Já fazia um mês que havia me mudado de cidade, minha tia achou melhor fazermos isso do que enfrentar os olhares desconfiados das pessoas em nossa antiga cidade. Posso contar que essa não é a primeira vez que nos mudamos, e infelizmente eu sempre sou a culpada por tantas mudança. Já ouviram falar que os adolescentes não temem a morte? Eles acham que são imortais, que nada de ruim vai lhes acontecer. Não é que eu seja assim, apenas não acho que correr perigo vá me fazer morrer. Sou atraída por ele, é algo inevitável. Rabisquei meu caderno de desenho. Meu professor estava com os olhos vidrados em seu livro, ele nem se quer notara a conversa agitada dos alunos que infelizmente falavam sobre mim.
– Soube que ela é uma aberração. Ela é suspeita de um assassinato- Apertei com força meu lápis sobre a folha do meu caderno.
Por que sempre era assim? Todas as vezesbdizem que sou uma aberração, que sou criação de algo perverso. Acho que vestir meio diferente não ajuda muito.As garotas atrás de mim continuavam falando, elas eram duas fofoqueiras que em vez de cuidar da vida delas cuidavam das dos outros. Fechei meu olhos e suspirei tentando me controlar para não pular em cima delas.
- Ela matou o namorado dela, deviam tirar ela de nossa escola. Não quero me misturar com esse tipinho - Abri meus olhos novamente,meu sangue subiu.
Apertei meu lápis que acabou se partindo ao meio. Aquilo era demais, elas iam se arrepender de ter tocado naquele assunto. Me virei bruscamente para elas e as encarei, elas se assustaram e me olharam com um ar de desprezo.
– Pare de nos olhar assim!- A loira de farmácia disse, ela parecia com medo.
Que bom, era pra ter medo mesmo. Eu continuei as encarando, a algum tempo percebi que quando desejava muito uma coisa e encarava alguém nos olhos repetindo varias vezes as pessoas faziam o que eu queria, sabia que não era legal fazer aquilo com ninguém, mas elas mereciam!. Eu quero que vocês pul... Minha concentração foi tirada ao ver Niall Horan na ultima cadeira da fileira ao lado me encarando, ele mexia com a boca sem emitir som algum, mas eu entendi o que ele queria dizer: Não faça isso.
Parei de olha-lo e encarei as duas idiotas. É, não valia pena mesmo. Me virei novamente para frente. As duas ficaram caladas depois daquilo, talvez estivessem com medo que eu lhes jogasse uma praga, além do mais mais não era isso que elas achavam que eu era, uma bruxa?. Logo depois me senti desconfortável e perguntei a mim mesma: Como Niall sabia o que eu ia fazer?. Aquilo ficou na minha cabeça, ninguém sabia que eu tinha esse
poder.Niall chegou a escola a algumas semanas, e assim como eu não fez amigos. As garotas também falam dele, mas com menos frequência que eu, e no caso dele não falam de um jeito ruim é mais do tipo: " Ele é tão misterioso e lindo" . Era engraçado que por se tratar de um garoto elas achavam ele misterioso e lindo, mas no meu caso eu era uma aberração que se muda de cidade por cometer crimes, que coisa patética.
Voltei a rabiscar meu caderno, aquilo era minha escapatória, desenhar parece ser meu meio de fuga. As vezes queria entrar dentro de meus desenhos e viver lá. Eu seria mais do que uma aberração, eu seria eu mesma, mas como isso é impossível continuo tentando suportar o ensino médio, é meu ultimo ano mesmo. Acho tão chato ficar sentada em uma cadeira ouvindo alguém tentar meter sua sabedoria dentro de minha cabeça, eu queria estar lá fora , livre, sem ninguém falando o que eu devo ou não fazer, sem ligar para o que os outros vão achar.
O sino tocou. Finalmente livre! E o melhor é que é sexta-feira. Joguei meu caderno de desenhos dentro da minha bolsa preta com caveiras que eu fiz. Joguei a mochila na minha costa e sai da sala as pressas sem olhar pra trás. Eu podia correr o risco das fofoqueiras dizerem que eu joguei uma praga nelas ou algo do tipo, como se encarar alguém fosse fazer algo ruim, mas no meu caso eu ia mesmo. Diminui os passos retirando meu celular do meu bolso. Olhei as horas, minha tia com certeza não estaria em casa. Ela é corretora de imóveis, pode está de noite que ela continua trabalhando vendo papeis e analisando propostas.
O motivo de morar com minha tia é que, além de aberração eu sou uma pobre coitada órfã. Meus pais morreram em um acidente de carro, parece que acidentes de carro gostam de tirar pessoas que amo. Balancei minha cabeça tentando afastar lembranças ruins do meu passado, chorar ali no meio do corredor era a ultima coisa que eu queria.
Ainda andando lentamente vi Niall passar por mim. Ele não se virou para me olhar, apenas passou direto sem dizer nada, será que ele sabe o que eu posso fazer? Acho que não, eu não faço isso muito. Quando eu faço eu tomo cuidado, e quer saber? As pessoas deviam me agradecer, eu fiz isso com as merendeiras e elas serviram batata frita no refeitório. Coloquei meu celular novamente no meu bolso e andei até o estacionamento da escola.
Minha tia finalmente me deu um carro. Ela inventou de comprar nossa casa no bairro mais afastado da escola, só temos um bando de velhinhos como vizinhos e uma floresta atrás da nossa casa. Eu também prometi que tomaria cuidado com o carro e que não me meteria em confusão,e eu vou dar meu melhor.
Cheguei no estacionamento e vi um papel em cima do para-brisa . Puxei e vi que era um folheto. Nele falava sobre uma festa. Minha tia não falou que uma festa estava na lista de confusões,além do mais o que poderia acontecer de ruim em uma festa?
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N/A: Oii! Bem, essa fanfic é inspirada nas sagas Trylle e A Guerra dos Fae, por isso ao longo da fic encontrarão coisas meio parecidas como os seres que habitavam os lugares onde as histórias passavam. Eu espero que gostem da fic ♥
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Another World- N.H
FanfictionClaire sempre achou que era diferente, nunca teve a certeza disso, mas as coisas começam a mudar quando se vê intrigada com o novato da escola que parece saber seu maior segredo.