Compulsivo e obsessivo - [Dark romance]

Capítulo III

Foi bem complicado dormir depois do que tinha acontecido, tudo foi de 0 a 100 muito rápido e agora tinha voltado a 0 mais rápido ainda. Sinceramente, eu havia adorado a transa, embora meu corpo estivesse um pouco dolorido. Depois de um bom banho e depois de trocar os lençóis deitei na minha cama, mas por mais que eu tentasse o sono não vinha, e pior agora eu não conseguia parar de pensar nisso.

— Eu transei com ele, mas isso não significou nada para ele. — Mentalizei, como em uma íntima reflexão, acho que eu precisa ouvir mais minha mente. Ao fechar os olhos, flashs das cenas de sexo vinha a minha mente, seu corpo nu, o suor descendo por seu corpo em gotículas, a forma como ele apertava minha pele.

No fim eu tive que tomar uns remédios que sei que causam um pouco de sono, e enfim consegui dormir, no dia seguinte seguinte estava todo dolorido, por sorte era final de semana e não haveria aula, então fiquei até mais tarde na cama, quando acordei dei de cara com minha mãe já no ponto de ir para o trabalho.

— Oi filho, bom dia, mamãe já está indo trabalhar, preparei o seu café, está bem? Mais tarde eu volto. —

— Tchau mãe. — E lá estava eu sozinho novamente, depois de tomar café decidi ir estudar, afinal assim eu conseguiria esquecer de tudo por um tempo, de fato consegui, pois quando estudo atinjo altos níveis de concentração mental. Quando percebi já estava na hora do almoço, então fiz uma pausa e aproveitei para lavar os lençóis, já que eu não queria de forma alguma que minha mãe visse os resquícios do que aconteceu ontem.

Durante a tarde terminei os trabalhos que me encomendaram, então decidi estudar um pouco mais, dessa vez estudei física, minha matéria favorita e onde eu obtinha as maiores notas. Quando a noite foi caindo, também chegou em mim uma curiosidade, comecei a me questionar se ele apareceria aqui mais uma vez, subiria pela janela, no fundo eu desejava por isso, então deixei a janela entreaberta, caso ele viesse poderia entrar. Sei que estou sendo muito tolo, mesmo ele tendo me tratado da pior maneira possível.

Ele não veio, acordei no dia seguinte e vi que havia dormido, apenas levantei e fui passar um tempo com minha mãe naquele domingo, conversamos um sobre o Colégio, mas não toquei no assunto do Tyler, acho que se ela soubesse ela surtaria, não por eu ser gay, disso ela já sabia, mas por um garoto ter escalado a janela e ter entrado aqui de maneira tão violenta, por sorte ninguém viu, afinal há apenas um apartamento no nosso prédio e os outros dois andares abaixo dos nossos são de uma loja de velharias e um depósito.

— Filho, não está na hora de cortar o cabelo? —

— Não mãe, decidi que quero deixá-lo crescer, quero ver como fica. —

— Se ficar como quando você era criança então vai ficar uma gracinha. —

— É, eu era muito fofinho, não era? —

— Era sim, lembra que toda vez que íamos a igreja você ganhava uns docinhos das senhorinhas? —

— Lembro sim, elas eram um amor. —

Ele não apareceu naquela noite também, conforme o tempo foi passando comecei a acreditar que aquele havia sido um evento isolado e que jamais se repetiria. Comecei a me sentir um pouco magoado com isso, afinal ele sabia que eu era afim dele e apenas quis me usar para satisfazer o tesão dele, fiquei triste, depois com raiva, mas tudo se desfez em tristeza e tédio novamente.

E para piorar meu amigo virtual o Lake não me respondia a alguns dias, ele morava em Minnesota, nos conhecemos anos passado pelo tiktok depois de ele curtir um comentário meu sobre beleza brasileira, ele me seguiu e puxou assunto e conversamos bastante e somos amigos desde então.

Na segunda-feira, fiquei tão nervoso, afinal eu o reveria, não sei se conseguiria conter minhas emoções que eram bem a flor da pele, mas consegui, apenas o vi de longe conversando com alguns garotos sobre alguma coisa, eles tinham um ar bem esnobe, acabei indo para o único lugar onde eu teria paz, a biblioteca. E assim o fiz por toda a semana, tentei dar ao Tyler o que ele merecia, nada além do meu desdém, mas eu não conseguia, eu era fraco.