Capitulo 10

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Beatrice:

Toc toc.

Ouvi baterem na porta, e mandei que entrassem. Só tinha duas pessoas que seriam, ou minha mãe ou a Charlie. Quando a porta foi empurrada e se abriu, vi que era a primeira alternativa.
- Ah oi mãe.
- Oi filha tudo bem?
- Tudo sim mãe. Senta aí - falei dando espaço na cama. para que ela sentasse ao meu lado. Ela se sentou, e só então percebi que ela segurava uma caixa pequena, sabe uma dessas que usamos para guardar coisas que jamais poderíamos jogar fora? Sentia que era esse tipo de caixa, já que minha mãe não é um tipo de pessoa que fica por aí andando com caixas na mão.
- Hãn... Mãe? O que é essa caixa?
- Isso é seu - e ela estendeu a mão para me entregar a caixa.
- O que é?
- Eu estava limpando o sótão quando achei isto aqui. Imaginei que você fosse querer.
Achei estranho e comecei a me perguntar o que havia ali. Abri a caixa e me surpreendi.
- Minhas antigas sapatilhas! - uma explosão de sentimentos se espalharam em minha cabeça, amor, ressentimento e vários outros. As lembranças vieram me corroendo por dentro. - Por que você a trouxe para cá?
- Para ver se você lembra o quanto você gosta da dança. E você lembrar que não é culpada de nada.
- Como não sou? Se não fosse por mim o papai ainda estaria aqui - senti meus olhos começarem a arder - se não fosse por aquele maldito teste, ele ainda estaria vivo.
- Não Trice você não tem culpa - senti que ela começaria um de seus discursos, mas não podia impedir, então deixei ela falar - A pista estava molhada, é normal acontecer acidentes, mesmo que fatais. - sempre me perguntei como minha mãe podia aguentar, me perguntava se ela não sentia falta dele, e hoje eu pude perceber o quanto ela sofria, ela só não podia demonstrar, precisava ser forte, principalmente por mim, eu tinha 12 anos e me sentia culpada pela morte do meu pai. Ela precisou ser forte para que eu não sofresse tanto. - E não importa o porque de ele ter pego aquela estrada. Você não pode desistir de um talento desses. O que você faz com uma dessas no pé - disse ela olhando para a sapatilha - É lindo. Pensa nisso. - disse ela se levantando.
E ela simplesmente saiu do meu quarto. Seria errado eu dizer que talvez não seja tanto assim minha culpa a morte do papai? Sim seria. Se não fosse por mim e por aquele teste, talvez o papai ainda estivesse aqui. Mas devo confessar que algo ficou "martelando" em minha mente. Se o papai ainda fosse vivo, ele ia querer me ver dançar, ele acreditava em mim, dizia que esse era o meu dom. Talvez eu não vou ser tão culpada assim se eu voltar a dançar. Não é? Quer dizer eu sei não me lembro do meu pai, por ter batido a cabeça e perdido a memória, e só me lembrar da dança e que ele estava me levando para algo envolvido com isso. Eu não posso.

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Oi galera, então teremos algumas mudanças aqui, antes cada capítulo era o ponto de vista dos dois. Achei que os capítulos não estavam ficando tão bons assim, então a partir de agora um capítulo para o ponto de vista da Trice e um do Joey.

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