Lamentos...
Sob um dia escuro
Obscuro, como a mata negra sem esperança
Entre os mil olhos do abismo, encolhido
Aí está o homem
Cada curva, cada peça... fora do lugar
Essa é a dor que se finca em golpes mortais
Dos quais é difícil cicatrizar
Mas, é a vida, a absoluta necessidade
E, mórbido ou letárgico, ele se levanta
A fim de pernoitar no desespero
Tudo pelo fôlego
Mas o ar é denso,
E cruel
E intoxica seus pulmões
Que pesam como âncoras
Sobrecarregando, torcendo as vértebras
Abre a boca amplamente, caçando o ar
Venha, venha... oh, vida
Me extasie,
Lance o prazer em meu cérebro
Eu me agarro a isso,
E passado o momento,
Recaio na cova
Mas... continue,
Na próxima esquina há mais
Atravesse essa rua de entulhos, relva e abutres
Que vigiam cada passo
Seus olhos revirando de prazer
Cada vez que levanto,
Como é bela, como é fértil
A desgraça
Ergo os olhos para o horizonte
Lá está, a esperança
Um oceano de ar puro...
Mas eu não sei,
Se é verdade
Ou miragem
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Kage To Hikari - O Sopro Poeta
PoesíaO vento sopra, carregando vida e morte. Um olhar, capturando diferentes realidades, conectadas pela linha invisível do acaso, glória e tragédia, dançando sob um mesmo som... a canção do universo.