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Alguns anos depois...

Kika pov

Passaram-se quatro anos desde aquele momento em que a nossa vida mudou para sempre, e posso dizer, com toda a certeza, que esses anos foram os mais felizes da minha vida. Lia e Matias cresceram tanto, e agora, com 7 anos, já mostram personalidades únicas e encantadoras. Eles enchem a nossa casa de risadas, perguntas intermináveis e, claro, uma energia que parece nunca acabar.

Mesmo com o ritmo frenético das nossas carreiras, Aitana e eu conseguimos equilibrar tudo. Continuamos a jogar futebol profissionalmente e, apesar de não ser fácil, sempre fazemos questão de estar presentes para os nossos filhos. Eu, com 24 anos, continuo a representar o Barcelona e a seleção de Portugal com todo o orgulho do mundo. Aitana, com 29, mantém-se como uma das peças fundamentais da seleção espanhola e do Barcelona. Nós sabemos que estamos na fase mais exigente das nossas carreiras, mas cada conquista parece mais doce sabendo que temos uma família incrível para compartilhar.

— Mamã! — A voz de Lia me tira dos meus pensamentos. — Posso usar a tua camisola da seleção para treinar hoje? Quero ser como tu! — Ela sorri, segurando uma das minhas camisolas com o número 9 estampado nas costas.

Eu não consigo evitar sorrir de volta.

— Claro, meu amor. Mas só se prometeres que não vais sujá-la muito. — Brinco, sabendo que essa é uma promessa impossível para ela cumprir.

Matias aparece logo atrás dela, segurando uma prancheta improvisada.

— Mamã, será que posso desenhar uma jogada para o treino de Lia? Acho que vai funcionar melhor do que só correrem atrás da bola. — Ele diz, com um ar sério que me faz rir.

— Claro, mister Matias. Tenho certeza de que a tua estratégia vai ser brilhante. — Respondo, enquanto me abaixo para dar-lhe um beijo na testa.

Aitana aparece na sala nesse momento, ajustando a mochila de treino. Ela observa a cena por alguns segundos antes de se aproximar e me dar um beijo rápido.

— Vamos direto do treino deles para o nosso, não é? — Ela pergunta, confirmando a logística do dia.

— Sim, e depois passamos pela escola para pegar os uniformes deles. — Respondo, enquanto organizo as mochilas das crianças.

Apesar de ser um pouco cansativo, esses momentos fazem tudo valer a pena. Treinamos, jogamos, e, ao mesmo tempo, mostramos a Lia e ao Matias que, com paixão e esforço, é possível alcançar qualquer objetivo.

— Eles são o nosso reflexo, não são? — Aitana comenta, baixinho, enquanto me ajuda a colocar as coisas no carro.

— São. E eu não poderia estar mais orgulhosa. — Respondo, olhando para as crianças, que agora estão discutindo qual é a melhor estratégia para o treino de Lia.

Por mais que o tempo tenha passado e as coisas tenham mudado, uma coisa continua igual: o amor que nos une e a força que encontramos na nossa família. O futebol ainda é uma grande parte da nossa vida, mas o que construímos fora dos campos é o que realmente nos dá força para continuar.

— Vamos, campeões! Hora de treinar! — Digo, enquanto todos entramos no carro.

Entre os campos de treino, as viagens internacionais e as competições, a vida que construímos é intensa, mas cheia de amor. E eu sei que, enquanto tivermos uns aos outros, continuaremos a conquistar todos os nossos sonhos.

Chegamos ao centro de treinos um pouco antes da hora marcada. Enquanto estaciono o carro, vejo Aitana ajudar Lia e Matias a descerem, sempre com aquele cuidado e paciência que só ela tem. Os dois estão animados, saltitando de um lado para o outro, com as mochilas quase maiores do que eles.

Jogo do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora