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Ailan estava diante de Elisa, os olhos dela brilhando como nunca. Ele estava pronto para envolvê-la em seus braços, para finalmente dizer o que guardava no coração havia meses. O vento fresco que passava pelas janelas ao redor trazia consigo o aroma da noite que se aproximava, misturado com o perfume delicado que ela exalava. Tudo parecia perfeito... até que Alarick irrompeu pela porta com a sutileza de sempre

O som pesado das botas ecoou pelo salão de pedra, fazendo Ailan gemer em frustração. Ele virou-se com o rosto contorcido de irritação, encarando o amigo.

— Alguns cavaleiros se aproximam!

— Qual a urgência disso agora? — disparou, tentando manter o tom firme, mas não conseguindo esconder a irritação. — Não estamos mais em guerra.

Alarick arqueou uma sobrancelha, um sorriso travesso surgindo em seus lábios.
— Pelo visto, está travando outro tipo, não é, amigo?

A provocação o atingiu como uma flecha. Elisa, sem dizer uma palavra, correu em direção à porta, a saia esvoaçando como se fosse uma chama em movimento. Sem pensar duas vezes, Ailan foi atrás dela, ignorando o riso abafado de Alarick.

— Já perdeu essa, Ailan. — O comentário veio baixo, mas carregado de divertimento.

Ailan não respondeu. Talvez Alarick estivesse certo; talvez ele tivesse se precipitado. O calor no rosto denunciava o turbilhão de emoções que o consumia. Quando alcançou Elisa, encontrou-a parada na entrada, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto sua mão tremia ao cobrir a boca.

Ele franziu a testa, hesitando.
— Elisa... o que...

Antes que pudesse terminar a frase, ela saiu correndo, os passos ecoando pela trilha que levava aos portões. Ailan cruzou os braços, forçando-se a permanecer onde estava. Seus olhos rapidamente identificaram o grupo que havia chegado. Reconheceu o jovem no cavalo como o namorado de sua irmã, o que significava que eram provavelmente da vila de seu tio.

Uma senhora desceu de um dos cavalos, o manto pesado deslizando pelo chão. Sem hesitar, ela correu até Elisa, envolvendo-a em um abraço apertado. As duas choravam, o som abafado de soluços enchendo o ar. Ailan deu um passo hesitante em direção a elas, mas parou ao ver um jovem saltar do cavalo com agilidade e tomar Elisa nos braços. Ele a girou como uma criança, a gargalhada dela ecoando como música. Quando ela o abraçou, a alegria no rosto de ambos era palpável.

— Ah, o ciúme! — veio a voz debochada de Alarick às suas costas.

— Cala a boca, Alarick. — Ailan respondeu entre dentes, apertando o punho ao lado do corpo.

E, como se não fosse o suficiente para complicar ainda mais sua paciência, Aila, sua irmã, chegou ao lado de Alarick, os olhos brilhando de curiosidade.
— Quem é aquele homem lindo abraçando Elisa? — perguntou com um tom divertido.

— Achei que estivesse noiva daquele ali. — Alarick apontou para outro homem do grupo, provocando ainda mais.

— Estou, Alarick, mas não estou cega. —  respondeu com um sorriso.

Ailan perdeu a paciência.
— Parem vocês dois! — Bradou, a voz ecoando. Sem esperar resposta, virou-se e voltou para dentro. Não podia suportar mais um minuto ali, o aperto  no peito o dilacerava por dentro.

Ele sabia que  Elisa, tinha um passado. Aquele grupo com certeza fazia parte dele.

“ Será que tinha esperado demais?”

🌳🌳🌳🌳🌳


Ailan entrou no castelo com passos firmes. Ao cruzar o corredor em direção ao quarto, encontrou sua mãe, Alana, que logo começou a questionar seu comportamento. Ela o encarou com o olhar afiado de quem sempre sabia mais do que aparentava. Ele deu uma desculpa e foi direto pro quarto.

ENCONTRADO PELO AM❤ROnde histórias criam vida. Descubra agora