esquecendo as diferenças que causaram discussões na mesa de café da manhã. Ash e Namjoon sabiam que não era a hora de insistir em brigas, deviam ficar ao lado do amigo.

Suk não voltou ao quarto, preferiu ficar na enfermaria, mas mesmo assim ele não quis passar a noite ali. Esperou que Namjoon dormisse e vestindo o seu moletom surrado que usava apenas para dormir, foi até o campo de futebol, roubando uma das bolas do vestiário.