XXXIII

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[Este capítulo não tem envolvimento direto com nenhum acontecimento do manga e também algumas partes deste capítulo se passam no mesmo dia mas em perspectivas diferentes. Além disso tenho um agradecimento no final do capítulo, boa leitura.]

O silêncio do hospital psiquiátrico de Konoha era quase ensurdecedor

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O silêncio do hospital psiquiátrico de Konoha era quase ensurdecedor. O ar ali parecia denso, carregado pelo peso dos pensamentos daqueles que ali estavam, alguns em busca de cura, outros apenas presos em suas próprias mentes. Para Neruko, aquele ambiente era uma prisão sem correntes.

Desde que havia sido internada, os dias se misturavam em uma monotonia angustiante. O teto branco do quarto parecia zombar de sua existência, e as sombras projetadas pela luz fraca da janela se tornavam suas únicas companhias. Ela sabia que estava ali por um motivo, mas compreender o real impacto de tudo era mais difícil do que imaginava.

Yamanaka Iori observava tudo de perto. Como especialista na mente humana, ele não se apressava em tirar conclusões. Neruko não era uma paciente comum, e ele sentia isso desde o primeiro momento em que a viu. Sua expressão era vazia, mas seus olhos - aqueles olhos azuis, escondendo segredos que ele ainda não compreendia - carregavam algo além do trauma. Ele anotava cuidadosamente cada reação dela, cada hesitação, cada palavra dita e, mais importante, as que não eram ditas.

Os primeiros dias foram de observação clínica. Iori notou que Neruko mantinha um controle rigoroso sobre suas emoções, quase como se estivesse desempenhando um papel. Ele sabia que isso era comum em ninjas experientes, mas, para alguém tão jovem, isso era preocupante. Ele tentava sondar suas defesas, mas a barreira que ela ergueu era sólida, quase impenetrável.

Na segunda semana, Iori começou a pressioná-la de forma sutil, instigando respostas emocionais. Ele percebeu que, quando questionada sobre sua infância ou sobre seu propósito em Konoha, Neruko desviava o olhar, sua postura enrijecia. Era como se estivesse treinada para esconder algo muito maior do que apenas um trauma recente.

A mente de Iori trabalhava rapidamente. Existiam peças soltas que ele não conseguia encaixar. Fugaku e Hiashi insistiram para serem os primeiros a visitá-la, um pedido incomum, mas que fez o médico reconsiderar a situação. Eles eram figuras importantes, e sua presença poderia ter um impacto positivo - ou negativo. O problema era que, para um psiquiatra, confiar no julgamento de terceiros sem compreender o quadro completo era arriscado.

Ele refletia sobre isso enquanto revisava suas anotações. Neruko não demonstrava sinais de psicose, mas havia camadas de trauma e isolamento emocional evidentes. O que mais o intrigava, no entanto, era a sensação de que algo estava sendo deliberadamente omitido. Ele podia ver isso na forma como Hiashi e Fugaku agiam quando perguntados sobre a jovem. Era um segredo cuidadosamente guardado.

Na terceira semana, após observar algumas melhoras na estabilidade de Neruko, Iori finalmente cedeu. As visitas seriam permitidas, mas sob condições rigorosas: apenas Fugaku e Hiashi poderiam vê-la, e ele estaria próximo, pronto para intervir caso algo saísse do controle.

A Uzumaki JinchūrikiOnde histórias criam vida. Descubra agora