Compulsivo e obsessivo - [Dark romance]

Capítulo XLIV

Um mês havia passado, trouxemos minhas coisas de Nova York, tive um alívio ao perceber que não voltaria para aquele lugar, pois aquele quarto foi quase como um purgatório nos quatro anos que passei longe dele.

Comecei meu mestrado, minha vida estava dividida em um tempo na faculdade outro tempo em casa, Tyler fazia sempre questão de me levar todos os dias até o campus, mesmo sendo bem longe, acordavámos bem cedo. Ele estava sendo um amor comigo, sempre muito atencioso, respeitando meu espaço, meu tempo, sempre que eu estudava ele me fazia um lanchinho e vinha até mim, ele fez questão de montar um quarto apenas para que eu pudesse estudar em paz.

Quando não estava muito ocupado com meus estudos, dedicava esse tempo a nós dois ou então a visitar minha mãe, toda semana nos víamos, algumas vezes ele vinha me visitar com meu padrasto.

Um dia depois de terminar uma leitura, percebi que ainda era cedo, então decidi fazer alguma coisa para o Tyler, já que o coitadinho estava trabalhando muito ultimamente, ao abrir a geladeira percebo que havia todos os ingredientes para se fazer um bolo e foi o que decidi fazer.

Foi arriscado, fazia tempo que não me aventurava dessa maneira na cozinha, já que tínhamos uma funcionária que limpava o apartamento e cozinhava, ela era devidamente remunerada por isso.

Coloquei uma música para tocar no telefone, na verdade, era a trilha sonora dos meus filmes favoritos, gostava de ouvi-las quando fazia algo, isso era tão imersivo.

Enquanto misturava os ingredientes fiquei pensando em como ele ficaria feliz quando me visse com um bolo em mãos, ele sempre gostava das coisas que eu cozinhava, mesmo não gostando muito que eu cozinhasse, pois segundo ele não nasci para ter a barriga esquentando no fogão.

Modéstia a parte, meu bolo ficou muito lindo, ele era suficiente para que nós dois comessemos, decidi não colocar uma cobertura não tão doce, detesto sobremesas que exageram no açúcar. Ao olhar no relógio percebi que era seis da tarde, o horário que ele pontualmente chegava, então rapidamente peguei o bolo em mãos e fui até a sala para esperá, demorou uns cinco minutos, mas sentei no sofá, quando ouvi alguns passos fiquei de pé e o vi entrando em casa.

— O que é isso?! — Perguntou apontando para minhas mãos com um lindo sorriso no rosto, ele ficava muito atraente ao vestir ternos e roupas formais, isso lhe dava um ar aristocrata.

— É para você, estava aqui de bobeira então decidi fazer um bolo para o meu amor, imaginei que você teve um dia extremamente cansativo de trabalho. —

— Você que fez? — Perguntou surpreso ao se aproximar e ver o bolo mais de perto — O que eu fiz para merecer uma coisa dessas? —

— Gostou? Não quer um pedacinho?  —

— Claro que gostei, quem seria louco de não gostar do amor de sua vida te recebendo assim?! Chega da até pena de provar, por mim eu guardava para sempre. —

— Ah mas o senhor vai experimentar sim, pode vir comigo, o empurrei até a cozinha, ele sentou-se a mesa, peguei uma espátula e um prato de sobremesa, cortei um pedaço coloquei em um prato, em seguida peguei um pouco de suco de laranja e enchi um copo. Coloquei ambas as coisas a sua frente, em seguida, sentei em seu colo, dei-lhe um beijinho bem gostoso nele.

— Sabia que eu estava com muita saudade de você? — Falei baixinho próximo ao seu ouvido, ele fazia carinho em minha pele por debaixo de minha camisa, ele cheirava tão bem, sempre que estávamos daquela forma sentia uma paz resoluta, nem mesmo os maiores mistérios do universo conseguiam me atormentar.

— Sentiu foi?! —

— Senti, mas agora que chegou podemos matar um pouco dessa saudade, não podemos? —

— Podemos sim, meu cacheado. — Beijou-me mais uma vez, dessa vez um pouco mais demorado e com mais paixão.

Cessei o beijo, peguei o pratinho em mãos, com a colher peguei um pedacinho de bolo e levei até sua boca, ele comeu sem nem se queixar, pude ver pouco a pouco as suas demonstrações sutis de que havia gostado, sua pupila inclusive dilatou.

— Nossa amor, está muito bom, adoro bolos assim, você acertou demais no açúcar. —

— Que bom que gostou meu amor, beijei sua bochecha, você merece apenas o melhor. —

— Ainda bem que o melhor é você. — Provei meu bolo e estava realmente bom, sempre usei dos truques de minha mãe, como sempre utilizar pequenas raspas de limão e utilizar um pouco de sal para dar um contraste de sabores.

— Como foi o trabalho? —

— Horrível, você não tem noção do quanto aquela empresa é caótica, ainda bem que tenho meu tio para me ajudar com minha função, acho que ainda deixarei ele por uns anos na função até que eu assuma de maneira definitiva, mas quando assumir farei um trabalho semelhante ou melhor. —

— Coitadinho, deve estar tão cansado, quando terminar de comer vou te dar um banho e depois vou te fazer uma massagem, está bem? —

— Está sim, acho que nem o paraíso consegue ser melhor do que isso. Mas e você? Como foi seu dia? —

— Foi um pouco estressante com todo esse conteúdo, mas foi bom, gosto de quando fico em casa. —

— O que eu posso fazer para aliviar esse estresse? —

— Que tal uns beijinhos mais tarde? —

— Terei que fazer esse sacrifício para te ver bem. — Foi bem sarcástico. Depois de nosso pequeno lanchinho fomos para nosso banheiro, na banheira massageei seu corpo suavemente, depois o abraçeino protegendo dentro de meus braços.

— Amor, você vai querer trabalhar quando tiver seu doutorado? —

— Vou sim, mas não se preocupe, não me afundarei no meu cargo. —

— Não, nem pensei nisso, sabe que te apoio em tudo que você faz, não é? —

— Claro que sei, você é maravilhoso. —

— É que fiquei pensando aqui, você é bem inteligente é bem capaz de conseguir ganhar um Nobel um dia. —

— Ganhar um Nobel? Isso é bem impossível, mas nunca foi meu objetivo, acho que nunca precisaria de um Nobel para saber que fui bem sucedido em minha carreira e em minha vida, que prêmio seria melhor do que você? —

— Eu? —

— Sim, posso caminhar de mãos dadas com você, te exibir para todo mundo, muitas pessoas tem um Nobel por aí, mas apenas eu tenho um Tyler. —

— Assim você me deixa cada dia mais doidinho por você. —

— Não me importo, só quero viver com você e te amar. — Beijei suas costas e sorri por estar mais uma vez, por mais um dia com meu amor.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO