10 de Abril de 2015 - Noite

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Voltei pra escola em Fevereiro, estou no 2°ano do Ensino Médio e foi dificil me adaptar denovo com tudo e com todos. Assim que pisei na sala de aula fui alvo de olhares e cochichos, Fer e Matheus entraram comigo, passando por cima de tudo e todos e logo passei de "A menina grávida" para "A menina que é mãe" . Logo percebi que sentia falta dela, sentia falta da Maya, precisava dela ali comigo e decidi que não largaria a escola, iria continuar, iria ser forte, por ela. Aguentei tanta coisa até aqui e iria até o fim por ela.

Fiz 16 anos em Fevereiro e meu intercâmbio realmente foi cancelado, Maya estava com 8 meses e exigia muito mais de mim do que eu imaginava. Ela já engatinhava e as vezes "sumia" pela casa, então não pudia descuidar dela logo viajar sem ela estava fora de cogitação. Me resolvi com meu pai, mas ainda continuava morando com o Matheus e talvez não sairia daqui tão cedo, me sentia segura aqui. Estou cada vez melhor da Depressão, já consigo dizer para todos que Maya é minha Filha, mesmo que as vezes meu coração se aperte com essa palavra. Agora estou liberada, finalmente, para fazer as coisas sozinhas com ela e eu e Matheus estamos passando mais tempo, os três juntos, como uma família.

Semana passada meus sogros sairam e Matheus estava no banho, eu aproveitei pra brincar com a Maya, foi quando no meio da brincadeira ela disse algo parecido com "mamã", eu me desliguei do mundo e só ouvia ela me chamando, nessa hora, ao ouvir ela me chamar que caiu a ficha que era mãe e que minha Filha estava ali, deitadinha na minha frente, brincando com os pézinhos e me chamando. A beijei, a beijei muito e repeti milhões de vezes
- A m-mamãe está aqui F-filha... - Disse gaguejando e tentando segurar o choro - Desculpa a mamãe? Desculpa por ter sido distante, por não querer você. Me desculpa?
Não aguentei e comecei a chorar, nesse momento ela sorriu, como se tivesse entendido tudo que eu havia dito, ela colocou aquelas mãozinhas gordas no meu rosto e repetia sorrindo
- Mamã ...Mamã...Mamã

16 e mãeOnde histórias criam vida. Descubra agora